Chapter 17 - Motorbike ride.

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Toca o sinal da saída. Graças a Deus, parece que passou uma década. Dei a mão a Yasmin, que entrelaçou nossos dedos e caminhamos até o estacionamento, ignorando os olhares (para as nossas mãos, para a minha cara de boba olhando pra ela, e algumas fuzilando a Yasmin também). Saímos pela porta e o calor tinha diminuído, o tempo tava meio nublado, querendo chover. Tirei o boné e o prendi na calça, onde devia ter um cinto.

- Cadê o seu carro Mari?                                                                        

- Eu vim de moto hoje.

- Você tem moto?

- Não te falei? Adoro andar de moto.

- Você é uma caixinha de surpresas. – só sorri pra ela. – Posso contar um segredo? – me limitei a assentir – Eu nunca andei de moto, eu tenho... Sei lá, um receio.

- Pois vai andar numa Sterling 64 agora, sinta-se especial, privilegiada. – paramos ao lado da moto, abri o banco e peguei o capacete reserva. – Toma. Vamos dar uma volta. – pisquei pra ela.

- Eu não entendo nada de moto, mas é bonita. – vi Júlia indo em direção ao carro dela.

- Obrigada e... Peraí, eu tenho um assunto ali com a Ju, já volto. – corri para alcançá-la antes que entrasse no carro. – Júlia! – ela se virou. Cheguei até ela. – Deu certo com a Babi? – ela sorriu largo.

- Mais que certo, foi perfeito e... Se ficar entre nós eu preciso fazer um comentário.

- Vá em frente. – ela colocou as duas mãos nos meus ombros.

- A Babi é muito gostosa. – disse pausadamente. Rachei o bico.

- Tá ok Ju, isso não era necessário.

- Cara, era sim! Só eu sei o que eu vi, senti e passei.

- Menos detalhes, por favor. 

- Só não conto mais porque estamos em público. A gente precisa sair só nós duas de novo.

- É, tava pensando nisso também, saudade de ficar de bobeira com você só falando merda e rindo de qualquer coisa, uma confortando a outra.

- Mas agora temos namoradas. Elas nos confortam. - a olhei estranho. - Precisamos desgrudar delas.

- É Ju, ainda precisamos uma da outra. Elas entenderiam isso. Aliás, elas deveriam sair juntas também, não?

- É mesmo. Cadê a baixinha?

- Tá ali, a gente vai dar um passeio de moto.

- Sei, “um passeio” de moto... Ai Marina, você não toma jeito mesmo. – não pretendo explicar ao que ela está se referindo.

- Ju, é só um passeio mesmo, pela cidade. Não vou fazer nada demais com ela, é minha namorada, poxa. Cadê a Babi?

- O pai dela veio busca-la hoje.

- Ela já contou pros pais?

- Sei lá, acho que não.

- Eu vou conhecer o meu sogro amanhã.

- Sério? Assim, do nada?

- Ele marcou um almoço amanhã. Eu estou em pânico.

- Nunca te vi em pânico, nem quando aquela barata subiu na sua perna aquele dia na casa dos seus pais e você ficou paralisada.

- Naquele dia eu experimentei o medo de verdade, não gosto nem de lembrar. Agora, pra ser sincera com você, tô me cagando de medo do pai dela.

- Você pode estar fodida, mas não abaixa a cabeça não, vai em frente, tenho certeza que você vai conquistar o coroa.

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