65 |Ava|

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Eu estava uma pilha de nervos. Íamos nos encontrar no café perto da casa de Austin, Dylan queria vir comigo eu disse que não obviamente e nem ao menos disse onde iríamos nos ver Antony disse que Adam estava bem eu confiava no meu irmão ele nunca consentiria que Adam chegasse perto de mim se tivesse alguma dúvida sobre isso.

— Oie. — Digo parando na sua frente. Ele sorriu mas seu sorriso não chegou aos olhos foi um sorriso forçado provavelmente ele estava tentando aliviar o ambiente visivelmente tenso.

— Pode se sentar Ava? — Mordo o interior da minha bochecha e me sento na sua frente, ele me encarou e suspirou — Não sei como começar essa conversa pensei em um milhão de coisas que eu devia falar mas agora tudo parece tão tão... Não sei a palavra.

— Como está se sentindo? — Pergunto com o meu melhor sorriso, não era um sorriso falso mas também não era um sorriso verdade estava mais para um sorriso encorajador.

— Estou bem... Como você está?

— Eu estou bem também... — Era verdade eu estava bem, não me lembro da última vez se é que teve alguma outra vez que eu tenha dito que estava bem que eu estava tão sendo genuína quanto naquele momento.

— Quer pedir alguma coisa? — Adam estava nervoso, ele não gostava de me encarar nunca gostou na verdade.

Eu era a cara da minha mãe você olhava para as fotos dela com a minha idade e depois olhava para mim você provavelmente acharia que era eu até hoje não sei como me sinto acerca disso. Parte de mim gostava era como se ela sempre estivesse lá, esse argumento não fazia muito sentido eu sabia disso porém era isso que eu sentia.
Mas havia a outra parte a parte que odiava isso, aperte que ele ajudou a alimentar a parte que por mais que meu cérebro me lembrasse que eu só um bebé quando ela morreu e que eu não tinha culpa de nada essa parte insistia que era minha culpa sim que não me dei por satisfeita com apenas tiara sua vida e que também havaia tirado sua rosto e sua beleza.

— Pode ser uma água! — Ele chamou a garçonete ela não estava muito feliz com a nossa presença mas quem podia culpa-la?

Era tarde faltava menos de meia hora para o estabelecimento fechar ela provavelmente estava cansada, provavelmente estava em pé a horas atendendo pessoas é uma vez ou outra ouvindo desaforos não ia julga-la por não nos atender com um sorriso no rosto.

Ela trouxe a água rapidamente e ficou mexendo no celular encostada no balcão. Éramos os únicos clientes.

— Acho que antes de tudo devo me desculpar... — Precionei a unha do meu dedo polegar no meu dedo indicador e depois no dedo anelar. — Eu sei que desde — Ele olhou para mim e depois para a mesa — Sei que desde que voltei a usar eu fiz e falei coisas ruins principalmente para você nunca tive a chance de me desculpar por ter causado sua internação.

Não gostava de lembrar disso porque tinha sido assustador, as vezes eu minha avó recriavamos fotos antigas da minha mãe procurávamos as roupas mais parecidas e tentávamos recriar os cenários minha avó dizia que era bom pois assim eu me sentiria mais próxima da minha mãe e ela estava certa só que em uma dessas Adam chegou e ele estava tão drogado que surtou e me derrubou da escada fiquei desacordada por algumas horas e foi aí que o inferno começou ele voltando para casa totalmente chapado e falando atrocidades numca fomos próximos mas ele nunca tinha feito ou falando algo para me machucar ele apenas me evitava o tempo todo. Só que com ele no mundo as drogas e logo em seguida a morte da minha avó as coisas ficaram caóticas.

— Está tudo bem isso está no passado não precisamos ficar lembrando de coisas que...

— Olho para você e a vejo. — Falou sem bruscamente. — Olho para você e sinto dor — sinto meus olhos arderem um tempo atrás eu teria feito de tudo para impedir que as lágrimas caíssem mas dessa vez não dei a mínima. — Estar com você é como reviver o pior dia da minha vida uma e outra vez é como ter meu coração arrancado e destroçado, é como chamar pela morte na esperança de acabar com essa dor e ver esse pedido ser negado uma e outra vez.

Ele a amava, na verdade todos a amavam mas ele ela era tudo para ele Adam entrou em depressão quando nossa mãe morreu e ficou assim por anos mesmo tento toda a ajuda possível eu era uma bebé então não me lembro de nada mas minha avó falava e quando fui crescendo fui percebendo que Adam não era como meus outros irmãos, ele não era como as outras crianças.

Eles eram grudados os vídeos e as fotos que estavam guardadas na casa de Antony desde que nossa avó morreu e vendemos a nossa antiga casa eram a prova disso ele tinham a mesma energia pequenos olhos brilhavam quando ele olhava para nossa mãe.

— Pode achar que não mas entendo você — Linpei o rosto com as costas da mão. — Entendo seu ódio porque as vezes me odeio também, por mais que meu cérebro diga que não sou culpada pela morte da dela as vezes quando olho para mim odeio oque vejo as vezes as vozes na minha cabeça dizem que quem deveria ter morrido era eu e sabe qual é a pior parte? — Ele se manteve calado então continuei. — É que até um tempo atrás eu concordava com isso e mesmo agora eu ainda não me livrei dessa culpa que não é minha.

— Eu sei que não é culpa sua eu sei e diferente do que você pensa não odeio você pelo menos não o tempo todo e não propositalmente. Eu fui um irmão ruim antes e depois das drogas eu te ignorei e te machuquei fisicamente e emocionalmente me desculpa, me desculpa se te fiz acreditar que era uma pessoa ruim você não é nunca foi.

— Você também não é uma pessoa ruim Adam, pelo menos não quando está limpo. — Ele deu um sorriso fraco que me fez chorar no meio às lágrimas.

— Isso é bom porque não pretendo voltar a usar.

Alívio era o que eu estava sentindo, tinha plena noção de que as coisas não estavam resolvidas entre nós que não virariamos os melhores irmãos só porque tivemos uma conversa mas era bom o ouvir pedir desculpa porque as coisas que ele fez e disse me desistabilizaram e me machucaram muito era bom saber que ele não me odiava era bom conversar com alguém que sabe que te fez mal e quer apenas se desculpar e prometer que nunca fará novamente foi uma conversa sem cobranças ainda tínhamos muito para dizer um ao outro de facto mais naquele momento aquilo era o suficiente.

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