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𝕷𝖎𝖆𝖓𝖆.
Foi quando eu vi o Cristo redentor que eu senti novamente o sentimento de esperança ,que vem como um apaziguar , porque traz a sensação de que,mesmo sem controle,nem tudo está perdido. Pois a esperança é algo que não se nomeia, não se controla, simplesmente se acredita, independentemente de tempo e condições. Era sinal de que ainda estou no Rio de Janeiro e não no outro lado do mundo como achei que estava.
Lucas: é lindo não é?
Liana: sim! É lindo - eu sorri pois era algo involuntário. Estar aqui em cima,sentir o frio na barriga com as curvas que o helicóptero faz é uma experiência gostosa de sentir.
Lucas: O que foi isso? - escuto que ele pergunta e eu o olho no mesmo instante encontrando com seus olhos de surpresa.
Liana: o quê? - indaguei confusa.
Lucas: isso no seu rosto - ele aponta com o dedo,ainda sério e acho que admirado. Eu continuo calada olhando sem entender. Percebendo isso ele prosseguiu - Foi um sorriso ? - pergunta com uma expressão maravilhada. Eu continuo calada,pois o que diria ? sim era um sorriso! O que há demais ? - Desde que… Que te trouxe para cá que não vejo mais um sorriso no seu rosto - Lucas continua a falar e ele estava feliz com isso - Desde a última vez… - ele fala e de repente estou o encarando nos olhos,assim como ele também faz o mesmo comigo. Subitamente estou lembrando da última vez que nos vimos,quando ele me beijou e eu retribuí sem pensar. Esse dia não é um dia bom de lembrar,não para mim. E ele nem está falando desse dia, está falando da última vez que nos vimos antes do Thiago saber. Quando ainda havia frio na barriga ao encontrá-lo,tão bonito,tão gentil , tão cavalheiro e além de tudo aparentando muito interesse em mim.
Viro o meu rosto depressa e não dou a ele mais abertura para continuar com essa conversa estranha. Continuo admirando. Alguns minutos ainda sobrevoando quando sinto a mão de Lucas na minha.
Eu tiro depressa minha mão de debaixo da sua.
Lucas talvez nunca entenderá que o fato de eu estar feliz com algo que ele fez não mudará em nada as circunstâncias?
O clima ficou estranho e eu também. Logo descemos de volta ao heliponto da casa. Lucas me ajudou a descer do helicóptero e eu resolvi tentar ser um pouco simpática com ele pois apesar de ele não deixar de ser um louco psicopata,ele foi um alienado que me fez de fato ficar alegre e me arrancou sorrisos sinceros com o que fez hoje.
Liana: Lucas - eu chamei sua atenção enquanto o mesmo estava falando algo com o piloto. Logo sua atenção estava voltada para mim - Obrigada! - digo apenas. Sorrindo sem mostrar os dentes. Pois,embora,ele não merece muito mais que isso. Ele ainda não tem o meu perdão e ele não me convenceu e nem me convencerá a acreditar que é aqui com ele que devo ficar,mesmo depois de tudo. Ele não chegou nem perto de me fazer mudar de idéia sobre querer fugir por aquele bendito buraco que por Deus eu achei!
