Capítulo 2 | Memórias Perdidas, Corações em Conflito

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Luciano encarava Martín boquiaberto, uma expressão de incredulidade estampada em seu rosto. Se alguém tivesse dito a ele que viajaria para o futuro, onde estaria com CINCO estrelas, incrivelmente atraente e casado, até poderia acreditar. No entanto, a ideia de estar casado com seu rival, dado seu precioso que era guardado a sete chaves...

Isso era absurdo demais!

Ou o Luciano que o loirinho conhecia enlouqueceu e o amava profundamente, ou o loirinho, por algum motivo, confundiu tudo, bateu a cabeça e está imaginando que ele é outra pessoa. 

"Talvez ele acha que eu sou o França... O francês parece ser meio assanhado", buscava encontrar uma explicação plausível para aquela confusão.

— Você tem certeza que sou mesmo seu marido? — questiono curioso — Não me leve a mal, é desconexo demais, eu vi que eu envelheci, mas não me sinto assim, sabe? — suspiro ansioso — Eu não sou o seu Luciano, sou apenas o Luciano. O melhor no futebol que acabou de ganhar sua quarta estrela e que iria jogar na cara do metido do Argentina com muito gosto, sem ofensas... Tu até que é legal, mas o meu Argentina é um pé no saco! Insuportável, metido, arrogante... Além de ser chato pra caralho, de novo, não me leve a mal... Esse é o meu Martín, não você...

— Eu sou o seu Martín, Luci... — Sussurrou o argentino, lutando para conter as próprias lágrimas — E-Eu...

— Desculpa Martín, mas eu não sou o seu Luci e você não é o meu Martín. — desviei o olhar para um canto qualquer, não conseguia encarar aqueles olhos tão lindos banhados pelas lágrimas — Vamos ser sinceros, eu não lembro de nada da gente e para mim... Não existe a gente Martín... Não existe Brasil e Argentina como casal, mas sim, como rival. E e-eu — respirei fundo olhando para o teto, buscando forças divinas antes de encará-lo novamente.

— E-Eu não sei se quero mudar esse estado de rival para casal. — mais uma vez, respirei fundo, tentando acalmar meu coração que parecia querer pular para fora do peito de tanta dor. — Desculpe...

— Por que você não quer mudar? Não me ama mais? — chorava intensamente o argentino enquanto tentava, em vão, enxugar suas grossas lágrimas, que marcavam aquele rosto angelical — E-eu... n-nós... você... podemos t-tentar l-lembrar... — com os lábios trêmulos, gaguejava, incapaz de formular a frase que tanto ansiava expressar e, subitamente, ele desabou em um choro alto e sofrido.

Fechei os olhos, incapaz de encará-lo assim. Não posso consolá-lo; não sou mais o Luci dele. Não mais...

— Martín... E-eu n-não s-sei — respiro fundo novamente, com o coração apertado, e abro meus olhos, encarando-o — Não sei se eu te amo.

O mundo do Argentina desmoronou com a frase do Luciano. Como assim não sabia se o amava? E todas as juras de amor? E todas as promessas? Ele disse que sempre me amou e que sempre me amaria em quaisquer situação! Será que era tudo mentira? Sua mente estava uma bagunça e suas pernas falharam, mas antes de desabar no chão, percebeu que Luciano o segurava, com a preocupação marcando seus olhos.

— Calma Martín, respira fundo — Tento ajudar o argentino — E expira devagar... De novo, inspira... expira... Eu tô aqui, calma...

Luciano, movido por uma compaixão profunda, procurava ajudar Martín da melhor maneira que conseguia, mas a situação revelava-se muito, muito díficil.

No Me Abandones (BRAARG)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon