Capítulo dois

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Essa árdua luta contra as ondas iniciou-se quando a morte veio e levou um dos meus irmãos, Thomas, tinha 25 anos quando foi assassinado pelo nosso próprio pai, em seu próprio aniversário.

Hoje se completa um ano de sua morte, um ano sem seus abraços, seus conselhos, suas piadas sem graça, do seu enorme sorriso, que era sua marca registrada, sem o brilho de seus olhos, de sua risada contagiante e do calor que sentia ao seu lado.

Dói quando percebo que estou esquecendo-me de como era cada uma dessas coisas, de como ele era, ás vezes preciso ver antigas fotos e vídeos, para refrescar minha memória, eu me odeio por isso.

Odeio o fato de que somente um ano foi preciso para me fazer esquecer-se dos seus pequenos detalhes, de fazer com que seu cheiro dissipar-se de suas roupas, sinto medo ao pensar de como será daqui vários anos.

Irei precisar revirar álbuns de fotos para me lembrar dele?

E se me esquecer completamente de nossos momentos juntos?

Esquecer-me do som da sua risada?

Nunca mais sentirei seu cheiro em alguma roupa? Algo que faz com que me lembre de como era abraçá-lo, uma coisa simplesmente impossível hoje e é o que eu mais sinto falta.

Aos poucos sua presença esta indo embora e novamente não posso fazer nada para impedir.

Tem momentos que me deixo acreditar que ele ainda esta aqui, que irei vê-lo e poderei abraçá-lo, que abrirei a porta de seu quarto onde ele ainda estará dormindo, algo que fiz hoje, mas não o encontrei.

As únicas coisas que encontrei foram suas coisas em seu antigo quarto, sua cama de casal no meio dele, que como sempre estava uma zona, seu enorme armário que vivia bagunçado na parede do lado direito do quarto, ao lado da porta do banheiro, a esquerda era possível ver sua janela aberta e sua mesa de estudo toda bagunçada, roupas e sapatos pelo chão do quarto, sem contar os milhares de banners de cantores colocados na parede atrás de sua cama, era possível encontrar 50 cent, Eminem, Post Malone, Adele, Ariana Grande e Bruno Mars entre esses banners, tornando possível perceber seu gosto eclético, sem esquecer-se de milhares de fotos, desenhos e tudo mais sobre lobos, sua paixão e por último o quadro lotado de fotos com a família e amigos ao lado da porta do quarto.

Tudo estava do jeito que ele deixou, nenhum de nós teve coragem de arrumar e sinceramente deixaria de ser o quarto dele se arrumássemos, mas inevitavelmente foi perdendo a cor e o calor que tinha com o passar dos meses.

Então adentrei seu quarto, com seu cupcake favorito em mãos, de chocolate com cobertura de morango e recheio de creme, com uma vela em cima, como sempre fazíamos nas manhãs de nossos aniversários, este era o 26º dele, mas o primeiro sem ele.

Ao olhar para sua cama sem minha permissão uma lembrança de seu último aniversário veio á tona.

*Lembrança on*

- Bom dia, smurf! – Max, meu irmão, me cumprimenta ao adentrar a cozinha, pelo visto tinha acabado de acordar, ainda estava de pijama e com a cara amassada.

- Bom dia... – respondo enquanto me concentro em terminar o cupcake de Tommy.

Max se debruça ao meu lado e me da um beijo na bochecha, eu o olho de lado e dou um sorrisinho, ele sempre teve esse costume. Peço a ajuda dele para terminar o cupacke, uma das únicas coisas que sabia fazer na cozinha.

Assim que terminamos vamos em direção ao segundo andar, onde ficavam os quartos, ansiosos para surpreender Tommy.

Ao abrir a porta de seu quarto logo o avistamos deitado em sua cama ainda dormindo, olha para Max e sinalizo para que acenda a vela com o isqueiro que estava em sua mão, assim que acessa começamos a cantar parabéns.

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⏰ Last updated: Apr 15, 2023 ⏰

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