PEQUENEZ

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ANNE

Meu sono da tarde é interrompido pelo som de algum ser do mal batendo frequentemente na minha porta. Aos poucos volto para realidade lembrando do que estava sonhando, coro na mesma hora. Eu estava em uma quadra e de repente Jacob aparece com uma bola de basquete e começa a jogar, logo me entrega a bola para ensinar-me a jogar. Ele estava atrás de mim explicando o movimento perfeito para fazer uma cesta. Sua mão tocava meu braço fazendo contato com minha pele, e apesar de ser um sonho parecia tão real que poderia, de fato, sentir o seu calor. Acordo no momento em que jogo a bola na cesta.

- Maninha! – meu irmão grita e me tira dos meus pensamentos – abra a porta, por favor – ele choraminga.

Talvez se eu fingir que estou dormindo ele desiste e vai embora brincar com seus brinquedos, mas ele não para de esmurrar a porta.

- Maninha! – ele continua insistindo - abre, por favor!

Levanto ainda um pouco sonolenta e vou em direção a porta para a abrir antes que Joaquim a quebrasse a base dos socos.

- O que você quer Joaquim? – perguntei tentando ser o mais paciente possível quando vi seu rostinho na porta, que logo sumiu, pois ele passa correndo por mim entrando em meu quarto – Ei!

- Eu não gosto quando você tranca a porta do quarto – ele diz me olhando com um biquinho. Levanto a sobrancelha surpresa.

- Desculpa então dono da casa - digo rindo - O que você quer? Está com fome?

- Não é isso... – ele se joga em minha cama e abraça um de meus travesseiros.

- Então o que aconteceu? Fez xixi na cama? - pergunto indo me sentar do seu lado.

- NÃO! Já sou grandinho. – Luto para não rir da sua fala.

- Então fala!

Ele enrolou as mãozinhas umas nas outras e me olhou. Já sei que ele quer pedir algo.

- Lembra quando prometeu que ia me levar pra brincar? - Lembro-me de ter prometido alguma coisa assim quando fui ao jogo de basquete - Então... Me leva hoje, por favor...

- Joaquim, estou cansada hoje e...

-Por favor maninha, você prometeu!

Eu estou morrendo de fome, mas acho que já estou enrolando Joaquim a bastante tempo, tenho certeza que daqui a uns dias terei desculpa suficiente por conta dos estudos, e além disso, agora tem os ensaios da banda.

- Ok... vamos – seu sorriso se abriu de uma orelha a outra, ele ergueu os bracinhos em comemoração – Pede pra mãe ou o pai te ajudar a trocar de roupa.

- Mamãe acabou de sair.

- Onde ela foi?

- Disse que foi ao mercado e que era pra eu ficar com você.

Agora entendi o porquê Joaquim não parou de bater na porta. Uma coisa que ele odeia - depois de eu trancar a porta - é ficar sozinho.

- Pede para o pai – Falo – Agora, me dê licença para trocar de roupa.

- Não precisa – ele saltou de minha cama – sei me arrumar sozinho – Apenas concordo sabendo que nosso pai não sairia ileso.

Ele saiu e começo a me trocar. Já eram quase seis horas da tarde, mas ainda sim fazia calor, então optei por um short jeans solto com uma blusinha branca. Me sento e calço meu all star de cano médio azul bebê.

Quando terminei de me arrumar Joaquim já estava sentado no sofá apenas esperando por mim. Faltou pouco para quase rir quando vi o jeito em que Paulo – nosso pai – arrumará o cabelo dele.

É assim que Eu te amoWhere stories live. Discover now