Capítulo 44 - Um grande passo

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Quinta-feira, 21 de Outubro às 17:33hs

Alê é recebida por Kamy ao entrar em Shadow's Cat Bar.
- Boa tarde, tudo bem?
- Sim e você?
- Também, vem... Sente-se.

Alê senta em uma dos bancos altos do balcão, Kamy entra no bar e aponta para as garrafas.
- Quer beber alguma coisa? Parece estar muito nervosa, fique tranquila. Você vai assinar um contrato de trabalho e não a permissão de doação dos seus rins. - Diz Kamy ao sorrir.
- Aceito uma água por favor, minha garganta está seca.
- Claro.

Kamy lhe entrega uma garrafinha de água e senta ao seu lado.
- Os dias foram tão corridos que ainda não tivemos oportunidade de conversar melhor, agora que vai estar trabalhando conosco... Podemos marcar alguma coisa, só nós duas.
- Vou adorar, sempre senti muita falta de você, tenho maravilhosas lembranças de nossa infância.
- Eu também, ao menos quando estava com você, sendo uma criança normal.

As duas riem e o som de porta abrindo anuncia a chegada de alguém. Alê fica ainda mais tensa ao encarar novamente os olhos de Kihyun.
- Boa tarde meninas, como vai Alê? - Ele estende a mão direita para cumprimentá-la.

"Tão formal, isso é tão estranho." Pensa ela.

Alê aperta a mão de Kihyun e ele percebe o nervosismo dela.
- Sua mão está gelada, calma... Eu não vou consumir a sua alma lá dentro. - Diz com um sorriso de canto. - Me perdoe por mudar o local do nosso encontro em cima da hora.
- Tudo bem.
- Vamos para o escritório?

Kamy pisca o olho pra ela e Alê segue Kihyun pelo corredor.
- Vamos usar o escritório de Yoon, entre... - Diz ele ao abrir a porta e dar passagem para que entrasse primeiro. - Pode se sentar, quer café? Mais uma vez só tenho isso para te oferecer.

Alê sorri e agradece.
- Obrigada, mas estou muito nervosa. Acho que café vai me deixar mais agitada.
- Entendo. - Comenta ao se sentar do outro lado da mesa.
- Você está bem? - Pergunta ao apontar para o curativo na lateral da fronte dele.
- Estou sim, não chegou a nem rachar meu crânio, vai me ver muito por aqui. Obrigado por perguntar... Bem, vamos ao que interessa?

Kihyun abre uma das gavetas e de dentro retira uma pasta. Ao abrir, pega uns papéis e verifica se eles estão em ordem.
- Kihyun...
- Sim, pode falar. - Diz prestando atenção nos papéis em suas mãos.
- Antes de falarmos sobre o contrato... Podemos conversar sobre nós dois?

Ainda de cabeça baixa, Kihyun pára o que está fazendo e responde.
- Prefiro que falemos apenas sobre assuntos profissionais neste escritório... - Ele levanta o olhar e a encarando profundamente completa o que dizia. - Se quer falar sobre outra coisa, melhor que seja em outro lugar.
- Sim, sim... Você está certo.

Kihyun lhe entrega os papéis.
- Peço que leia com atenção, qualquer dúvida é só me perguntar.
- Ok.

Enquanto Alê começa a ler o conteúdo do contrato, Kihyun se serve com uma xícara de café e volta a se sentar.
Segundos depois alguém bate na porta.
- Pode entrar! - Exclama Kihyun.

Um dos seguranças entra no escritório segurando uma caixa pequena de madeira e fica parado ao lado da mesa.

Após alguns minutos, ela o avisa que finalizou a leitura.
- Terminei.
- Alguma dúvida ou objeção?
- Não, compreendi e estou de acordo com todos os termos e cláusulas.
- Inclusive sobre Giovanni?
- Principalmente sobre ele.
- Que bom, então basta assinar... Tenho um presente de boas vindas pra você. - Do bolso interno do seu terno, Kihyun tira uma caixinha de veludo preta, envolvida com uma fita de cetim vermelha.

Ao recebê-la, Alê abre com delicadeza. Dentro dela está uma linda caneta com seu nome gravado.
- Que linda, obrigada!
- De nada, agora é apenas estreá-la.
- Pois é... - Ela respira fundo e se prepara para assinar.

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