32 | Simples Gesto

7.5K 741 127
                                    

~𝒜𝓅ℴ𝓁ℴ

Pego Camille olhando para cima, hesitante em sair do carro, ela fica tensa, talvez nervosa, sei peito sobe e desce de maneira pesada, seus pés ficam inquietos, ela mexe em seus dedos insistivamente. Por que ela está nervosa?

Não é por minha causa, até agora viemos em silêncio e nada disso estava acontecendo, mas só foi chegar na porta do apartamento foi quando começou. Será que algum ataque de ansiedade ou... pânico?

Olho para cima também para ver o que talvez ela esteja olhando. Não tem nada, apenas os apartamento e o dela que está todo escuro, é o único comodo que com as luzes apagadas. É então que eu me lembro da última vez que vim aqui, Camille me contou algo pessoal dela.

Ela está com medo.

- Eu subo lá com você. - Digo, quebrando o silêncio e a tirando de seus pensamentos, que provavelmente estavam causando seu nervosismo.

- Como? - Ela olha para mim.

- Eu vou até seu apartamento. - Ela franze o cenho.

Antes que ela questione e comece seu cansativo discurso de que não precisa, que pode lidar com isso sozinha, seu orgulho falando mais alto que sua necessidade, saio do carro. A chuva ainda cai, não tão forte quanto antes, mas o suficiente para me olhar inteiro quando lhe acompanho até o prédio.

Chegando no andar do seu prédio prédio, ela larga seus sapatos molhados em frente a porta de seu apartamento, só agora percebo que ela estava descalça. Camille começa procurar algo em sua bolsa - que imagino ser as chaves - porém parece que é uma missão impossível, já que suas mãos estão trêmulas e ela ainda parece estar nervosa.

- Merda! - Murmura baixo.

- Posso? - Estendo minha mão em direção a sua bolsa.

Sem falar nada e com um olhar e um suspiro de derrota ela me entrega a bolsa, para que eu procure sua chave. Não demoro nem cinco segundos para achar uma chave com um chaveiro de um cachorrinho filhote. Aquilo me faz rir internamente. Meu instinto faz-me abrir a porta, mesmo que a casa não seja minha.

- Onde fica os interruptores? - Pergunto antes de entrar.

Ela me olha confusa e extasiada. Talvez surpresa pelo meu gesto, não a culpo, ela não estava esperando por isso, na verdade, nem eu estava, mas quero fazer isso, por algum motivo quero ajudá-la.

- Os interruptores, Clarck... - Repito.

- Ah... é... desculpa... eles ficam... ficam perto do balcão da cozinha e o outro no corredor. - Responde, saindo de seu transe.

Entro no apartamento parecendo familiarizado com o lugar, pois mesmo no escuro encontro os interruptores rapidamente. Acendo a luz da cozinha, da sala, e do corredor, como Camille havia me indicado. Olho na direção da mesma, ela ainda parece estar confusa e perdida no próprio apartamento. Talvez seja pela minha presença. Não é muito comum que eu frequente a casa de meus funcionários e já é a segunda vez que estou aqui.

Seu olhar encontra o meu, ela dá um sorriso tímido, em forma de agradecimento, eu assinto, fazendo o mesmo gesto.

- Eu precisava falar com você. - Digo por fim, para quebrar aquele gelo.

- Certo. É... - Ela larga a bolsa no sofá e leva sua mão até o rabo de cavalo que está úmido, fazendo seu cabelo escorrer pelo seus ombros. Aquilo me deixa hipnotizado... Por que diabos esse gesto da Clarck me fez ter essa reação espontânea? - Se importa se eu... é... trocar. Bom, é que eu estou um pouco... - Ela olha para si mesma.

- Tudo bem. Eu espero.

- Não vou demorar.

Ela vai em direção ao seu quarto. Não passa nem dois minutos e ela volta, só que com a mesma roupa e com uma toalha na mão.

Apolo meu chefe mentiroso.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora