Capítulo 04

274 56 3
                                    

STᕮᒪᒪᗩ ᗷᗩKᕮᖇ

O caminho até a casa de Zade passou lentamente, o cheiro forte e delicioso dentro do carro se fixou em mim. Mesmo após chegarmos ainda conseguia senti-lo em minha pele.

Ao descer do carro, Zade dá a volta e abre a minha porta. Observo a casa de dois andares em estilo industrial, a fachada toda de vidro e tons de madeira, cinza e preto fosco. Toda a estrutura deixando claro que um homem morava no local. Lembro-me de uma foto que tirei algumas semanas atrás.

– Gosta? – Ele pergunta retirando-me de meus pensamentos.

– Desculpe? – Murmuro confusa

– O estilo, você gosta?

Desvio o olhar entre a fachada e ele.

– É linda, acho que combina com você

Um sorrisinho divertido surge em seus lábios.

– Combina é? Por que eu também sou lindo?

Abro a boca surpresa, sem pensar em nada para falar.

Ele está me provocando, não é?

– Vamos entrar Stella, está frio aqui fora e não quero que fique doente.

Obedecendo seu comando, sigo para dentro.

Nunca tive a chance de conhecer sua casa pelo lado de dentro, as enormes paredes de vidro não mostram todo o conteúdo.

Passo pelo hall de entrada seguindo pelo corredor que leva até a sala espaçosa e bem arejada.

– É tão aberta, não tem medo que invadam? – Questiono pondo a mochila no sofá da sala e me sentando em seguida.

– Tenho monitoramento 24h, além disso tudo o que possuo tem seguro.

– Bem, deveria dar umas dicas a Damon – Dou de ombros – Cansei de tentar convence-lo a fazer um para nossas coisas.

– Seu irmão pode ser bem difícil de lidar em certos assuntos.

– Eu diria que em quase todos os assuntos. Só o vejo ceder quando eu ou Aly tentamos o dissuadir. Nem mesmo Yas consegue mudar a cabeça dele – Digo lembrando de inúmeras situações que Alyssa foi a Suíça entre nossos assuntos.

– Quer beber alguma coisa? – Oferece de pé na minha frente. – Vou de cerveja.

– Hum... – Murmuro pensativa – Não sei se devia, Damon não iria gostar disso.

Zade suspira olhando para cima de olhos fechados, parece um misto de dor e extrema concentração.

– Trarei um suco de maracujá então – Ele se afasta em direção do que presumo ser a cozinha.

– Espera! – Exclamo, falando um pouco mais alto do que o costume. Vou atrás dele entrando na cozinha. – Pode me dar uma cerveja.

– Não sei se deveria – Zade responde ainda de costas para mim – Você sabe, Damon me mataria se algo acontecesse com a irmãzinha dele, e você é menor, não tem idade para beber.

Ele finalmente se vira, uma garrafa de cerveja na mão e os olhos nebulosos. Não percebo que me movi até estar a poucos passos de distância. A prudência fica de lado quando envolvo minha mão no gargalo e a tiro da sua, levo à boca e dou um gole sem tirar meus olhos dos dele.

– Damon precisa parar de me tratar como uma criancinha e você também, professor – Aviso lhe estendendo a cerveja.

Zade desvia de mim até a geladeira e pega outra. Voltando para meu lado ele encosta na bancada e bebe assim como eu, sem tirar os olhos dos meus.

– Acredite, nunca te vi como uma criancinha, Stella.

Me encosto ao seu lado.

A forma como pronuncia as palavras faz tudo parecer tão bom, obsenamente bom.

Um gole, depois de outro e mais um. O calor que atinge meu corpo não cessa nem com toda cerveja gelada do mundo.

Os olhos atentos do professor estão sobre mim, me queimando, marcando um ponto.

– Por que não para de me olhar professor Zade? – Pergunto em um sussurro, me virando de lado para também encara-lo.

Ele já terminou uma garrafa e tem outra pela metade nas mãos.

– Não sei – Sussurra de volta – Você é uma coisinha linda, Stella. É impossível parar de te olhar

Porquê estávamos sussurrando?

Porquê a distância entre nos parecia menor a cada segundo?

A mão dele tocava meu rosto, seus dedos pescrutavam meus lábios, desenhando o contorno e raspando o polegar.

Levanto meus olhos aos seus e vejo que estão fixos em minha boca, como se fosse algo de extrema importância.

– Impossível de não tocar também? – Outro sussurro.

Ele levanta os olhos, suas orbes refletem desespero genuíno.

– Porra Stella – Uma de suas mãos envolve minha nuca – Sim, definitivamente sim.

Fecho os olhos apreciando o contato, minha mente embasada aproveitando cada segundo. Inspiro seu cheiro, o perfume amadeirado invadindo minhas narinas e seu hálito mentolado e alcoólico soprando em minha face a cada palavra.

Sua mão em minha nuca me guia para mais perto, a outra envolve minha cintura e meu peito se choca ao seu. A mão grande e gelada em minha cintura nua pela abertura do vestido faz meu corpo se arrepiar.

– Essa é uma distância perigosa – Sopra contra meus lábios – Está com medo Stella?

Deus, não

– Acho que eu v...

Meu telefone toca em algum local da casa, pulo de susto e me afasto dele correndo até minha mochila. Todo o álcool some do meu sangue quando vejo a ligação de Damon.

– Stella? – Zade chama atrás de mim – Olha, eu...

Atendo a ligação quando o vejo se aproximar.

– Dam, oi – Cumprimento meu irmão.

– Irmãzinha, te mandei várias mensagens e não me respondeu.

– Desculpe, eu – Não tenho nenhuma desculpa válida – humm

– Quantas? – Pergunta de repente.

– O que?

– Você bebeu, quero saber quantas – Explica.

– Damon, por favor não comece com isso, foi só uma

– Vou matar o irresponsável do Zade – Resmunga irritado.

Arregalo os olhos para o moreno ao meu lado. Zade percebe a mudança e pega o celular da minha mão.

– Damon – Ele chama se anunciando.

Meu irmão diz algo que o faz revirar os olhos e balançar a cabeça assentindo.

– Sim – Uma pausa – Meia-hora.

E depois desliga.

– Ei! – Exclamo – O telefone é meu.

Vindo até mim ele me entrega o aparelho e coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha.

– Junta suas coisas que vou te levar para casa Stella – Tudo o que faço e balançar a cabeça positivamente – preciso de um banho, não demoro.

Me deixando no meio da sala ele se vai escada acima.

Mas o que é que aconteceu aqui?

✧✧✧

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jan 17 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Stella : DUOLOGIA IRMÃOS BAKER'S Where stories live. Discover now