cap 4. Alone

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Já havia se passado uma semana, uma longa semana de terror. Cada dia eu me sentia mais próxima da morte, nunca dei tanto valor em coisas pequenas como abraços e conversas com pessoas na rua.

Eu estava faminta, não comia a dois dias, e quando comia, era apenas um pequeno prato que servia somente para abrir meu apetite, nunca sacia-lo

-Boa noite Verônica- Abria a portinha de ferro - Sentiu fome?

-Imagina! Só estou quase desmaiando...você é burro ou se faz?- Grito enraivecida

-O que foi que você disse?- Tirou a faca da cintura

-Estou sim meu amor, agradeceria se você me alimentasse pelo menos um pouco- Digo trêmula

-Foi o que pensei- Volta a guardar a arma branca abaixo de sua blusa- Pegue isto

Deposita um pequeno prato com arroz e um pedaço de carne a poucos centímetros de mim. Olhava para ele tentando me conter, mas a fome grita enquanto minha vontade de ir contra seus joguinhos apenas sussurra.

-Boa garota- Acaricia meus cabelos como se eu fosse um animal assustado- Pronta pra cuidar de suas feridas?

Puxa meu braço bruscamente fazendo-me dar um baixo gemido de dor:

-Nossa está realmente feio não é?- Enfaixa em volta do corte feito por ele mesmo- Você deveria ser mais cuidadosa, ou coisas assim simplesmente acontecem.

Minha repulsa era evidente, seu toque me fazia sentir suja. Seu olhar me lançava um peso nas costas.

-Não me olhe assim, só estou educando minha garota. Quem ama educa, não é o que dizem? Sendo assim, sou um ótimo namorado não sou?

Depois de desinfetar e cuidar de minha feridas Maycon me beija novamente:

-Isso é tudo que eu sempre sonhei: Você,só para mim.

Começo a chorar assim que ele sai da sala, eu estava cansada, o arroz parecia sem gosto algum para mim e a sala mais escura do que costumava ser.

Eu estava sozinha, ninguém me ajudaria e talvez eu passaria o resto de meus dias ali. Eu sabia que não podia fazer nada quanto a isso, este era o fato que mais me entristecia

ALONEWhere stories live. Discover now