Capítulo 11

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P.O.V NOAH

Eu me encontrava no meu apartamento, sozinho e afundado em pensamentos sombrios. Os últimos três dias haviam sido um verdadeiro pesadelo desde que Josh sumiu sem deixar vestígios. Desde que apareceu  minha vida se transformou em um verdadeiro inferno. Dois seguranças me perseguiam constantemente, como sombras que eu não conseguia me livrar. Estava enlouquecendo mais a cada minuto que se passava, essa situação estava fora de controle, e eu não sabia como retomá-lo. Andar de um lado para o outro não era o suficiente para organizar meus pensamentos

Frustrado e com raiva, sentei-me no sofá, olhando para o vazio. Eu sabia que precisava encontrar uma solução, uma maneira de me libertar dessa situação sufocante. A ideia de voltar a trabalhar boate era irrelevanta, Bryan e Simon na aceitaria uma recontratação por medo da fúria de Josh. Eu estava cansado de ser apenas uma peça no jogo dele.

Decidi abrir meu laptop e procurar por opções para relaxar, qualquer coisa que pudesse me tirar desse caos. Até procurar um novo emprego, eu já tentei. Mas toda vez que eu tentava encontrar um trabalho ou uma oportunidade, os seguranças logo estavam em meu encalço. Era como se Josh tivesse entrado na minha vida apenas para destruí-la.

O pico de ódio veio quando me deparei com uma reportagem online. As palavras saltavam da tela, anunciando um possível romance entre Josh, o poderoso empresário, e uma modelo deslumbrante. Fui tomado pela raiva quando vi as fotos dos dois, saindo de um hotel luxuoso em nova York, em um beijo apaixonado. Aquilo era demais para acreditar. Todo o rancor e estresse que eu havia guardado dentro de mim pareciam explodir no momento em que meus olhos encontraram aquela imagem.

Eu me sentia um completo idiota,  humilhado. Enquanto eu estou aqui sendo vigiados 24 horas por dia, tendo minha privacidade invadida, sem conseguir trabalhar e sendo mantido em cativeiro prática. Ele está se divertindo, e provavelmente com uma namorada.

"Você é meu. Assim como, eu sou seu!"

Foi o que ele disse a três dias atrás. Até parece que eu iria acreditar nessa baboseira. Josh me usou, brincou comigo como se eu fosse descartável. Ele se infiltrou na minha vida apenas para se divertir, e me levar ao abismo da insanidade com a sua manía controladora. Sentimentos de raiva, irá, e frustração se misturaram dentro de mim. Eu estava no limite.

Deixei meu laptop de lado, incapaz de encarar mais burrice por medo da morte sendo expostas diante dos meus olhos. Levantei-me, andando de um lado para o outro no apartamento, tentando encontrar alguma saída, uma maneira de recuperar minha vida e minha dignidade.

Foi nesse momento, no ápice do meu desespero, que decidi que era hora de me reerguer. Eu não poderia mais permitir que Josh controlasse minha vida e me fizesse inferior a ele. Era hora de encontrar minha própria força, de lutar por minha segurança e liberdade novamente.

Respirei fundo e reuni minhas últimas energias. Apesar do medo e da incerteza que me consumiam, eu estava determinado a encarar ele se fosse preciso para ter minha vida de volta. E caso eu não conseguisse aqui, iria para outro lugar, mas Josh Beauchamp nunca mais. E como a fênix irei renascer das cinzas.

Decidido a enfrentar tudo, preparei-me para voltar à boate. Sabia que não seria uma tarefa fácil despistar os seguranças que Josh havia colocado em meu encalço, mas estava determinado a conseguir entrar. Vestindo roupas simples e mantendo-me atento a cada passo, saí do apartamento pela escada de incêndio. Mesmo que por pouco tempo eu já sabia como funcionava organização dos seguranças, enquanto um ficava na porta do meu apartamento o outro ficava na parte de fora do prédio. E a escada de incêndio dava direto para um beco fora do prédio. Tinha que ter o máximo de cuidado para não ser visto, coloquei um boné e sai do beco em um momento de distração do segurança. E quando virei a esquina respirei aliviado, chamei um Uber e fui para a boate.

