Capítulo 1

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Dedico esse capítulo a jovens que cresceram rápido de mas para suas idades.

A um estudo que mostra que o tempo médio para um homem se apaixonar ou ter sentimentos realmente relevantes é de aproximadamente 80 dias, porém, para as mulheres, leva um pouco mais de tempo, em torno de 134 dias, outro estudo prova que, 61% das mulheres acreditam no amor à primeira vista, contra 72% dos homens. Para mim até pouco tempo atrás acreditava que isso eram apenas dados infundados, e que isso não acontecia com todo mundo, afinal nem mesmo os números podem ser tão exatos assim como eles dizem, como podem estudar algo que acontece com os sentimentos, como o cérebro pode estar tão ligado assim, com nosso coração? Talvez fosse apenas mais umas das várias invenções dos humanos para comprarmos mais produtos relacionados a uma data muito comemorada em vários países, o famoso Dia dos Namorados, quem não iria achar meigo alguém se declarando dizendo que ele é uma das pessoas cientificamente comprovadas que acredita no amor à primeira vista.

Porém, estranhamente foi quase que pontualmente o tempo que levei para me apaixonar por aquele homem, a princípio quando o vi pela primeira vez, o achei apenas bonito e acreditava que nunca mais o veria, seria apenas alguém esperando seu ônibus chegar e finalmente ir embora, mas quanto mais o via, mas percebia que meu dia se tornava estranhamente melhor, e me pegava pensando nele, o imaginando em diversos cenários em minha cabeça apenas para passar o tempo, poderia me achar louca por isso, afinal nunca nem mesmo falei com ele, havia começado apenas como uma admiração era como observar a primavera, suas diversas árvores coloridas, flores desabrochando e o maravilhoso frescor que a mesma traz, tantas fragrâncias diferentes das flores e árvores, era como sentir a alma renascer após senti-las e observá-las por tanto tempo. 

Só que assim como a primavera vai embora para mim, essa admiração não passava disso, nunca me aproximei ou tentei iniciar uma conversa, não queria parecer alguém estranha, mesmo que não precisasse de muito esforço, não tinha essa coragem, mas estava tudo bem, sabia que aquele era um sentimento passageiro, então não tinha nenhuma esperança, principalmente se ele fosse alguém comprometido, nunca olharia ou notaria sequer uma menina como eu.

Ouvi o som irritante do despertador do meu celular indicando, mas um dia de trabalho, abri os olhos sentindo o calor da luz do sol em meu rosto, me lembrando que havia esquecido de fechar as cortinas na noite anterior, parece que será um dia quente novamente, já irritada com o "TRIM" do relógio estiquei a mão e alcancei o aparelho em minha mesa de cabeceira, deslizei o dedo para a direita e desliguei aquele som irritante, suspirei fundo com preguiça de levantar, parei apenas alguns segundos olhando para o teto tentando encontrar coragem para encarar aquele novo dia, era sempre assim todo santo dia, mas não havia escolha a vida adulta chamava por isso, claro como poderia ajudar minha mãe a manter uma casa principalmente após acabar a escola, afinal passava mais da metade do tempo na escola, luz, água, gás, e até mesmo alimento era apenas fácil economizar.

Logo quando ela também trabalhava almoçar em seu trabalho ou em minha escola era simples e economizava uma boa grana, nossa casa era mediana, dois quartos, sala, cozinha e um banheiro era o máximo que tínhamos ali, mas também para que precisaríamos demais?

Minha mãe havia sofrido um acidente que a fez ficar paraplégica logo a mesma ficou incapacitada de continuar trabalhando já que a mesma dependia de uma movimentação mais livre e, já tendo uma idade avançada tudo se tornou ainda mais difícil para ela voltar a trabalhar, ainda me admirava muito sua força mesmo em uma cadeira de rodas ainda faz doces e salgadas para vender e ajudar como pode em casa, sempre me preocupava com a mesma sozinha em casa, mas depois que a vi se virando, conseguindo se alimentar, tomar banho em sua cadeira própria para isso e diversas outros assuntos que precisavam de atenção, pude relaxar, desde, ao básico até o difícil ela ainda conseguia fazer tudo sozinha e com facilidade, por sorte ela era magra, então era realmente mais fácil sustentar o próprio peso quando precisasse. Sei que quando a idade chegar totalmente, vou precisar cuidar dela tendo, mas atenção e minuciosamente, porém, até lá tudo continua sob controle.

Perspectivas do destinoWhere stories live. Discover now