The Chain

dezenove.

1 ano e 2 meses depois.

Muitas pessoas dizem que enfrentar os problemas de frente é a melhor solução para uma boa resolução de tudo, entretanto, para Sasuke, "fugir" deles por um momento foi o que melhor lhe serviu, um ano e pouco fora do seu país natal, explorando um ambiente e uma cultura totalmente distinta dá que um dia imaginou usufruir.

A princípio, tinha certeza de que no máximo seis meses era o suficiente para absorver toda aquela cultura, escrever seu novo livro e voltar para a casa renovado. E até poderia ser, mas estar no Egito, um lugar tão mágico, era tão envolvente que se permitiu ficar o tempo necessário. Em oito meses, o primeiro livro chegou ao fim, e uma segunda obra quase finalizada surgiu nos outro sete meses.

Eram verdadeiros calhamaços e Sasuke estava orgulhoso de si mesmo. A princípio, foi difícil se acostumar com aquele lugar, a alta temperatura durante o dia e a falta dela durante as madrugadas congelantes. Não era só o clima, mas também a culinária nada familiar para si, entretanto, ser envolvido por aquelas crenças e partes enigmáticas da história fazia tudo valer a pena. Além disso, estar em um lugar que ninguém sabia quem ele era e ninguém o julgaria por sua fodida saúde mental e sentimentos pecaminosos, o fazia se sentir tão... leve, que os meses passaram como dias.

Sua maior saudade era Mikoto, mas ele cumpriu a promessa, ligou diariamente para ela, a encheu de fotos e vídeos de todos os lugares e quando foi visitar as pirâmides de Gizé e o templo de Karnak, fez questão de iniciar uma chamada de vídeo para a matriarca acompanhar tudo consigo.

Apesar de estar diariamente em contato com sua mãe, era notável como a doença avançava cruelmente. Por diversas vezes notou como a mãe demorava a tentar lembrar seu nome, até que ela parou de tentar recorda-lo e passou a chama-lo unicamente de "bebê" e "querido". Por diversas vezes desejou interromper sua viagem e voltar, mas Mikoto garantia que estava feliz como a tempos não estava. Ver Sasuke se libertar e estar só, sendo capaz de se manter bem em um lugar distante realizando um sonho de ser um grande escritor, era tudo o que ela queria.

Podia um dia se esquecer de tudo, mas os sentimentos sempre iriam existir, Sasuke sempre seria seu filho e seu coração sempre terá sentido o orgulho de ter visto seu menino tão independente e capaz de explorar o mundo.

O tempo longe não mudou seus sentimentos por Itachi, apesar do mesmo ter se permitido aproveitar a vida. Havia se relacionado com dois turistas em períodos diferentes de tempo, os conheceu em um hotel que ficou hospedado, foi divertido se permitir explorar até mesmo isso, algo casual e sem comprometimento de sua parte, sem magoar ninguém, sem se magoar... Ainda assim, era em seu irmão que ele pensava antes de dormir e ao abrir os olhos. Manteve contato com Itachi, diariamente, mas o tempo longe fez aquele entusiasmo esfriar.

O que inicialmente eram conversas diárias a todo instante, passou a ser diárias e breves, e então, uma vez a cada dois dias e uma vez por semana. Apesar disso, Sasuke não se sentia triste pela situação, porque ele aprendeu a lidar com seus sentimentos e havia sido sua escolha estar longe, além disso, bastava ambos conversarem para tudo parecer igual, a mesma sensação gostosa que sentiu antes de viajar quando a boca do seu aniki se fundiu a sua lhe causando um turbilhão de coisas.

Dezenas de vezes desejou interromper sua viagem e voltar para os braços de sua família, mas não poderia fazer isso consigo mesmo agora que havia aprendido a progredir e desbravar o mundo sozinho. Se fosse para acontecer, aconteceria, e bem, ele saberia como as coisas iriam ser conduzidas muito em breve, já que estava retornando para o Japão determinado a surpreender sua família que não fazia idéia do seu repentino retorno.

***

Antes de ir a casa dos pais, Sasuke passou o dia em seu apartamento descansando da longa viagem e revisando os últimos arquivos escritos para encaminhar a Sakura, que agora, era muito mais do que seu braço direito, conseguindo a ele ótimos contratos de exclusividade e um marketing absurdo que faziam o nome de Sasuke bombar, assim como a pré venda desses livros que ainda estavam em processo de revisão, nem a capa havia sido decidida e pessoas já garantiam seus livros no site da editora, ansiando a nova obra passada no Egito.