06 - ʙᴀᴛᴀᴛᴀ ᴄᴏᴍ ʟᴇᴘʀᴀ

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Violett Lennox

[...]

Alguns minutos depois que voltei a procurar a bandeira, escutei o barulho de um tiro e isso significava que alguma equipe já tinha ganhado a primeira prova. A equipe campeã foi a amarela. Fiquei bastante desapontada comigo mesma por não ter encontrado a bandeira a tempo.

Eu preferi não contar as minhas colegas o que aconteceu na floresta, se elas soubessem com certeza não iriam parar de falar disso.

A maioria dos campistas após a prova foram até o refeitório. Eu preferi não ir, e então fiquei perambulando pelo acampamento. Quando o sol começou a desaparecer, fui pro chalé.

E assim que cheguei ao chalé, comecei a me sentir mais estranha que o normal, meu corpo todo formigava sem parar. Tomei um banho quente e a situação só piorou, meu corpo inteiro começou a coçar.

Passei a noite em claro, esse incômodo não me deixou dormir. Teve um momento que cocei meus braços com tanta força que achei que iria acabar arrancando minha própria pele com as unhas.

Mia foi a primeira a acordar, ele desceu da beliche e assim que me viu sentada na cama ela deu um gritinho fino.

— Puta merda, que porra aconteceu
com você? - Mia me olhou apavorada.

Ava e Hillary acordaram assustadas com a gritaria, assim que elas me viram também gritaram.

Levantei rapidamente e fui até o banheiro me olhar no espelho, assim que vi meu reflexo, também gritei assustada.

Meu rosto está inchado, eu pareço até uma batata! E também todo meu corpo está cheio bolhinhas e manchas vermelhas.

— Que porra é essa... - Sai do banheiro extremamente nervosa e assustada.

Ava veio até mim, mas assim que ela tentou tocar no meu rosto Hillary gritou.

— Não toca nela, isso pode ser
contagioso! - Assim que ela disse isso, Ava saiu rapidamente de perto de mim.

— Isso parece lepra, você precisa ir até a ala hospitalar! - Mia disse.

Perguntei se alguma delas iria comigo até a enfermaria, mas as três recusaram por medo de chegarem perto de mim.

Assim que saí do chalé notei que o dia está nublado, parece que logo irá chover. Enquanto eu caminhava de cabeça baixa até a enfermaria, uma brisa fria chegou até mim e me fez arrepiar. Eu amo dias de chuva, esse dia seria perfeito se eu não tivesse me transformado em uma batata com lepra.

— Oh meu Deus... - A senhora loira que eu presumi ser a enfermeira arregalou os olhos assim que me viu.

— Eu sei, eu tô muito horrível . - falei um pouco envergonhada.

— Venha comigo, querida. - Ela me guiou até um quarto sem nem ao menos chegar perto de mim.

Pra minha felicidade, o quarto estava vazio. Não quero que nenhum campista me veja nessa situação.

Me sentei em uma das camas, a enfermeira colocou suas luvas e se aproximou de mim. Fiquei extremamente assustada quando notei a preocupação da enfermeira, a mesma ainda continua me encarando com os olhos arregalados.

— Fazem mais de quinze anos que não vejo uma alergia tão grave assim. - murmurou a enfermeira.

— Isso coça tanto... - falei coçando freneticamente meu braço esquerdo.

— Não pode coçar. - Ela disse dando um tapinha na minha mão.

— Enfermeira... - Uma voz masculina ecoou pelo quarto.

Eu e a loira viramos rapidamente para a porta. Meus olhos se arregalaram e a enfermeira acabou deixando um pequeno grunhido escapar de sua boca.

Na porta a nossa frente, Mason está parado nos encarando. O rosto do mesmo também está inchado e seu corpo repleto de bolhinhas e manchas vermelhas.

— Mas que porra do caralho... - xinguei baixinho.

— Mas o que é isso, como que isso aconteceu, oh meu Deus! Por acaso vocês andaram se esfregando em algum arbusto? - A enfermeira perguntou exaltada intercalando seu olhar entre mim e o ruivo.

Escondi meu rosto em minhas mãos lembrando do incidente na floresta.

Maldito arbusto!

— Venha rapaz, sente-se aqui. - A enfermeira levou Mason até a cama ao lado da minha.

Ela pegou algumas pomadas e comprimidos e deixou em cima da cabeceira que fica entre minha cama e a do ruivo. Ela pegou uma das pomadas e espalhou por todo meu rosto, logo em seguida trocou de luvas e também fez o mesmo em Mason.

— Vocês vão ficar isolados até isso passar, agora tomem esses comprimidos. Eu volto em algumas horas para-

— como assim isolados? quer dizer, nós vamos mesmo ficar aqui nesse quarto sozinhos? - falei e acabei interrompendo a enfermeira.

— Isso. Não esqueçam de tomarem os remédios e por favor, NÃO SE COCEM! - A enfermeira disse antes de sair e nos deixar sozinhos.

O quarto ficou em completo silêncio, um silêncio bastante constrangedor! Mas esse silêncio não durou muito, Mason logo resolveu quebrá-lo.

— Então...você tem um namorado? Ouvi você dizer isso ontem na floresta. - Mason perguntou me encarando.

— Por que? Você quer me convidar para um encontro? - Falei e Mason sorriu.

— Talvez...você tem um namorado?

– Não. - Falei e o ruivo sorriu mordendo o lábio.

Levantei da cama e comecei a procurar algo interessante pelo quarto. Achei um armário, assim que abri o mesmo sorri ao ver alguns livros. Eu não conhecia nenhum dos livros, então peguei o que mais chamou a minha atenção.

— Eu não imaginava que você sabia ler, Lennox. - Mason disse.

— Cala a boca, idiota. - Falei voltando pra minha cama.

Abri o livro e mesmo com Mason me encarando, não me importei em cheirar as páginas do livro, amo sentir esse cheirinho.

— Porra, isso foi extremamente esquisito e atraente ao mesmo tempo. - o ruivo disse.

— Você realmente disse que me ver cheirando um livro é atraente?

— Não. Eu disse que te ver cheirando um livro é esquisito. - Ele sorriu.

The Camping | Mason ThamesWhere stories live. Discover now