No Place For Promises (tradução)

capítulo 30: Casa Eichen

Stiles odeia este lugar. Só de olhar para ele o desejo de dobrar o rabo e correr na outra direção. O portão por si só dá uma sensação agourenta de desgraça e desespero. Stiles sentiu isso o suficiente nas últimas duas semanas, ele não precisa de segundos. Engolindo o nó na garganta, ele levanta a mão, com a intenção de apertar a campainha, então a levanta mais alto e passa os dedos pelos cabelos. Porra. Por que isso é tão difícil de novo? Ele esteve lá com Lydia. É de Peter que ele tem medo? Não. Não. Por que deveria ser Peter? Ele conhece Peter. Ele saiu com Peter. Mesmo na pior das hipóteses, Peter apenas ofereceu-lhe a mordida e aceitou seu sarcasmo.

É o prédio. As memórias que ele não consegue esquecer e as que ele não consegue lembrar. É o aviso de Brett. As adagas escondidas sob suas roupas.

“Não precisamos fazer isso”, diz Lydia, deslizando os dedos entre os dele para apertar sua mão.

Stiles a segura. Se ele não pode nem mesmo fazer isso, se ele não pode nem confrontar Peter e enfrentar o que quer que o assuste em Eichen House, como diabos ele deve lidar com os Dread Doctors e seu monstro? Ele precisa fazer isso. Ele precisa fazer isso por si mesmo, por sua sanidade e para evitar que a tempestade de merda se forme atrás de Peter Hale. Eles podem evitar isso. Eles podem parar isso antes que fique fora de controle.

Chega de reagir quando é tarde demais. É por isso que ele está fazendo isso. É por isso que ele precisa fazer isso.

Certo?

Ele balança a cabeça. Não é hora para dúvidas. Stiles olha para Theo, tenta avaliar o que ele está pensando sobre esse plano. Em vez disso, ele percebe como Theo contempla a mão de Lydia em Stiles. Ele inclina a cabeça um pouco, quase como um lobo por natureza, antes de olhar para cima e chamar a atenção de Stiles. Para sua surpresa, Theo sorri, ainda que brevemente, e se vira novamente, enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans sem fazer barulho. Hã. Ele é realmente tão despreocupado com Lydia? E isso mudaria se ele soubesse o quanto Stiles a esmagou apenas um ano atrás? Ele observa Theo por mais algum tempo, observa como ele agora está altamente focado em algo na direção oposta.

Mas ainda há um sorriso puxando os cantos de sua boca.

Stiles morde o interior da bochecha e volta sua atenção para Lydia, para o assunto em questão. Ele não tem tempo para uma distração. Não agora. “Eu preciso fazer isso, Lydia. Posso impedir qualquer coisa que Peter tenha planejado antes que exploda na minha cara". Stiles engole, afastando-se de Theo, e aperta a mão de Lydia com força. “Não podemos... não posso continuar fugindo das coisas. Eu tenho uma responsabilidade agora, quer eu queira ou não. Se as pessoas morrerem porque ignorei meus instintos, o sangue delas estará em minhas mãos. Eu estava possuído por uma raposa. Sou parte do motivo do retorno dos Dread Doctors. Se conversar com Peter nesta paisagem infernal por cinco minutos protegerá pessoas inocentes de morrer no futuro, farei exatamente isso.”

Juntando as sobrancelhas, Lydia o estuda por um momento. "Tudo bem", ela sussurra eventualmente, "tudo bem".

Theo aperta o botão, sem correr o risco de Stiles mudar de ideia, e cruza os braços. Não leva dez segundos até que um leve zumbido seja audível. Os portões da frente se abrem, rangendo como todos os portões da frente em todos os filmes de terror. Stiles odeia exatamente tudo sobre isso, mas ele está apertando a mão de Lydia novamente, ignorando a vontade de agarrar a de Theo também, e começa a subir as escadas. É a decisão certa, mas isso não significa que não seja ruim.

Stiles olha brevemente por cima do ombro. Ainda faltam alguns segundos. Parte dele quer correr de volta para a caminhonete de Theo, virar a responsabilidade para o alto e voltar para casa. Mas ele não vai fazer isso. Ele tem que cuidar do equilíbrio agora, e isso significa que ele tem que deixar de lado suas próprias necessidades.