═ 6 ═

307 43 35
                                    

⁝ Nos encontramos novamente

—Taehyun! — Beomgyu gritou sem perceber, apertando as grades com uma força descomunal sem nem ligar para a dor.

Pôr os olhos em Taehyun depois de três anos foi algo que mexeu com seu coração de uma forma que sabia que mexeria, mas o pegou de surpresa mesmo assim. Seu coração batia tão forte em seu peito que poderia quebrar suas costelas e sair de seu corpo, seus olhos ardiam com as lágrimas que ameaçavam aparecer. Aquele sentimento era forte demais, era estrondoso como um trovão e balançou tudo dentro de Beomgyu, que sentia muita falta, que amava muito, que sentia muito. Que queria arrebentar aquele portão com a força que nem tinha e correr para os braços do homem de cabelos cinzas que o olhava desacreditado do outro lado.

Beomgyu esperou. O guarda com quem falou há alguns minutos se aproximou e abriu o portão com um movimento simples com a mão, as compridas grades de ouro puro se abriram. Beomgyu poderia ter desabado ali mesmo, mas se forçou a dar um passo à frente, o próximo foi mais fácil que o primeiro, e o que veio depois mais ainda. E então estava correndo.

Não mandou suas pernas pararem, apenas correu, sentindo aquele sentimento todo aumentar cada vez que percebia a distância entre ele e Taehyun diminuir. O meio fada não tinha piscado desde que pusera os olhos em Beomgyu, e não piscou quando abriu os braços, esperando ansiosamente pelo encontro que viria. Até que aconteceu. Beomgyu se chocou contra Taehyun, mas ele não caiu e o segurou firme em sua cintura, girando para aliviar o impacto. Eles se apertaram com toda força que tinham, Beomgyu sentiu o cheiro de Taehyun o inundar por inteiro, a felicidade quando se deu conta de que não precisava mais forçar sua memória para lembrar daquele cheiro foi arrebatadora. Passou a mão pelos cabelos cinzas e sentiu a auréola dele se desfazendo e fazendo-se novamente por seus dedos, como uma fumaça que não podia sair de sua forma.

Taehyun segurou Beomgyu por o que poderiam ter sido horas, dias, e eles não teriam se importado. Seus braços envolveram a cintura fina do humano, suas mãos tocando o corpo dele firmemente como se não acreditasse que ele fosse real, mas ele era. Taehyun esperou cem anos por esse momento, aguardou pacientemente sem nem ao menos ter certeza de que chegaria a encontrá-lo novamente, por cem primaveras esteve olhando para as estrelas no céu enquanto imaginava o rosto de Beomgyu, que começava a se tornar turvo em sua memória. Mas agora podia ver aquele rosto, não precisaria se preocupar em talvez esquecê-lo porque lá estava ele, bem na sua frente, em seus braços. O coração de Taehyun se abriu como um broto de flor na manhã de primavera, exalando aquele sentimento que sabia que ainda estava ali, e que nunca abriria mão.

—Você é real! — a voz de Taehyun fez Beomgyu tremer, tinha se esquecido como ela soava quando estava incrédulo.

—Eu sou real! — Beomgyu se afastou bem pouco, apenas para conseguir olhar nos olhos de Taehyun, aqueles grandes olhos brilhantes que pareciam penetrar sua alma. Sua auréola brilhava intensamente em rosa. Poderia ter chorado, mas por algum motivo não o fez, ao invés disso um sorriso extremamente contente tomou seus lábios. — E eu te encontrei.

—Esperei pelo dia que encontrasse — Taehyun não esperou mais e colou seus lábios nos de Beomgyu. Aquilo foi como uma explosão que causou um terremoto nos dois, sacodindo seus corações da forma que sempre fizera. Taehyun sentiu o frio no estômago conforme suas línguas dançavam, sabia que sentiria, mas o surpreendeu da mesma forma. O mundo ao redor não importava quando a saudade os tinha consumido por tanto tempo, os meninos que os observavam podiam esperar, tudo poderia esperar, precisava esperar.

Quando se separaram o mundo em volta começou a voltar as suas percepções, ficaram envergonhados com os olhares dos outros, mas teriam feito tudo novamente. Soobin, que segurava a bolsa de Beomgyu, tinha se aproximado e estava há alguns passos de distância, Yeonjun o observava dos pés a cabeça. Hueningkai ainda pensava em algo para quebrar o silêncio, o que era difícil quando nenhum deles acreditava no que tinha acontecido e que finalmente tinham se encontrado outra vez.

Tinnitus | Taegyu Where stories live. Discover now