A cigarra zibelina/A busca pela felicidade

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Capítulo oitenta e cinco: A cigarra zibelina.

' Eu confesso, eu nasci e nem sequer recebi um nome de uma mulher. Nasci pobre em Xuchang, nos anos de 183, minha mãe morreu por uma doença desconhecida, mas eu sabia de uma coisa... Ela na verdade foi assassinada por um cliente, eu tinha um irmão mais velho, se não me engano ele se chamava Siao ou algo do tipo, quando eu tinha cinco anos vi minha mãe ser assassinada e meu único irmão ir embora, desde de sempre tive que me virar, desde de sempre fui uma maldita puta de rua que ganhava migalhas de pão apenas pra continuar vivendo. Eu não entendia... Eu subia em cima daqueles caras e não sentia tesão e nem prazer, existia muitos que me ofereciam dinheiro e até mesmo moradia, mas meus olhos eram cheios de vazio, eu odiava isso do fundo do meu peito... Não, a questão é que eu não odiava, eu não sentia... Nada!

— EI! SUA PUTA! TOMA CUIDADO ONDE COLOCA ESSES DENTES SUJOS QUANDO ME PAGA UM BOQUETE! — Disse um cliente, levei um tapa extremamente forte na cara, mas não me importei. Eu não sou ninguém, não quero ser ninguém. Nem sequer tenho um nome ou uma personalidade pra dizer quem sou. Eu não tenho uma identidade... Eu não tenho brilho. Eu só sinto fome e as pessoas só se interessam por mim por conta de minha beleza imensurável mesmo que eu seja uma criança... Eu queria ser grandiosa como Lu Bu ou Dong Zhuo... Mas não, sou apenas... Uma vermita que serve pra apodrecer esse mundo mais ainda. Eu me odeio, porque eu tenho que ser mulher?... Eu me perguntava isso todo dia. Até ele chegar.

— Ei, garota... Meu nome é Woopun! Não tô nem aí pra sua escolha, a partir de agora você será minha filha. — Meu pai adotivo, ele era bonito, não tinha interesse em meu corpo, mas ele já demonstrou um certo amor por mim, eu gostei disso... Ele me levou comigo, talvez pela primeira vez na vida eu vi um sinal de bondade em toda humanidade. Ele cuidou de mim e me limpou. — Senhor... — Eu ia conversar, mas ele me impediu. — Me chame de pai, aliás, qual seu nome?...

— Eu não tenho, você me permite falar, senhor?...

— É PAI! — Ele era sorridente, feliz e sabia me fazer rir, eu comecei e finalmente ter alguma coisa, um motivo pra viver... Eu gostava tanto de ver ele feliz, ele era uma pessoa boa... — Como assim permissão pra falar? Fala se quiser, uai!

— Normalmente quando falo eles mandam eu fechar a boca, ou de vez enquanto mandam eu abrir pra encherem de po- — Antes de eu completar, ele lança um bolinho de arroz na minha boca. — Enche essa boca aí! — Lágrimas escorreram de meus olhos.

— Por que me salvou, senhor?...

— Você era triste e não tinha uma razão de viver, então pra isso... Vou te dar um motivo de viver, você e eu iremos derrubar a dinastia Han! Nós iremos matar Dong Zhuo e todo seu legado de inferno!

— Heeeeeeeein?! Como vamos fazer isso?! — Era impossível. O enorme exército de Xuchang, Lu Bu, os vários Generais...

— Será como um veneno, Diaochan... Vamos entrar por dentro e destruir de lá.

— Diaochan? — Eu me perguntei o porque dele me chamar deste nome.

— É seu novo nome. Eu te encontrei por causa de uma cigarra que te vi... Mas enfim. — Woopun começou a explicar. — Você vai usar essas tetas gigantes pra manipular esse cara. — Ele aponta pra uma pintura de Lu Bu. — Fazendo Dong Zhuo ficar furioso... Me entende?

— Hein? Usar minhas telas? Pai, sabe que eu tenho só nove, né? — Fiz uma cara cômica.

— FODASE! Use a podridão do mundo contra eles mesmo! Vem cá, Diaochan.

' Fomos até um enorme morro que existia ali. — Eu não sei porque... Eu sinto. Eu sinto a ruindade e a bondade das pessoas, mesmo de longe. — Ele olhava toda a grandiosa e linda capital. — Diaochan... Sabe quantas pessoas boas existem nesse mundo?

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