5° Capítulo

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Após o café da manhã, Ramon e Louis voltaram a sua casa, a cabana ao lado, a fim de tentar alguma comunicação com a sede de defesa.

Mark permaneceu encostado em um dos pilares da varanda da área da casa.
Sua mente vagava nós últimos ataques, onde teve que assumir a liderança do pelotão, resultando em perigo extremo para Alice.

— Devia parar de pensar tanto.— a voz de Davin surgiu a seu lado, despertando-o de seus pensamentos.

— Pensar não machuca ninguém, comandante.— Mark soou um tanto grosso.

— Machuca você mesmo.— o comandante primário suspirou.— Não vai acontecer de novo, Mark, vou ter certeza disso.— Davin desculpou-se novamente.

— Só vou ter certeza se acontecer de novo, Davin. Até lá, não sei se vou acreditar nessa conversa!— o comandante secundário soou sério, passando a encarar seu superior.

Mark virou-se para sair, seguindo em direção a escada.

— Nossa conversa ainda não acabou, Mark.— Davin resmungou, seguindo-o.

— Acabou sim, comandante.— Mark suspirou, descendo as escadas com rapidez.

— Não vou permitir que minha irmã se relacione com um militar, Mark. Natasha já sofreu demais!— o comandante primário cerrou os dentes, observando o homem parar de andar, virando-se para olha-lo nos olhos.

— Não é você quem decide, Davin. Isso é entre Natasha e eu!— Mark suspirou, observando seu superior por ambas as mãos nos bolsos.

— Eu sei que estive cego por muito tempo, mas não posso fingir que não vejo o que está acontecendo.— Davin aproximou-se do companheiro.— Considero muito você, Mark, mas minha irmã já passou por poucas e boas por causa de meu pai e eu. Não posso deixar outro militar entrar na vida dela. Podemos morrer a qualquer momento.— o comandante soou mais sério do que deveria.

A passos firmes, Mark aproximou-se do superior, encarando-o curioso.
Sentia a vontade de gritar com ele por diversos motivos, mas não o faria.
Não cederia a raiva, como Davin cedeu.

— Você se esquece que Natasha é uma mulher soldado, Davin. Se ela realmente me quiser, eu também a quero, e nem você nem inferno de ministro de defesa vão ficar na minha frente. Eu respeito você, Davin, sempre admirei você, mas você jogou minha confiança no lixo quando deixou aquela mulher sozinha durante a noite correndo o risco de morrer. — Mark cerrou os dentes com raiva, apontando na direção da casa. — Foi graças a Natasha que Alice está viva agora. Graças a força de sua irmã, que fez o seu trabalho. Então, não, comandante. Não vou seguir essa ordem, mesmo que enfie uma bala em mim. Se você e seu pai a fizeram sofrer, quero ser o homem que a ajude a se curar!— o comandante secundário suspirou, cansado.

Os olhos de Davin apenas observaram com atenção o brilho da raiva nós olhos de Mark.
Sabia que havia errado feio, mas ainda assim não estava disposto a deixar o homem seguir com a ideia de que poderia amar sua irmã.

O comandante avançou sobre Mark, alcançando o colarinho de sua farda esverdeada.

— Eu só vou dizer uma vez...— Davin cerrou os dentes.

— Davin!?— a voz feminina o chamou, fazendo ambos os homens voltarem os olhos para o andar superior, onde Natasha descia as escadas rapidamente, seguida por Alice.

Irritado, Mark puxou os punhos de Davin, afastando-se do comandante.

— Você não tem poder pra decidir nada, Davin!— o segundo comandante praguejou, passando a caminhar pela estrada, sozinho.

Os olhos de Davin observaram com atenção as costas do homem manchadas de sangue fresco.
Provavelmente seu ferimento não havia sido fechado totalmente e a violência com que agiu pode tê-lo aberto novamente.

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