4° Capítulo

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Após a limpeza de seu ferimento, Mark foi enviado, junto a Natasha, para a casa de refúgio, para se recuperar e fazer a segurança de Alice.
No entanto, a sargento havia lhe dado em enorme sermão, obrigando-o a ficar deitado, recuperando-se de sua falta de sangue.

— Você devia era agradecê-la, não amaldiçoar ela em seus pensamentos.— a mulher velha praguejou, observando o filho deitado de bruços na cama de solteiro.

— Não estou morrendo, mãe. Já aconteceu piores. Mas ela não entende. — Mark resmungou.

— Ela é como Davin, só que na versão feminina. Sua palavra é lei. Será uma ótima nora.— a mulher suspirou, deixando a jarra de água sobre a bancada junto a um copo.

— Não fale bobagens, mãe. — o comandante suspirou, desviando os olhos da mãe.

A mulher de cabelos negros e olho claros abaixou-se, fitando o rosto do filho, ainda inexpressivo.
As vezes, Mark era um mistério até mesmo para ela.

— Eu conheço você, meu filho. Ao invés de negar, devia ter medo de perder a vida antes de dizer o que realmente sente. Vidas como a de vocês se vivem intensamente cada minuto. Sem medo de morrer. Era o que seu pai falava.— a senhora Mendez murmurou, acariciando o rosto do filho, que piscou, um tanto desconcertado.

Sua mãe evitava falar sobre seu pai.
O homem havia morrido a muito tempo, em um confronto armado entre policiais e manifestantes.
A mulher havia sofrido muito na época, como viúva e mãe, teve que se desdobrar para sustentar seu único filho.

Mark cresceu de uma forma difícil. Sempre se esforçando demais, em qualquer coisa que fazia.
Até que passou no concurso da polícia militar e foi subindo os cargos com diligência e talento, até ser selecionado para o pelotão 20, aos trinta anos.

A mulher levantou-se, passando a seguir em direção a sala, onde encontrou as duas mulheres aflitas, preocupadas.

— Será que já terminaram o interrogatório?— Natasha levantou a dúvida, batendo um dos pés no chão, ansiosa.

— Não sei. Tenho medo de Davin descobrir e querer me poupar da verdade.— Alice murmurou entre os dentes encarando as próprias mãos.

Havia se passado quatro horas após a prisão dos rebeldes.
Alice obedeceu a ordem de Davin, indo para casa e ficando quieta.
Havia tomado banho e mudado de roupas, mas as marcas do que acontecerá mais cedo ainda estavam em sua mente.

— Não se preocupem. Se está demorando é porque estão efetuando a prisão definitiva. Se fosse apenas um interrogatório normal, o comandante já teria voltado, coberto por sangue, mas já estaria aqui!— a senhora Mendez se pronunciou, observando a expressão de horror surgiu no rosto de Alice, que a encarou perplexa.

A ansiedade subiu em sua garganta.
Sentia dores que nunca imaginou em sentir em seu corpo com apenas sua fértil imaginação trazer a sua mente a imagem de Davin coberto por sangue.

Correu rapidamente em direção ao banheiro, lançando fora de seu estômago toda e qualquer coisa que poderia ter comido naquela manhã.

— Senhora Mendez!— Natasha a repreendeu, observando a mulher mais velha levantar as mãos em rendição.

Seguiu Alice até o banheiro, encontrando a mulher debruçada sobre o vaso sanitário.
Juntou os longos cabelos castanhos nas mãos, liberando o pescoço de Alice para que recebesse ventilação.

— A garota está grávida? — a mulher mais velha surgiu na porta do banheiro. — Não acredito que Davin já a engravidou. Maldito perverso!— senhora Mendez praguejou alto, seguindo em direção a cozinha.

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