Cap. 22: Por trás da escuridão

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"Os homens temem a morte, como as crianças temem a escuridão."
Francis Bacon

Não existe luz se não houver a escuridão, e já nos é de conhecimento que o mal habita nas sombras, oculto, esgueirando-se a procura do momento certo para agir

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Não existe luz se não houver a escuridão, e já nos é de conhecimento que o mal habita nas sombras, oculto, esgueirando-se a procura do momento certo para agir.

Aquilo poderia apenas ter sido uma queda luz corriqueira, um transformador talvez com defeito ou um fusível imprestável. Mas não, aquela não fora uma falta de luz momentânea e nem um acaso do dia a dia, eles o queriam morto, porque ela os tinha contratado para isso e vendo ali uma oportunidade perfeita, decidiram agir.

Calma, não ireis ficar ansiosos antes do tempo, lhes darei os detalhes, os pormenores dessa trama que se desenrola a anos na vida de Helia Pimenta.

E quando digo a anos, falo de muito tempo atrás quando a nossa bailarina rodopiava pelos palcos do teatro espanhol sendo aplaudida de pé por uma plateia eufórica e admirada do seu trabalho.
No meio daqueles espectadores um rosto mais maduro, de olhar penetrante e sorriso enigmático observa mais atentamente a jovem bailarina que ali ainda tinha apenas seus alvos e perfeitos 19 anos.
Um desejo desmedido brota naquele homem e ali ele decide que aquela pequena seria sua.

Otto Niemman, arquiteto já bem conhecido por cada um de nós, era esse o rosto enigmático a olhar nossa bailarina naquele palco. Talvez você tenha pensado que houvesse outro maníaco possessivo na vida de Hélia, mas não, até houveram vários malucos atravessando o caminho dela, porém apenas um foi ardiloso o bastante para se fazer passar por amigo e se aproveitar de um momento frágil da vida dela para torna-la sua esposa.

No início Helia não havia se dado conta da possessividade de Otto, tinha-o como um porto seguro em meio a dor que sentia pela perda de sua mãe. Mas aos poucos a sensação de segurança foi dando lugar a angústia, as brigas se tornaram frequentes, os olhos de Niemman lhe seguindo aonde quer que fosse, o controle até mesmo sobre as suas conversas ao telefone. Helia passou a sentir-se prisioneira. E quando enfim deu seu grito de liberdade, já havia passado cinco anos casada com aquele homem.

Helia viveria uma vida inteira e não poderia agradecer o suficiente a JP por ter lhe dado o suporte que ela precisava para enfim se ver livre daquele casamento que a aprisionava e daquele marido que já lhe causava medo.

Acontece que esse sentimento de gratidão era apenas de Helia, pois seu agora ex marido, sentia era ódio por JP e estava disposto a tudo para lhe tirar de seu caminho e o fazer pagar por tomar dele a mulher que lhe pertencia.

"A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso."
Martin Luther King

Sua primeira tentativa fora frustrada e JP livrou-se do atropelamento. Mas ele não desistiu, e agora iria mais longe, queria a cabeça do benemérito das artes numa bandeja e se pudesse empalharia a tal e colocaria pendurada em seu escritório. Mas não pense que por ter tais pensamentos Otto Niemman é um homem doente, desequilibrado, não... ele apenas é cruel e não esconde isso.

Paralelas do Destino - FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora