Capítulo 19 | O amor é paciente

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A noite avançava e a preocupação de Lumiar aumentava a cada minuto que passava.

Depois de horas de muito desespero, finalmente Guiga entrou na casa, mas com passos trêmulos e lágrimas nos olhos.

O ar na sala pareceu ficar mais denso, enquanto Lumiar e Benjamin se aproximavam rapidamente, dominados pelo desespero e pela preocupação.

Lumiar agarrou Guiga pelos ombros, seus olhos marejados refletindo uma mistura de alívio por tê-la de volta e angústia diante do que a jovem havia enfrentado.

— Guiga, o que aconteceu com você? Quem fez isso? — Lumiar perguntou angustiada ao ver alguns machucados pelo rosto da menina.

Sua voz vacilante lutava para conter as lágrimas que ameaçavam transbordar.

Guiga ainda estava anestesiada de medo, mal conseguia soltar uma palavra. Ela soluçou por alguns instantes, até Benjamin guiá-la até o sofá, onde sentou em meio aos dois advogados.

Jenifer acompanhava tudo de perto, em pé na sala, vendo tudo. Chocada com a situação, ela não conseguiu dizer uma só palavra.

— Foi... um carro... me perseguiu... jogou uma pedra... contra o vidro e eu acabei batendo em uma árvore da estrada. — Guiga conseguiu dizer. — Foi o Theo, eu vi, tenho certeza!

O desespero tomou conta de Benjamin, que segurou a mão de Guiga com força, como se pudesse protegê-la de qualquer perigo iminente.

Lumiar olhou para o amado com a expressão de desespero. Seu coração acelerou drasticamente, quase fazendo ela desmaiar de tanta ansiedade.

— Lumiar, eu vou pegar água, espera aí! — Jenifer percebeu tudo e correu para a cozinha, voltando com uma jarra de água e copos para todos em uma bandeja.

A jovem resolveu ir para Lumiar para acompanhar o pai.

— Precisamos entender... precisamos proteger você. — Benjamin disse, sua voz carregada de determinação e fúria contida.

Guiga, entre soluços e lágrimas, balançou a cabeça negativamente.

— Entender o que, Ben? Está claríssimo o que aconteceu! Ele está começando a atingir quem está próximo de mim, quem eu amo, e isso eu não vou permitir.

Guiga se surpreendeu com as falas da advogada e sorriu de canto, deitando sua cabeça no ombro dela.

— Nós não vamos tomar atitudes precipitadas, Lumiar!

— E vamos ficar aqui de braços cruzados então? Ótima ideia! — disse alterada, de forma irônica.

Lumiar abraçou Guiga com força, acolhendo-a em seu peito enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

— Me desculpa por isso. Ninguém vai te machucar enquanto eu estiver aqui. — Lumiar sussurrou, sua voz embargada de emoção.

— Isso aqui foi fichinha perto do que eu ouvi do meu pai hoje. — ela disse cabisbaixa. — Você já sabia, né?

— Ele me pediu para cuidar de você… — ela se explicou. — E eu falhei no primeiro dia.

— Você está cuidando de mim agora! — referiu-se ao abraço.

— Vai ficar tudo bem, te prometo! Vai tomar um banho. Depois vou ir dormir com você.

— Na verdade eu acho que é melhor você dormir com o papai, Lumiar. Está nervosa e ele pode cuidar de você.  Eu posso ajudar a Guiga com o que ela precisar. — sugeriu Jenifer.

— Irmãs crentes? — Guiga riu ironicamente.

Mais tarde, Guiga e Jenifer estavam sentadas no quarto, ainda com os nervos à flor da pele após o incidente na estrada.

Dra. Lumiar cuidará disso? - BeniarWhere stories live. Discover now