Capítulo 43.

708 72 4
                                    

Rio de Janeiro /Brazil, 21 de Agosto de 2020

Point of view BRUNNA

—Porque ninguém veio? — Perguntei a Ludmilla assim que ela entrou no quarto do hospital.

—Amor, eu já não te expliquei tudo isso pelo telefone? — Ela suspirou estalando um beijo na minha boca e passando por mim em seguida, indo olhar a Liz na maca.

—Você meio que falou grego no telefone — Cruzei os braços e me virei pra encará—la.

Depois de praticamente um mês no hospital, a Liz finalmente recebeu alta. Eu já tinha saído a uns quinze dias, depois de todas as taxas voltarem ao normal. Agora precisava seguir a risca uma dieta, me cuidar direitinho e não correr mais esse risco. Segundo a doutora mais um dia e eu teria batido as botas e levado minha filha junto. Já a Liz tinha ficado o mês todo na UTI e graças a Deus os pulmõezinhos tinham se desenvolvido bem e estávamos indo pra casa.

—A Luane marcou a prova teórica da autoescola, não sabia que você ia receber alta hoje. A Júlia, trabalhando... — O interrompi.

—Tô falando dos meus pais e dos seus.

—Ah — A Ludmilla desviou o olhar da bebê pra mim — Eles queriam que passassemos esse momento em família — Abriu um sorriso colgate em minha direção, eu me aproximei e deixei que ela passasse o braço pelo meu ombro.

Olhamos pra nossa filha ao mesmo tempo. Foi o pior mês da minha vida. Saber que parte de mim tinha ficado no hospital e não pôde vir pra casa no mesmo dia que eu tinha me deixado pra baixo. E tinha mexido não apenas comigo, mas com todos ao nosso redor. Foi um daqueles meses em que tudo parecia descer ladeira a baixo.

Liz estava dormindo, uma das pequenas mãozinhas segurava a chupeta que tinha pegado na noite passada, a outra mexia carinhosamente na própria orelha. Ludmilla soltou um suspiro ao meu lado.

—Ainda bem que esse pesadelo acabou — Falou enfiando o rosto na entrada do meu pescoço — Vamos embora?

—Esperei muito por isso — Sorri observando ele pegar o bebê conforto.

Saímos do quarto sem nem olhar pra atrás.

Do lado de fora a equipe de enfermeiras e a médica tinham formado um corredor e aplaudiam. Todas elas tinham cuidado da Liz com todo carinho e torceram demais por esse momento também. Troquei algumas últimas palavras com a doutora, antes de sermos bombardeados por paparazzis na saída do hospital. Essa parte de ser "a namorada da Ludmilla" era a parte que eu não gostava. Qualé, eu estava saindo do hospital, com uma recém nascida, o senso eles enfiaram no cu, né?!

Mesmo assim não reclamei, entrei no carro depois da Ludmilla arrumar o bebê conforto e fomos embora pra casa. Agora já era realmente a nossa casa, o Fabinho e a Selena tinham decidido morar juntos (mesmo com a Selena querendo fazer isso somente após o casamento) e agora Ludmilla, eu e Liz morávamos juntas e sozinhas também.

Estranhei quando a Ludmilla não levou o carro até a garagem e estacionou praticamente dentro de casa, mesmo assim desci e esperei segurando a bolsa da Liz enquanto ele tirava o bebê conforto com ela do carro. A essa altura ela já tinha acordado, a chupeta tinha caído, mas as mãos pareciam deliciosas. Ela deveria estar doida pra mamar.

Abri a porta da frente já pensando em dar de mamar a ela bem confortável no quartinho, mas fui recepcionada por toda a família e os amigos.

—AEEE! SEJA BEM VINDA LIZ! — Todos gritaram juntos.

—Seus safados, por isso não quiseram ir buscar ela no hospital! — Falei abraçando primeiro minha mãe.

Estava tudo enfeitado, tinha uma faixa de um lado ao outro da sala desejando boas vindas, balões, confetes e um Thiago muito ansioso pra conhecer a prima.

VOSSA EXCELÊNCIA • BRUMILLA Onde histórias criam vida. Descubra agora