𝐁𝐥𝐚𝐜𝐤 & 𝐖𝐡𝐢𝐭𝐞

𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟶𝟶𝟸

Já sabia exatamente quem era o dono daquela voz. Era ele. Sempre era ele.

- 𝘼𝙜𝙚𝙣𝙩𝙚 𝘽𝙡𝙖𝙘𝙠.

White não saberia explicar exatamente o que sentia toda vez que o outro estava no mesmo cômodo que ele. Seu coração batia mais rápido do que suas lâminas chegavam em seus inimigos, e por mais que lutasse para focar em qualquer outra coisa, seus olhos sempre recaíam no outro. Assim que retomava o poder sob suas ações, fingia que nada tinha ocorrido e reforçava seu escudo emocional. E era nesse exato momento em que seus olhos desviavam, que 𝘽𝙡𝙖𝙘𝙠 𝙡𝙝𝙚 𝙚𝙣𝙘𝙖𝙧𝙖𝙫𝙖 𝙙𝙚 𝙫𝙤𝙡𝙩𝙖.
Uma dupla um tanto quanto caótica. Eram quase como uma granada sem pino, inconstantes, incontroláveis e perigosos. Quando explodissem, ninguém sabia ao certo o que esperar. Entretanto, New odiava a sensação de não ter controle, ainda mais sobre si mesmo. Portanto, 𝙤𝙙𝙞𝙖𝙫𝙖 𝘽𝙡𝙖𝙘𝙠. E odiava tudo que ele representava. O moreno era a própria personificação do caos, sempre atrevido e indecifrável. Rumores sobre o agente circulavam como balas perdidas dentro do instituto, porém o destino final delas sempre era certeiro, o "𝙛𝙞𝙡𝙝𝙤 𝙙𝙤 𝙜𝙖̂𝙣𝙜𝙨𝙩𝙚𝙧 𝙘𝙝𝙞𝙣𝙚̂𝙨". Mesmo quando tentamos com todas as forças enterrar o passado, algumas lembranças se tornam imortais em nossa mente. Dessa forma, a confiança nunca foi dada de forma espontânea à Zee, e mesmo que ele lutasse todos os dias para comprovar sua integridade, essa era apenas mais uma 𝙗𝙖𝙩𝙖𝙡𝙝𝙖 𝙥𝙚𝙧𝙙𝙞𝙙𝙖. E foi do seu passado vivendo nas 𝙨𝙤𝙢𝙗𝙧𝙖𝙨, de forma confusa, misteriosa e obscura, que 𝘽𝙡𝙖𝙘𝙠 𝙣𝙖𝙨𝙘𝙚𝙪. O apelido era muito mais do que apenas um codinome para o agente, significava o 𝙨𝙚𝙪 𝙧𝙚𝙣𝙖𝙨𝙘𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙙𝙖 𝙚𝙨𝙘𝙪𝙧𝙞𝙙𝙖̃𝙤.
E justamente pelas inúmeras oposições, era só uma questão de tempo para ambos colidirem. Acreditavam no 𝙤́𝙙𝙞𝙤 𝙖̀ 𝙥𝙧𝙞𝙢𝙚𝙞𝙧𝙖 𝙫𝙞𝙨𝙩𝙖. Afinal, era impensável que o filho de um gângster se desse bem, logo com o filho de um dos maiores agentes da DMD. Zee, trabalhava com o presente, era impulsivo, não gostava de regras e vivia em pleno caos emocional. Já Nunew, sendo totalmente pragmático, cético em relação a emoções, era direto e incisivo em suas ações. Opostos, como claro e escuro, ying yang, branco e preto. 𝘽𝙡𝙖𝙘𝙠&𝙒𝙝𝙞𝙩𝙚.
A rivalidade imatura entre ambos iniciou-se assim que o mais novo entrou na empresa. Anteriormente, Pruk era considerado o melhor agente devido aos seus dotes extraordinários em combate corpo a corpo e sua inteligência para improvisação em campo. Entretanto, o ego intocável de Black foi nocauteado quando White chegou, conquistando atenção de todos pelo seu jeito rigoroso de trabalhar, seguindo os planos à risca e sem falhar nem uma vez sequer. Digno de aplausos, os quais realmente recebia toda vez que completava as provas semestrais de aptidão que a DMD realizava com frequência. E Pruk odiava isso. De certa forma, até invejava o mais novo, porque o outro tinha tudo que ele almejava. Queria receber aplausos e admiração, mas era visto unicamente como um intruso, ganhando apenas olhares desconfiados e comentários presunçosos.
E não é que se importasse com o que pensavam dele, não, era que por mais que malhasse todos os dias, 𝙤 𝙘𝙤𝙧𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 𝙙𝙚 𝘽𝙡𝙖𝙘𝙠 𝙖𝙞𝙣𝙙𝙖 𝙚𝙧𝙖 𝙨𝙤́ 𝙪𝙢 𝙢𝙪́𝙨𝙘𝙪𝙡𝙤, e ele mal conseguia aguentar o peso da culpa que ele mesmo abraçava. Portanto, quando tudo estava calmo em sua mente, já que ocupando o primeiro lugar do ranking ninguém o atormentava diretamente, White chegou com toda sua graciosidade. Afetado intimamente pelo gelo que o novato perpassava apenas com seu olhar cortante, Pruk viu seu mundo virar de cabeça para baixo. Sem nem ao menos tocar em suas lâminas, Nunew conseguiu cortar o resto de sanidade que havia no moreno. Todavia, o que Black 𝙤𝙙𝙞𝙖𝙫𝙖 𝙖𝙞𝙣𝙙𝙖 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙚𝙧𝙖 𝙣𝙖̃𝙤 𝙘𝙤𝙣𝙨𝙚𝙜𝙪𝙞𝙧 𝙚𝙫𝙞𝙩𝙖𝙧 𝙖𝙙𝙢𝙞𝙧𝙖𝙧 𝙖 𝙥𝙚𝙧𝙛𝙚𝙞𝙘̧𝙖̃𝙤 𝙙𝙚 𝙉𝙚𝙬. Desse modo, a partir de rivalidade tola entre os dois melhores da empresa, foi se formando uma situação mais complicada do que supostamente deveria ser.