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Maratona 1/3

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Maratona 1/3

U

ma ideia passou pela minha mente. Foi uma ideia absolutamente louca e quase psicótica, mas com o meu nível de desespero, não pensei duas vezes. Peguei minha mochila, removendo meu laptop e drive externo. Liguei meu Dell e esperei pacientemente que ele reiniciasse. A sala estava escura, a única luz era o brilho suave da tela.

A porta se abriu e minha companheira de quarto infernal Nour entrou no quarto. Como ela consegue não pegar hipotermia usando saias durante o inverno é uma anomalia científica.

O laptop ligou, conectei o disco rígido externo e comecei a baixar as informações da recepcionista da O'Conners. Eu rapidamente manipulei o código para que não fosse detectada e não pudesse ser rastreada pelo sistema de segurança da escola.

— Estranha.— Ela disse enquanto abria as cortinas, inundando o quarto com luz e caminhou em direção ao seu espelho até o chão. A metade do quarto dela era toda decorada em rosa: lençóis de seda rosa, cômoda rosa claro, acessórios rosa, tudo rosa pra caralho, como se uma explosão de barbie tivesse acontecido e só afetasse metade do quarto. Queimava minhas córneas se eu olhasse para o lado dela por muito tempo. Fiquei quieta enquanto ela se sentava no chão em frente a um espelho de corpo inteiro e começava a aplicar ainda mais maquiagem do que já usava. Mais uma vez, ela desafia as leis da ciência com a quantidade de maquiagem que fica grudada em sua pele. Alguém deveria dar um troféu a essa vadia.

— O que você vai fazer no ação de graças? Deitar neste dormitório sozinha de novo porque ninguém jamais poderia amar uma idiota como você? – Ela disse enquanto aplicava outra linha grossa de delineador.

— Nour, eu sei que você adora ouvir o som de sua própria voz, mas, por favor, evite falar para que eu não perca mais células cerebrais do que já perdi por estar tão perto de você. — Eu disse enquanto revirei os olhos.

— Estou estudando filosofia vadia, e por causa da liberdade de expressão, posso dizer o que a porra que eu quiser. — Ela rosnou quando se virou.

— Acho que você confundiu filosofia com ciência política. — Eu olhei para ela estupefato que alguém pode ser tão ignorante.

— A mesma merda. Eu ainda tenho liberdade de expressão, vadia. — Ela disse, colocando a mão no quadril. Seu pai era um político, então faria sentido para ela seguir os passos do pai, porque ela não conseguia pensar por si mesma o que gostaria de fazer da vida. Um arrepio percorreu minha espinha com a pequena chance de ela ser votada para qualquer tipo de posição de liderança.

— As pessoas exigem liberdade de expressão para compensar a liberdade de pensamento que evitam. — Eu disse enquanto continuava digitando no meu laptop, o download estava quase completo.

— Bom falsa poeta, de quem você roubou isso? — Ela disse que sorrir assim era uma resposta real.

— Sócrates? — Eu disse, sem tirar os olhos do meu computador.

ERROR 404 / BEAUANYDonde viven las historias. Descúbrelo ahora