Tamayo maluca

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Era um dia belo, dia pra morrer, era quatro da manhã, S/n não conseguiu dormir porque encarava a tela fria do celular sem nenhuma notificação.

- Ah, qual é? Obanai disse...Ou não disse? Deveria mandar mensagem para Mitsu... Oras, ela tá dormindo é quatro da manhã e eu nem mesmo consegui pregar o olho. – Ela murmurava e era visível sua áurea negra em volta, um misto de ansiedade e ódio.

Quando finalmente conseguiu fechar seus olhos, o despertador tocou, logo o sol bateu em seu rosto e não foi nada agradável, suas olheiras estavam marcadas e sua boca ressecada, ela necessitava bebericar uma água potável.

Deu um sorriso irônico, enquanto se arrastou para o banheiro. Andava como um bicho, o cabelo todo bagunçado parecendo um ninho de passarinho.

Pensou nem duas vezes e entrou no chuveiro, mas esqueceu de tirar suas roupas por causa da sonolência, bateu sua cabeça na parede e gemeu de ódio, virar a noite é pra poucos.

Algumas horas foram passando, graças a obra do destino, ela parecia uma boneca, 2kg de makeup na cara e um uniforme limpinho, junto de um batom de cacau pra disfarçar a boca ressecada e por cima da manteiga de cacau ainda tinha lip tint sabor morango.

Quando desceu as escadas, sua mãe se surpreendeu.

- Pra quê tanta maquiagem, filha? – Questionou Kanae comendo uma jabuticaba. – Quer? – Ofereceu a fruta.

- Não, vai borrar minha maquiagem. – Negou a mais nova. – A maquiagem é pra aliviar as olheiras.

- Entendi, tem que esconder mesmo. – Sua mãe sorriu encarando o prato cheio de frutinhas.

...

Pelo lado de Aice, as coisas estavam um tanto deprimente , estavam até a presença ilustre de Iguro.

O moreno chegou como um furacão invadindo o espaço de Douma.

- E aí, bonitão? – Obanai chamou sua atenção com um sorriso.

- O que andasse aprontando? – Disse o grisalho sem um pingo de paciência.

- Tenho boas notícias pra tu. – O moreno ainda dizia com um sorriso no rosto. Enquanto Douma parou de fazer o que estava fazendo e encarou de forma séria o rosto do outro.

- Se você tivesse morrido, ou perdido a boca, seriam boas notícias, se não são nenhumas das duas, rala peito e vai embora. – Aice reclamou voltando sua atenção aos lotes de drogas.

- Calma aí, é sobre S/n. – Iguro comentou e Aice ficou em silêncio. – Eu entendi o porquê dela ter ido embora sem dizer nada.

- E por que seria? – Douma aparentou está curioso.

- Você está velho, meu chapa. – O moreno disse chegando junto.

- Aceita um tiro no pé ou na boca? – Douma resmungou se afastando.

- Não foi dessa maneira que quis dizer, hoje em dia, os jovens preferem dar aquela ficada. – Obanai tentou explicar de forma simplória.

- "Dar aquela ficada" que porra de termo é esse? – Douma até entortou sua cabeça tentando entendê-lo.

- É, mano, aquela ficada, primeiro uns beijos e se o lance fica sério... – Obanai deu uma pausa deixando a cabeça de Aice funcionar – Ai namora, poxa. Você quis pular os passos.

- Passos? Nem sabia que tinha isso. – Douma disse se sentando no chão.

- Até porque é um velho no corpo de um jovem. – Completou seu melhor amigo, o mesmo até se sentou ao seu lado.

- Responda, um tiro no pé ou na boca? – Douma o ameaçou o olhando pelos cantos dos olhos.

- Um abraço? – Iguro sorriu sem graça e o mais velho se preparou para golpeá-lo, enquanto o moreno se esquivou.

...

Na instituição escolar de S/n, estava tudo bem calmo, até a mesma chegar em sua banca.

Ao se sentar percebeu que Mitsuri estava atrás dela, Tamayo na banca de Shinobu.

Quando a arroxeada chegou encarou a Tamayo sem entender nada.

- Tem como sair do meu lugar? – Questionou a Kochō mais nova.

- Tem seu nome nela? – Rebateu a morena chamando a atenção da Kanroji.

- Queridinha, vaza. – Shinobu disse sem paciência.

- Não quero, a partir de hoje, sou Shinobu Kochō e minhas melhores amigas são Mitsuri e S/n. – Ao pronunciar esses nomes, o trio de amigas entortaram sua cabeça.

- Como é? – Shinobu até iria rebater, mas o professor chegou e mandou ela sentar no chão ou em alguma cadeira vaga.

S/n e a Kanroji, se entreolharam e depois pra maluca da Tamayo, sentiram calafrios e por fim decidiram prestar atenção na aula, pelo o menos, até Uzui entrar com duas muletas juntamente de muitos curativos.

- Aé, S/n, não precisa cuidar mais da minha cachorrinha, vou viajar não. – Foi a primeira coisa que disse e depois com dificuldade se sentou na cadeira.

Meu deus, hoje estava sendo uma loucura só.

A única coisa que a Kochō mais velha fez, foi um ok junto de um sorriso falso, ela não iria cuidar de qualquer forma.

Era intervalo, Tamayo seguia o trio disfarçadamente.

- Vocês perceberam? – Questionou a Shinobu e as duas outras amigas confirmaram com a cabeça.

- É só fingir que não vimos. – Alertou Mitsuri e ambas ainda se sentiam vigiadas.

Bem, na hora da saída, Douma junto de Obanai esperava S/n, Aice estava com uma rosa na mão. Levaria a mesma a um local seguro onde poderia dar umas bitocas nela.

S/n estava tão cansada, parecia um zombie, sua sorte é que dormiu praticamente em todas as aulas e o reboco ainda ficou na cara.

Se assombrou quando viu Aice no meio da multidão procurando a mesma.

Sem saída, com medo de perder um amigo, acenou para ele e sorriu.

Douma retribuiu com um sorriso que fez a mais nova arrepiar na hora.

- Acho que já vou... – S/n sentia um negócio no peito e borboletas faziam festa no seu estômago.

- Tudo bem, amiga. – Mitsuri disse acenando e arrastando Shinobu pra longe, A Kochō mais nova definitivamente não gostava de Aice, algo nele fazia a mesma ficar em alerta.

Algum tempo depois, Douma levava a mochila de S/n e acompanhava a mais nova a pé pra casa dela, enquanto a Kochō segurava a rosa.

- Aliás, muito obrigada pela rosa. – A garota disse quebrando o gelo.

- Você merece muito mais. – Ele tentou a agradar.

- Eu sei porque você veio aqui. – S/n parou de andar ergueu a cabeça olhando nos olhos dele.

Enquanto Douma sorriu cínico.

- Não sabe, não. – Ele disse tocando com o dedo rapidamente na pontinha do seu nariz.

S/n abaixou sua cabeça sentindo seu rosto esquentar, Douma segurou seu queixo a erguendo para continuar o olhando.

- Vou te beijar, ok? – Aice apenas soltou sem vergonha alguma, S/n fechou seus olhos e fez um biquinho esperando um beijão. Douma sorriu beijando sua testa. – Acho que você é muito novinha pra isso. – Ele brincou. S/n entrou em pânico, olhou os dois lados, pensou em correr, estava muito envergonhada. - É brincadeira. – Soltou ele puxando sua cintura e tomando seus lábios para si.

S/n não sabia como fazer, apenas repetiu os movimentos de Douma, sendo assim, tendo o primeiro beijo.

Não foi um dos melhores, mas ela aproveitou bem. Quer dizer, o clima estava ótimo até finalizarem o beijo por causa da falta de ar. Houve aquelas faíscas no olhar, estômago revirando, borboletas dançando São João, e claro... o humor de Douma estava lá no alto, ele até mesmo roubaria um iate e daria para S/n nessa altura do campeonato.

Como (não) conquistar um traficante Imagine DoumaOnde histórias criam vida. Descubra agora