Eddie, My love...| Eddie Munson

Capítulo 16- Caminhando para as Profundezas.

A primeira coisa que Sam sentiu, foi o aroma de cigarro misturado com cerveja e colônia masculina. Ela sentia os braços de Eddie segurando-a com firmeza, como se ele temesse que ela pudesse evaporar dali.

– Sam, você consegue me ouvir?– Ela ainda estava de olhos fechados, mas assentiu com a cabeça. Ela não queria abrir e se deparar com Henry, Vecna, ou seja, lá como ele se chamava. Descobrir tudo aquilo sobre sua família, principalmente sobre o passado de sua mãe, a deixava com um gosto amargo na boca. Traição e mentira. Sentimentos ruins que ela achava que jamais iriam se extinguir, nem mesmo as perguntas que passavam por sua mente ao pensar naquilo tudo, nas aflições e no horror de ter presenciado uma pequena parcela do fim do mundo que Vecna estava planejando. Os corpos serviram como portais e por pouco sua irmã mais nova não fora parte daquilo, mas ela ainda temia que Max não estivesse completamente a salvo.

Com muito custo, Sam abriu seus olhos que se depararam com Eddie e sua cabeleira selvagem. Seus olhos castanhos estavam cheios de horror e preocupação, e ela não poderia culpá-lo por se sentir assim. Ela forçou um sorriso para o rapaz, que retribuiu e então, ele a ajudou a sentar-se no sofá novamente.

Todos pareciam ter perdido a habilidade da fala e depois que ela e Nancy retornaram, as duas ficaram sentadas lado a lado, em silêncio absoluto segurando as mãos uma da outra, nervosas e apreensivas com o que poderia vir a acontecer, como se o que Vecna havia mostrado a elas fosse ocorrer naquele exato momento.

– O que houve?– Max perguntou sem fazer rodeios.

– Ele nos pegou, mas...– Nancy começou a dizer franzindo o cenho. – Eu achei que iriamos morrer, só que não foi isso que aconteceu. Eu via a Sam, mas não tenho certeza de que ela me via.

– Não, eu sentia você lá, ouvi o seu grito – Sam interrompeu ainda sentindo-se estranha demais por compartilhar aquilo. – Ele nos disse tudo. A origem, o lugar onde sempre esteve, o que ele vai fazer, os planos e os envolvidos. Ele disse que...

– Se você não se sentir confortável, não diga, Sam.– Nancy tentou tranquiliza-la, mas parecia tão preocupada quanto ela.

– Ele é meu tio. – A garota murmurou, fazendo com que os outros olhassem para ela assustados.

– Mas que porra, Samantha!– Exclamou Robin. – Como assim aquele troço é seu tio?

– Sendo irmão da minha mãe?– Sam riu nervosa. – Ele a mostrou, ainda muito jovem, os dois na casa dos Creel. Ela nunca me disse nada, nem a mim e nem ao Billy, ele disse que eu tenho poderes.

– As visões...– Eddie murmurou.

– Isso explica aquele dia no cemitério...– Dustin disse. – Você viu o que ia acontecer, não é? Por isso o seu desespero.

– Sam você...– Max não conseguiu terminar a frase.

– As visões vem e vão, não sei como controlar isso, mas elas acontecem. – Sam interrompeu antes que Erica pudesse fazer qualquer comentário sarcástico. – Eu vi algumas coisas estranhas na biblioteca, quando fomos pesquisar sobre Victor Creel – dizer aquele nome soou estranho para ela, agora sabendo que ele era um parente seu – Aconteceu outras vezes, mas são cem porcento imagens difusas, porém, quando Max fora atacada, aquilo sim foi diferente. Eu estava vendo aquilo ao vivo, ela em frente ao túmulo de Billy, e então ele apareceu de repente dizendo que ainda não havia chegado a minha hora, eu não entendi ao certo o que isso queria dizer até hoje. Henry disse que Eddie e eu fazemos parte de um plano, mas não disse o qual era, mas ele mostrou a cidade inteira sendo destruída e queimada, grandes rachaduras flamejantes cortando tudo o que mais prezamos nessa cidade.

– Além disso, soldados e mais soldados mortos, uma nuvem enorme e uma criatura maior ainda sobre Hawkins...– Nancy acrescentou, sua voz estava trêmula demais ao dizer as últimas palavras.– A criatura não estava sozinha, havia muitos outros monstros ao redor, matando e trazendo o horror... eu vi você e Eddie. E vi minha mãe, Molly, Mike... todos eles...