2. Coragem

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1ano atrás.

Quinta-feira 14:14pm.
08 de dezembro 20**

—EU JÁ OUVI QUE TÔ ATRASADO SUA BRUXA! –gritei pra maluca que não parava de apertar a merda da buzina do carro desesperadamente.

Hoje é minha primeira vez em uma psicóloga nova.

Uau, que alegria.

Fechei a porta com força pelo ódio que estava sentindo do mundo todo mesmo.

Casa de merda nova, bairro novo, merda de psicóloga nova, TUDO NOVO DE NOVO! ODEIO ESSAS MUDANÇAS DE MERDA.

Ainda bem que a escola é a mesma.

Mas pelo menos meus pais disseram que dessa vez seria fixo. Eles vão abrir o tão sonhado restaurante, então eles não vão querer se mudar tão cedo.

—Lerdo pra uma cadela ein! –minha mãe xingou dando saída com o carro.

—Não enche, bruxa! Única pessoa lerda aqui é você!

—Acho bom você me respeitar filhote de cruz credo!

—Você se xinga sozinha, velha!

E assim fomos para nosso destino, gritando no carro como dois loucos e meu pai nem se quer estava ali para nos parar.

Ela ainda resolveu parar em uma lanchonete pra comprar um suco de laranja pra ela.

Era mais ou menos umas 15hrs da tarde quando chegamos. Fiquei ali esperando na cadeira de espera enquanto minha mãe conversava com a recepcionista ou era a secretária.

Não conseguia ficar quieto naquela maldita sala de espera. Meu pé batendo no chão, minhas mãos mexendo direto, eu me arrumando na cadeira de sentar e só.. não estava confortável ali.

Alguém me tira daqui antes que eu me jogue da janela

Me levantei apressado e fui até onde minha mãe conversava.

—Onde fica o banheiro? –fui direto e seco, não tô com cabeça pra "educação".

A bruxa velha da minha mãe me deu um olhar furioso de "Eu não te dei educação não?!" No qual ignorei totalmente e fui até o banheiro.

Me olhei no espelho da pia fixo nos meus próprios olhos, aquele olhar nojento e sem brilho nenhum.

Respira fundo, Katsuki. PARA DE ONDA!

Fiz o que tinha que fazer e saí dali.

Ao sair vi um garoto mais baixo e mais magro que eu sentado na última cadeira. Ele tremia como o inferno e sua expressão de desespero podia dizer claramente que aquilo era mais do que urgente.

Algo me motivou a sentar ao lado dele. Não sei se foi aquele cabelo verde bagunçado, ou se foi aquela camisa infantil de super herói, ou se era a forma que ele estava perdido em seu mundo ou o jeito que ele era estranhamente fofo.

Ele me chamou a atenção, ele parecia alguém interessante, ele me lembrava de mim mesmo de certa forma.

—O-oi-

—Bakugou, você já pode entrar.

Jus na hora que eu ia falar com ele a morena saiu na porta da psicóloga me chamando e pelo susto eu me levantei de uma vez.

Ele nem se quer olhou.

Ele nem deve ter ouvido, eu falei baixo.

Eu espero ver ele quando eu sair.

BakuDeku// You Are My LightWhere stories live. Discover now