Capítulo 13

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— Estou aqui de novo meu Soo. — JongIn entra no quarto e segue até o lado direito da cama, onde deixa um vaso de flores em seguida se senta na poltrona. — Nosso filho ainda está na escola, então não pode vir, mas eu estou aqui com você. — Segura a mão de KyungSoo. — Meu dia foi chato, tive que fazer uns exames por causa do meu acidente, depois fiquei mofando naquele quarto enquanto tomava medicamentos pela veia. Não sei como você aguentava ficar tanto tempo dentro deste hospital, eu não passei nem um dia e já quero ir para casa. — Gargalha, depois fecha a expressão. — Já se passaram muitos anos e eu ainda estou aqui te esperando, sabia que eu escrevi muitas músicas sobre a gente... Sobre você. Eu queria contar para você, quando acordar, mas acho que não irei aguentar. — Sorrir. — Teve uma música que... Bom, eu canto ela todas as noites, depois que saio do quarto onde coloquei todas as suas coisas... Sinto muito meu amor, eu não consegui olhar para elas toda hora, toda vez que eu entrava em nosso quarto eu via suas roupas, seus produtos de beleza... Eu apenas tinha... Desculpas, estou enrolando, irei cantar a música, nosso filho já deve ter decorado de tanto que me ouviu cantar enquanto dedilho as notas na tecla do piano que você me deu de presente, não sei se lembra daquele piano branco... Vamos logo com isso. — JongIn começa a cantar.


Ao contrário do que eu sinto, palavras dolorosas saem de minha boca

Eu fiz você ter dificuldadesE eu estou tendo dificuldades tambémApesar da minha determinação, nada está melhorandoEu sempre te deixo tristeE eu me arrependo disso também

Eu não acho que posso te esquecer

Quando o vento ficou frioAquela noite em que nossas respirações se tocaramCom o vapor saindo de nossas bocasNós nos abraçamos e nos esquentamosCom risos sincerosEram noites em que sonhávamos com o futuroQue brilharia como as estrelas

Eu buscarei através do universo

Até que eu te encontre novamenteEu não apagarei nem as menores memóriasMemórias que foram gravadas nas estaçõesElas vêm e vão de novo e de novoMas eu ainda chamarei por você

Sorrisos e lágrimas, cicatrizes e cura

Perguntas e respostas, elas estão todas em vocêVocê tem o meu mundo, você é meu pequeno universoNo momento em que isso sumir, eu desaparecerei também

As memórias sempre trazem lágrimas

Naquele lugar em que tudo foi levado embora, ooh, queridoApenas resta você

Esses são sentimentos que eu não posso apagar

Em apenas um dia, com apenas uma tentativaEu sinto o quanto dóiOnde quer que você esteja, eu irei até você

Porque isso é amor
Porque é amor


— No fim, eu ainda estou caído. — JongIn diz assim que termina de cantar, com lágrima escorre pelo seu rosto pálido, fazendo o mesmo enxugar na hora. — Eu não queria mais chorar, mas você não está aqui para me fazer sorrir, eu segui caminhando todos os dias pelo nosso filho, mas ainda é tão difícil levantar da cama e continuar sem você ocupando o outro travesseiro ao lado... Apenas volte para mim, volte a me dar aqueles sorrisos e a dizer todos os eu te amo. — Funga. — Eu não consigo aprender a te perder, é tão silencioso quando entro em nosso quarto, eu poderia mentir dizendo que os anos deixaram as coisas mais fáceis... Mas toda vez que volto para casa, estou sozinho, tinha sempre o sinal de adeus... Algo que martelava em minha mente dizendo que aquela não era mais um lar, sem você tudo está incompleto. — Suspira. — Estou cansado meu amor... Tão cansado, eu poderia me deitar no chão e ficar lá durante horas sem me mover. — Solta a mão de KyungSoo e se encosta na poltrona. — Todos os dias eu penso que quando nosso filho se tornar um adulto, enfim poderei descansar. Irei deitar em um mar de calmaria e me deixar levar até você. — Fecha os olhos e sorri enquanto imagina o sorriso de KyungSoo. — Seu sorriso era tão lindo, iluminava meus dias nublados. — Funga enquanto abre os olhos, se desencosta da poltrona e volta a pegar a mão de Do. — Irei voltar para meu quarto.

Assim que JongIn sai do quarto o monitor cardíaco mede batimentos mais elevados que o normal.

O mover de olhos fechado pode ser percebido, e lentamente KyungSoo abre seus olhos e os fecha de novo por ser atingido com a luz refletida nas paredes brancas, sua fase faz uma leve careta, e com lenteza leva sua mão direita que estava com soro e o monitor cardíaco no dedo indicador até seu rosto, ele esfrega seus olhos e depois os tenta abrir de novo, e assim eles os entreabri e observa a sua volta. Todos os seus movimentos eram feitos com lenteza e mesmo assim sentia dores em seus músculos que não eram usados a anos. E no momento que tenta falar algo, nada sai de sua boca, os anos sem usar a voz, atrofiaram suas cordas vocais. Arregalando os olhos, o pânico começa a tomar de conta, ele não sabia o que estava acontecendo e aquele quarto branco não o ajudava. E com a respiração ofegante, seus batimentos cardíacos sobem feito louco, fazendo o aparelho fazer um barulho alto coisa que só fazia KyungSoo entrar mais ainda em pânico, na mesma hora um médico entra no quarto junto de duas enfermeiras, e JongIn atrás seguido da senhora Kim.

— Soo!!! — É a única coisa que KyungSoo escuta antes de perder a consciência.

Linear - KaiSooOnde histórias criam vida. Descubra agora