Capítulo um

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Sempre me perguntei qual seria a sensação de morrer. Nossas dores deixariam de existir no exato momento que daríamos o nosso último suspiro, ambos esvaindo-se de nosso corpo a caminho de um universo tão vasto.

Ou elas se intensificariam a um nível insuportável e agonizante, sem um fim prévio.

Proporcionaria-nos a sensação de paz ou a de afogamento, nos tornando capazes de embargarmos em cada uma dessas ondas de aflições.

Afinal o que será que a morte nos traz?

O encontro da paz eterna ou sofrimento eterno?

São perguntas que nunca teremos respostas, somente temos nossas hipóteses e crenças, mas nunca uma certeza. Somente temos certeza dos sentimentos que ela deixa-nos, ao simplesmente levar alguém que amamos.

Sentimentos que cada um lida de uma forma diferente.

Instantaneamente temos o sentimento de impotência, por não termos a capacidade de impedi-la, nos restando somente aceitá-la e lidar com a dor.

Esta mesma dor é conhecida como takotsubo, a síndrome do coração partido. Faz-nos sentir como se nosso indefeso coração estivesse sendo esmagado constantemente, onde não conseguimos respirar, somente escutar seus batimentos frenéticos e dolorosos. Não temos controle de nossas lágrimas, que fluem uma depois da outra, transformando-se em um incansável pranto e nossa força juntamente com as lágrimas esvair-se de nós, propícios a destruição total.

De acordo com a psiquiatra suíço-americana, Elisabeth Kübler-Ross, existe cinco estágios do luto:

Negação e isolamento.

Raiva.

Barganha.

Decepção.

Aceitação.

Certamente estou passando por esses quatro primeiros, sem uma data prevista para chegar ao último, a aceitação, se isso for mesmo possível.

Meus sentimentos estão como uma bomba, em seus últimos minutos antes de explodir, levando-me ao fim. A diferença entre eles e uma bomba de verdade é simples, eu vou adiando sua explosão, não por mim e sim por quem eu amo, estou disposta a machucar a mim mesma invés deles.

Mas para tudo existem conseqüências, até para as boas ações, por isso estou perdendo a cabeça aos poucos, perdendo-me a mim mesma neste oceano sem fim, sendo derrubada pelas ondas de aflições. Não sei até quando agüentarei, já estou quase submersa, só minha cabeça está de fora d'água, por isso tem momentos em que me afogo e luto alucinadamente para retornar, pois não posso simplesmente desistir, ainda não posso descansar, eles precisam de mim.

Como Lily e Atlas diziam:
'Continue a nadar'

O problema é que eu já parei de nadar, estou boiando neste oceano, que esta por um triz de me engolir completamente.

Eu sempre me pergunto se é possível ajudarmos alguém com problemas que nos também precisamos de ajuda, será possível alguém quebrada consertar alguém?

Infelizmente ou felizmente a resposta é sim.

Independente disto eu ainda vejo as ondas vindo em minha direção, ansiosas para me levar ao lugar mais profundo do ju oceano, mas tenho que enfrentá-las, mesmo que este não seja o meu desejo.

Só mais alguns minutos e poderei descansar.

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Depois de meses enrolando, resolvi postar meu primeiro capítulo!! Espero que vocês gostem e me deem conselhos para melhorar.

Aconselho a separarem uma grande caixa de lenço, pois essa história fará com que você derrame muitas lágrimas ainda, mas também te fará dar boas risadas, você irá se apaixonar-se.

Aproveitem!! ❤️🙈

As forças do mal Where stories live. Discover now