Capítulo 1

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Capítulo - 1

Breno

— Posso terminar agora, papai? Minha barriga dói. — Melissa fez beicinho adoravelmente, dando-me seus melhores olhos de cachorrinho.

Eu lutei contra o pânico instantâneo que vinha sempre que meu bebê estava doente, me lembrando de que as coisas nem sempre eram como pareciam. Por exemplo, Mel não era exatamente uma fã de mingau de aveia. Claro, ela comeria. Relutantemente e com uma boa dose de canela e açúcar mascavo.

Sentindo-me mais calmo, coloquei minha tigela vazia de lado e a estudei pensativamente. — Sua barriga ainda doeria se eu tivesse feito panquecas?

— Os minúsculos círculos ou os grandes que você faz em dias especiais?

Eu lutei contra a vontade de rir. A pequena pirralha obviamente não estava se sentindo tão mal quanto ela queria parecer. — Qualquer um; ambos têm o mesmo sabor.

Ela assentiu com a cabeça tão solenemente quanto uma criança de cinco anos e meio poderia fazer. — Acho que minha barriga pode comer os pequenininhos. Podemos tentar, certo? — Ela encolheu os ombros, como se estivesse disposta a fazer o sacrifício.

— Que tal guardarmos para o sábado? Hoje é quinta-feira e você tem aula em meia hora. Agora termine a sua aveia, é comida para o cérebro.

Melissa obedientemente pegou uma colher e franziu o nariz com um olhar desconfiado para a comida ofensiva antes de dar a mordida. Assim que ela engoliu, ela agarrou seu estômago e estremeceu. — Minha barriga não gosta de comida para o cérebro hoje, papai.

Mordi meu lábio, me perguntando se talvez ela não estivesse fingindo. Inclinando-me, descansei as costas da minha mão em sua testa. — Você não está com febre. Acho que o problema é que você deixou a comida esfriar e agora não está gostando.

Ela franziu o cenho e fez beicinho, apenas fazendo um pequeno hmph enquanto comia outra colherada. Eu não conseguia lidar com a quão bonita ela era, mas nunca pude resistir à minha filha. Baixei minha mão em suas costelas e fiz cócegas levemente nela. Quando Mel se esquivou do meu toque com uma risadinha estridente, achei que ela estava bem.

Eu esperei até que ela desse mais três mordidas dolorosamente lentas antes de decidir que ela tinha o suficiente. — Ok, acho que você comeu o suficiente para alimentar seu cérebro. Vá lavar as mãos e escovar os dentes. Estarei lá para verificar assim que lavar nossos pratos.

Melissa empurrou sua tigela para mim com as duas mãos, seu rosto iluminando-se de alívio. — Obrigada, papai. Eu sei, você não tem que dizer isso... se apresse para não nos atrasarmos, mas certifique-se de escovar bem.

Divertido com a forma como ela repetiu o que devo dizer com muita frequência, eu ri e a peguei pela cintura quando ela se levantou para sair correndo, puxando-a contra o meu lado enquanto eu beijava o topo de sua cabeça. — Você é uma boa menina, pirralha. Obrigado por se importar.

Ela inclinou a cabeça para trás para me ver, sorrindo para mim de cabeça para baixo. — Eu tentei ser boazinha, papai. Mas minha barriga não gostou do nosso café da manhã de hoje.

Eu beijei sua testa, em seguida, a soltei, dando um tapa brincalhão em seu traseiro enquanto a mandava embora. — Eu ouvi você, em alto e bom som. Amanhã é sexta-feira; talvez possamos comemorar o fim de nossa semana com Sucrilhos. Agora vá se lavar antes que fiquemos atrasados.

— Ok. Te amo! — Mel saiu correndo dobrando a esquina, seus longos cabelos castanhos esvoaçando atrás dela.

— Também te amo, pirralha. — Eu ri baixinho enquanto limpei a mesa e arrumei a cozinha. Depois de pegar nossos lanches no balcão, parei e olhei em volta com cuidado, murmurando baixinho para me lembrar de ter verificado e não sentir a necessidade de dar uma segunda olhada antes de sairmos. O fogão está desligado, checado. A pia está desligada, checado. A porta dos fundos está trancada, checado. Eu assenti e apaguei a luz. — As luzes estão apagadas, checado.

Dois papais para Melissa - (COMPLETO)Where stories live. Discover now