Capítulo 2 | Borracho Insoportable!

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Martín respirou profundamente por três vezes, mas não conseguiu entrar.

Seu olhar encontrou Luciano, que o fitava aguardando uma reação. A percepção de que ainda mantinham as mãos unidas trouxe um novo suspiro.

"Talvez, a Colômbia estivesse certa", pensou. "Eu deveria realmente fazer algo e deixar a lógica de lado... só por hoje"

Seu olhar desviou-se para as mãos entrelaçadas.

— Talvez... — murmurou, mantendo o contato visual com Luciano, apertando suavemente sua mão — No lo sé... ¿C-cómo?

Antes que pudesse concluir sua frase, Martín foi abruptamente interrompido. Luciano o puxou para dentro do quarto, deixando-o momentaneamente desorientado.

— ¡Qué mierda! ¡Maldito idiota! — protestou Martín, recuperando-se do susto.

— Você é muito indeciso, corazón — Luciano sussurrava, mantendo-o firmemente contra a parede — Se fosse por você, passaríamos a noite inteira lá fora... — aproximava-se lentamente de seu pescoço, como se saboreasse cada instante.

— B-Brasil — Martín sussurrou baixinho, sentindo a respiração quente de Luciano acariciar seu pescoço. Tentou afastá-lo, mas sua vontade de resistir se esvaziava ao sentir os músculos do moreno contra suas mãos — O que você supõe que... 

— Sshhh, Argentina... — com um toque suave, ele segurou as mãos do loiro e as levou acima da sua cabeça, prendendo-o mais contra a parede, com seus corpos totalmente encaixados — Eu desejo você há tanto tempo, corazón — sussurrou com um gemido manhoso no ouvido de Martín, mordendo delicadamente o lóbulo de sua orelha.

— O-Oquê!? — Martín o com força para longe dele, com os olhos arregalados — ¿Qué dijiste, imbécil? — continuou a fitá-lo com seriedade, perplexo com suas palavras. 

— Porra, Martín! — o moreno xingou, passando as mãos pelos cabelos, tentando se recuperar do forte desejo que o consumira ao ter o loirinho em seus braços há poucos segundos — Eu te desejo. — encarou sério os olhos do argentino, cruzando os braços sobre o peito — Pensei que você fosse mais esperto, já tivesse percebido isso, idiota. — revirou os olhos com frustração.

— ¡Cállate, brasileño de mierda! — apontou o dedo na cara do brasileiro, aproximando-se com raiva — Como eu ia saber que você tem interesse em mim? Você é tão sem noção, sem pudor, vivendo paquerando todo mundo o tempo todo e me provocando, me tirando do sério! — o argentino revirou os olhos, cruzando os braços, imitando o brasileiro — Boludo!

O silêncio tenso pairava entre os dois, como se o ar estivesse carregado de eletricidade. Os olhos se chocavam em uma briga silenciosa, até que, de repente, um suspiro escapou dos lábios de Luciano.

— Eu te cantei a noite inteira, seu branquelo burro! — jogou as mãos para o alto, frustrado — A noite inteirinha, Martín! — enfatizou, o tom carregado de incredulidade permeava suas palavras — E não foi só essa noite, você sabe muito bem, seu cego. Estou te dando sinais há muito tempo. Nunca passou pela sua cabeça que eu pudesse estar falando sério? — questionou, buscando nos olhos do argentino algum sinal de entendimento.

— ¡Por supuesto que no! Como aquilo de hoje podem ser cantadas? — respondeu o argentino, abismado pela ousadia do moreno em afirmar que toda aquela bobagem era uma forma de flerte, e pior, um flerte que devesse ser levado a sério? ¿Quién se lo tomaría en serio? 

O cômodo permaneceu em silêncio absoluto. O moreno olhou para o argentino com incredulidade, como se ele fosse um ser de outro planeta, enquanto o loiro tentava compreender em que mundo aquilo poderia ser considerado uma cantada.

Paixão De Rivais (BRAARG)Where stories live. Discover now