Cada esquina que dobrava, olhava, certificando-me de que não estava sendo seguido. Os seguranças eram profissionais, treinados para vigiar de perto e de longe cada movimento meu. Assim que cheguei à boate pedi ao motorista para que pareceum pouco distante. Meu coração batia acelerado enquanto observava a entrada, verificando se algum sinal dos seguranças se aproximava. Com um suspiro de alívio, entrei furtivamente no estabelecimento, pela lateral 

A atmosfera pulsante da boate me envolveu, a música alta e as luzes brilhantes criavam um cenário caótico. Tinha saudade de minha performance no pole dance. Meus olhos buscaram o escritório de Brayan. Com passos determinados, me aproximei da sua sala onde ele estava.

Brayan me olhou com surpresa e um toque de apreensão. Eu podia sentir a tensão no ar enquanto nos encarávamos. Minha voz saiu mais firme do que eu esperava quando finalmente falei.

— Brayan, preciso conversar com você. Quero meu emprego de volta. — disse, minha voz carregada de raiva.

Ele suspirou, apertando os lábios antes de responder, sua expressão se tornando apreensiva.

— Noah, sinto muito, mas não posso te dar seu emprego de volta. Aconteceram muitas mudanças, e você sabe disso, e não tenho autorização para reconforta-lo. — frustração tomou conta de mim.

— O que você quer dizer com mudanças? O que aconteceu? — Brayan abaixou o olhar por um momento antes de me encarar novamente.

— A boate foi vendida, Noah. E o novo proprietário... é o Lobo, o Sr. Beauchamp.

A notícia me atingiu como um soco no estômago. Josh havia se infiltrado até mesmo nesse aspecto da minha vida. A raiva borbulhava dentro de mim, mas eu precisava me manter focado e controlado. Não podia perder o controle.

— Então ele conprou a boate... E me proibiu de entrar aqui novamente? — perguntei, minha voz trêmula de indignação. Brayan assentiu, olhando-me nos olhos.

— As ordens foram claras, Noah. Ele não quer mais você aqui. Disse para nunca mais permitir que você entre. E isso deveria acontecer. Como você entrou aqui.

A revolta fervia em minhas veias, e nem estava prestando atenção em Brayan. Josh estava brincando comigo, manipulando cada aspecto da minha vida. Eu não podia mais aceitar isso. Sai do escritório batendo a porta e fui para o bar, precisava de uma bebida para relaxar.

No entanto, mal tive tempo de relaxar quando o caos irrompeu. Empurrões e gritos ecoaram pela boate, anunciando uma briga iminente. Os clientes entraram em pânico, buscando desesperadamente uma rota de fuga.

Instintivamente, busquei abrigo nos camarins, onde a confusão era menor. As palmas das minhas mãos suavam, meu corpo tremia de nervosismo. Era a primeira vez que isso acontecia dentro da boat.

Enquanto observava pela fresta da porta, vi as pessoas correndo desesperadamente, tentando escapar do perigo iminente. O som de um tiro ressoou, cortando o ar como um aviso mortal. Uma onda de pânico se espalhou pelo meu corpo.

Com um último suspiro de coragem, fiz meu movimento, aproveitando a distração para deslizar pelos corredores e sair da boate. Cada passo era uma luta contra o medo que ameaçava me paralisar. Mas eu não podia desistir. Eu não poderia ficar no meio daquele fogo cruzado.

Finalmente, encontrei um beco vazio e me recostei contra a parede, ofegante e trêmulo. O perigo ainda estava presente, mas eu havia escapado, pelo menos por enquanto. Meu corpo e minha mente estavam exaustos, e a adrenalina que me sustentara até então começou a se dissipar.

Desorientado e em estado de choque, desmaio no beco escuro. Minha mente estava cheia de imagens perturbadoras e meu corpo estava exausto. A escuridão me envolveu, levando-me para um sono profundo.

Até o próximo...

Meu Traficante Obsessivo - Nosh, +18, MpregWhere stories live. Discover now