[14] - Petúnia.

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"Veja o sol
Mesmo com nuvens escolheu aparecer
Então, você
Mesmo sofrendo tem que escolher crescer"

Empatia - Priscila Alcantara.

Empatia - Priscila Alcantara

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J U N G J A E H W A

Depois de ter certeza que Jeon almoçou direito e que está descansando na sala. Vou até o jardim ajudar Lorenzo a guardar os materiais de jardinagem. Gostaria de mostrar para minha mãe com o que eu estou trabalhando, ela ficaria maluca se visse tudo isso. Tantas flores, acho que ela me pediria uma flor nova todos os dias.

Está se aproximando o dia do aniversário da morte da minha mãe. Eu não sei o que pensar sobre isso, queria que esse dia não existisse. Passar por essa data, é como reviver o dia de sua morte e eu odeio isso.

As freiras do orfanato me diziam "Você precisa superar isso. Não pode passar o resto da sua vida presa em um ponto específico da sua história" e isso apenas me deixava com mais raiva. Como se supera o dia da morte da sua mãe? Ainda mais quando você é apenas uma criança de 8 anos.

Isso não me parece justo.

Mas depois que conheci dona Daisy e contei a ela minha história. Suas palavras não foram nada do que eu esperava, ela não disse que eu deveria superar.

"- Isso não é algo que se supere, minha querida. Apenas aprenda a viver com isso e assim você passará a viver; e não apenas sobreviver."

É o que tenho tentado fazer, por longos anos.

- Jae, você pode me ajudar aqui? - Ouço Lorenzo me chamar. - Estou velho demais para isso. Minhas costas pedem socorro.

O coitado está se matando para para carregar alguns rastelos, vassouras e enchadas para o quartinho da bagunça ー eu nem sei porque tem tudo isso, se sou apenas eu que mexo com essas coisas.

- Pode deixar essas coisas comigo, vai descansar. - Agarro todas as coisas de uma vez e começo a caminhar.

No começo parecia que essa brilhante ideia iria dar certo, mas agora já não tenho tanta certeza. Meu Deus do céu, por que eu sou assim? Tento equilibrar tudo nos meus braços pra nada cair no chão e isso dá certo, até eu chegar na porta do quartinho e ter que dar uma de malabarista para poder abrir a porta.

Quase vai tudo para o chão, mas tá dando certo. Ou pelo menos estava, porque em um certo momento uma vassoura escapa e cai no chão, e claro que eu tropeço na maldita vassoura e vou com tudo para o chão.

- Mas que merda... - Me sento no chão sentindo minha mão arder. - Porque logo comigo? O Senhor me odeia?

Olho para o corte na minha mão e tento segurar as lágrimas. Está doendo pra caramba e eu não sei lidar direito com a dor. Balanço a mão pra e pra cá, mas parece que dói mais ainda. Sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto e droga, porque eu estou chorando? É apenas um corte.

Jardim de Mentiras - JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora