manual do suicídio part.2

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"Reencontros. Assistir pessoas indo e vindo em sua vida é algo doloroso porém normal, vê-las indo embora depois de tantas coisas que passaram juntos dói, uma profunda e ardente ferida surge graças a idas. Pessoas que foram deixadas para trás guardam consigo o receio de serem deixadas de novo, elas formam novos ciclos com medo e já esperando de que eles se encerrem futuramente, elas aprenderam da pior forma de que nada é eterno. Muitos negam, dizem que há idas que nos deixam felizes, mas isso é mentira, toda ida carrega consigo a estranheza de ter sido deixado de lado em algum momento, que talvez você não seja tão importante quanto pensa."

- Nakahara Chuuya.

Pessoas que vão embora de forma brusca de suas vidas também sofrem, elas negam, mas a falta um dia bate em suas portas, a saudade de momentos que já passaram são sempre acompanhados a uma nostalgia angustiante que o destrói por completo quando vê fragmentos de algo que lembre o que se passou.

O reencontro que Dazai teve com Chuuya o deixou dormente, irracional. Sentimentos guardados a sete chaves despencaram por cima da carcaça morta e vazia de Osamu quando avistou aqueles belos cabelos ruivos do homem que mais amou.

Talvez ele se sentisse culpado, ou não. "Eu não fiz nada demais" era o que o seu racional berrava contra sua consciência pesada todas as noite turbulentas das quais ele sequer consegue fechar seus olhos pela perturbação de sua mente, seu lado sentimental gritava por todo o pequeno quarto, fazendo questão de deixar claro o quão egoísta Dazai havia sido por deixar seu romance em uma situação como aquela.

"Chuuya é forte, ele não se abala" seu racional sussurra tais palavras como consolo, tal como se estivesse acariciando as madeixas cor de chocolate como o ruivo fazia antes de tudo acontecer, é claro que ele é forte, Dazai sabe disso melhor do que ninguém, mas e se...?

Dazai sabe que o perdeu, não tem certeza de quando, mas ele ainda sabe que não o tem mais. Aqueles beijos... ele sentia falta daqueles beijos, os selos que recebeu está madrugada não foram nada, não significaram nada além de sentimentos reprimidos. Duas pessoas que foram taxadas como se dividissem um mesmo corpo e consciente, mas essas duas estão presas em seus proprios pensamentos, julgando o que acham ser certo ou errado, com suas proprias conclusões sobre o que eles de fato são.

{...}

Dazai andava lado a lado de um certo loiro. Kunikida Doppo, seu novo parceiro. Kunikida era estressado na maioria do tempo e broncas viraram rotina na vida do moreno, porém o loiro é uma boa pessoa, por mais que seja duro demais às vezes.

Andavam perto de um lago, uma boa oportunidade de cometer um bom suicídio, mas Dazai não incomodaria Kunikida nesse quesito, ele quer um suicídio calmo, livre de pessoas a sua volta.

A brisa estava leve, o moreno podia sentir seus dedos descobertos formigarem pelo vento gélido se chocando contra sua pele. O ar parecia mais limpo que nunca, a única coisa que o incomodava no momento era o insuportável som do trânsito e o loiro ao seu lado falando coisas que Dazai julgava serem sem sentido apenas porque ele não estava prestando atenção no que o tal dizia.

- Você ouviu o que eu disse maldito suicida?

Dazai foi tirado de seu transe.

- Claro Kunikida-kun - O respondeu parando em sua frente e lhe lançando um grande porém breve sorriso de ponta a ponta. O sorriso se desmanchou logo que viu o tal loiro cruzar os braços.

- Então oque eu disse? - Afiou os olhos, praticamente o desafiando.

Dazai não tinha pra onde correr agora.

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