Capítulo 3 - Aos seus serviços

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Notas: Boa noite, amados! Aqui está mais um capítulo dessa história! Espero que gostem e não se esqueçam de votar e, caso queira, comentar sua opinião sobre o capítulo! 

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- Talvez eu esteja ficando louco - O homem murmurou para si mesmo, sentando-se no piso de madeira da varanda. Ele cruzou as pernas, apoiou os cotovelos no joelho e usou as mãos para apoiar a cabeça, que agora estava pesada demais, doendo. O ruivo queria que sua mente parasse por cinco segundos, ficasse vazia e se acalmasse por si só, mas era impossível, ele sabia - Talvez eu realmente esteja ficando louco. Estou prestes a fazer quarenta e cinco anos, Deus! E estou à beira da loucura, do precipício que é a velhice.

Amélia, da porta, ouvia o exagero de seu patrão. Vincenzo já se achava velho com seus quarenta e poucos anos, então ela deveria se considerar adulta com apenas vinte? Ela respirou fundo, secou as mãos num pano de prato, o colocou no ombro e seguiu até o ruivo. Vincenzo ouviu os passos, parou de falar sozinho e virou-se, dando de cara com um sorriso meigo e juvenil que Amélia tinha.

- Pessoas com sessenta anos são velhos, você não - Ela disse, sentando-se ao lado dele. Vincenzo encarou a empregada durante alguns segundos. Às vezes sentia vontade de lhe dar uns bons tapas por ser tão enxerida, mas lembrava que ele mesmo lhe deu essa liberdade, ele não podia reclamar da própria ordem e, querendo ou não, queria que Amélia se sentisse em casa, apesar de trabalhar nela - Eu gostaria de ter alguém para me ajudar com a limpeza, sr. Ricci.

Esse pedido viria um dia, Vincenzo sabia. A casa era grande demais, tinha cinco quartos, sendo quatro deles uma suíte com closet e tudo o mais. As três salas eram extensas, com lareira e televisão. Ele não usava todos os cômodos, vivia mais em seu quarto e em seu escritório, mas a poeira entrava por todas as janelas. Amélia dava conta, sim, mas estava ficando cansada.

- Você quer ter um tempo a mais de folga - Ele traduziu sua frase e ela assentiu, após alguns segundos. Ela tinha um quarto ali. Um quarto amplo, com cama, computador, televisão e um guarda-roupa que ocupava uma parede inteira, mas ela também tinha uma família. Seus pais moravam em uma casa pequena, simples. Sentiam falta da filha e não queria a presença dela apenas nos finais de semana. Estavam ficando velhos, doentes, e em breve partiriam. Ela precisa aproveitar o que ainda lhe restava - Poderia ter sido mais clara. Não precisa falar com enigmas.

- Me desculpe, sr. Ricci... mas sim, eu quero um tempo a mais de folga. Eu praticamente moro aqui, mas não posso esquecer que tenho pai e mãe, que precisam de mim, que sentem a minha falta - Ela explicou e ele compreendeu, assentindo - Eu apenas prec...

- Irei arrumar alguém para lhe ajudar - Ele a interrompeu, voltando a olhar para o horizonte. Ela sorriu, vitoriosa. Estava prestes a comemorar, mas Vincenzo ergueu a mão, cortando sua animação ao meio - Seu tempo será reduzido e, consequentemente, seu salário.

Seu sorriso desapareceu e, por um momento, ela se sentiu frustrada, mas sabia que aquilo era o melhor que iria conseguir no momento.

- Necessito encontrar uma babá para me auxiliar no cuidado de Alessia - Essa ideia surgiu em sua mente e ele contraiu os músculos faciais, formando uma careta de maneira cômica. Amélia fez um esforço para não rir.

- Você acredita que eu ficaria com Alessia? Acha que o padre me convenceu? Acredita que ela me convenceu com essa história de bruxos e tudo mais? Eu não sou um tolo, Amélia - Ele pronunciou de forma rude, e a garota desviou o olhar, sabendo que tinha dito mais do que deveria - Essa criança precisa de tratamento psicológico, e eu ainda a quero longe de mim

- Ela é tão frágil, senhor Ricci. Está extremamente magra, com olhos afundados... você possui tudo o que ela necessita. Alimentação, moradia, conforto... amor. É isso que se oferece a uma criança - Ela falou com grande experiência. Vincenzo revirou os olhos.

A garota em minha portaOnde histórias criam vida. Descubra agora