61 |Ava|

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— Dylan?

— Posso entrar? — Abri mais a porta para que ele podesse entrar.

— Achei que só nos veríamos mais tarde. — Eu disse enquanto fechava a porta depois que ele entrou.

— Eu acho que vou dar uma volta parece que vocês precisam conversar. — Sorri agradecendo e ela saiu sem se importar que estava de toca de cetim na cabeça assim como eu já que tínhamos acabado de fazer tranças uma na outra.

— Então o que há de errado? — Ele se sentou na minha cama e eu me sentei do seu lado. — A conversa com seu pai foi tão ruim assim? — Ele não me respondeu só fechou os olhos e jogou a cabeça para trás a encostando na parede. — Amor fala alguma coisa está me assustando um pouco. — Ele suspirou.

— Ele está morrendo. — Oh.

— Morrendo tipo só tem alguns meses de vida? — Perguntei.

— Semanas... — corrigiu.

Meu Deus.

— Ele quer que nos aproximemos antes bom antes que ele morra. Eu recusei. — Oh. — Acho que gostei de saber que ele está morrendo, é como se ele finalmente estivesse pagando por tudo que fez eu e a minha mãe passarmos. — Oh. — Eu sou uma pessoa ruim.

— Amor — Chamei para que ele abrisse os olhos e me encarasse mas ele não moveu um músculo. — Dylan olhe para mim. — Ele finalmente me encarou. — Você não é uma pessoa ruim, confie em mim eu conheço pessoas ruins e você é uma das melhores pessoas que eu já conheci na vida. As vezes temos pensamentos ruins ou desejamos que coisas ruins acontecem com pessoas que em algum momento da nossa vida nos fizeram mal isso não nos torna monstros.

— Também não nos torna pessoas boas.

— Bom sim, é verdade mais não precisa ser oito ou oitenta. Posso falar uma coisa que costumo pensar as vezes? — Assentiu — Não vai me achar uma pessoa ruim?

— Jamais!

— Acho que não amo Adam como amo meus outros irmãos, sei que não é algo certo de se dizer ou de se pensar mas acho que a vida de todo mundo seria bem mais fácil sem ele no caminho ou sem mim sabe é como se não existisse espaço suficiente para os dois. Eu sei que me importo com ele e posso até dizer que gosto dele mas sei que se tivesse de escolher entre o Austin e ele eu escolheria o Austin, se tivesse de escolher entre Allan e ele eu escolheria o Allan, se tivesse de escolher entre o Antony e ele eu escolheria o Antony eles sempre virão primeiro sabe mas se me pedissem para escolher entre os três eu não seria capaz. Para algumas pessoas isso me torna uma pessoa ruim alguém que escolhe alguns dos seus irmãos e exclui outro, alguém que sempre que sua família tem que escolher entre ela e seu irmão fica feliz de saber que ela sempre foi a escolhida isso faz de mim uma pessoa ruim Dylan ou simplesmente uma pessoa que tem alguns traços ruins?

— Essa terapia está fazendo muito bem a você. — Confirmei.

— Está mesmo. Ele não te procurou de novo não é? — Questionei enquanto cutucava minhas unhas. Ele negou com a cabeça.

— Eu a culpei sabe? — Falou ainda angustiado.

— Esta falando da sua mãe? — Assentiu.

— A culpei por tê-lo deixado ir tão fácil, por não ter lutado mais por ele. Achava que ela poderia ter aguentado mais, a chamei de egosita, ela estava vivendo um dos piores momentos da sua vida e eu fiz questão de tornar tudo muito mais difícil.

— Você era uma criança! — O lembrei.

— Eu sei, mas ela era uma mulher que tinha acabado de ser traída e trocada por outra ele nunca a agrediu sabe mas ele gritava tanto e ela não costumava gritar de volta pelo menos não quando ela sabia que eu estava em casa aí ela simplesmente o colocava para fora mas as vezes eu estava lá e eles pensavam que não e Deus era um inferno eu só queria que eles calassem a boca eu só queria que ela não brigasse tanta com ele porque achava que assim ele ia ficar em casa assim que voltasse do trabalho mas ele nunca ficava ele chegava e saia isso quando voltava e eu achava que era culpa dela. Eu era uma criança idiota.

— Todos fomos crianças idiotas sabe, achando que entendiamos coisas que não entendiamos ou os adultos achando que não entendiamos coisas que entendiamos. Era uma merda. — Suspirei e ele colocou a cabeça no meu colo.

— Eu trava Yummi meio mal no início é estranho pensar que hoje em dia não consego imaginar minha vida sem ela.

— Você fez terapia? — Não ia obriga-lo a fazer terapia mas acho que o faria bem.

— Sim por dois anos quando era adolescente. Foi ideia da Yummi ajudou bastante a acabar com a minha fase bad Boy revoltado com a vida. — Disse rindo.

— Você teve uma fase bad Boy? Gostaria de ter de conhecido na sua fase bad Boy. — Ele riu mais um pouco.

— Não você não gostaria eu era um pé no saco, um verdadeiro imbecil.

— Mas quando nos conhecemos eu já te achava um imbecil então acho que não séria muito diferente tirando o facto de que você provavelmente era uma delícia de jaquetas de couro e roupas pretas. — Brinquei.

— Eu tinha só catorze anos era um adolescente meio magricela com aquine e atitudes escrotas que eu confundia com traços de personalidade.

— Humm você parece horrível. — Conclui enquanto brincava com seu cabelo.

— Eu era, e eu andava com cigarros só que eu o gostava do cheiro na verdade eu odiava tudo em cigarros e ainda odeio diga-se de passagem então eu nunca realmente fumava só acendia e ficava com ele entre os dedos. — Gargalhei.

— Meu Deus eu nunca teria nem chegado perto de você.

— Tendo em conta que você tinha onze anos quando eu tinha catorze acho que foi para o melhor só termos nos conhecido agora.

— Bom sim acho que sim. Está se sentindo melhor?

— Estou, você me acalma.

— Só de pensar que um tempo atrás você era o motivo do meu estress agora olhe só para nós. É meio louco né?

— Eu sempre soube que você terminaria na minha cama. — Provocou.

— Minha bunda!

— Bom sempre ouvi dizer que não existe nada melhor para acabar com a tristeza de um cara então aceito sua bunda corazón. — Deus não.

— Não foi isso que eu quis dizer seu tarado. — Falei e de seguida bati de leve sua testa o repreendendo.



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Amor e outros problemasWhere stories live. Discover now