🏀 CAPÍTULO VINTE E CINCO 🏀

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MADISON




Acordei bem cedo no domingo determinada a ir até a casa de Emy e conversar com ela. Sabia que precisávamos de resolver essa situação de uma vez, nunca passamos tanto tempo longe e sinto saudades de tê-la na minha vida.


O táxi parou e assim que paguei o motorista desci do carro e avistei o Sr. Martin mexendo em seu carro, esfreguei as mãos ao lado do corpo e me aproximei.


— Bancando o mecânico? — perguntei e ele ergueu a cabeça batendo com tudo no capô do carro, arregalei os olhos — Meu Deus? O Senhor está bem?


— Estou — Murmurou esfregando a cabeça e riu baixinho me encarando — Olá, Madie, você sumiu.


— Eu sei — falei com um sorriso fraco.


— Como você está? — perguntou solene e balancei a cabeça positivamente.


— Estou bem, a Emy está em casa ? — indaguei e vi ele comprimi os lábios em uma linha fina, soltou um longo suspiro.


— Entre, acho que você precisa saber de algumas coisas.


O segui e atravessamos o quintal até entramos em sua casa, me sentei no sofá e ele foi lavar as mãos. Olhei ao redor encontrando uma foto da família Martin em cima do raque, sorri mas ao mesmo tempo meu coração ficou apertado.


O Sr. Martin voltou e sentou em sua poltrona e esfregou as mãos parecendo muito nervoso.


— Ela está bem? — perguntei.


— Ela diz que sim — falou se encostando no estofado da poltrona vermelha. — Mas não tenho tanta certeza.


— já faz um tempo que não temos conversado, nos afastamos e então meu avô morreu e eu acabei brigando com ela — confessei e inspirei
profundamente — estava mergulhada na minha própria dor e fui egoísta com minha melhor amiga, nunca pensei que isso aconteceria conosco.


— Emy está morando com o Yoran — Explicou e fechei os olhos com força — ela não tem falado comigo ou com os irmãos, parou até mesmo de ir na igreja. Não sei o que fazer, Madie. Estou preocupada com minha filha.


Abaixei a cabeça encarando meus dedos e franzi a testa pensativa, Emy simplesmente se afastou de tida sua família e amigos, isso não é algo que ela faria.


Emy é família, ela sempre amou estar com seu pai e eles eram carne e unha. Por que ela se afastou deles? De todo mundo?


Algo muito sério deve estar acontecendo com ela.


— O senhor sabe o endereço de onde eles estão morando?


— Sim — falou.


— Vamos até lá? — Perguntei olhando para ele — o que de mais pode acontecer.


— Você tem razão — falou com um sorriso, mas então seu sorriso sumiu — espero que ela esteja bem.


— Eu também. — Murmurei balançando a cabeça positivamente.

**

Atravessamos a cidade e paramos em um condomínio de apartamento, conversamos com o porteiro e ficamos ali esperando que Emy descesse para falar conosco. Pelo visto não poderíamos subir para vê-la.


Encostei no carro e cruzei os braços enquanto o sol queimava minha pele e me arrependi de não ter passado protetor solar. Respirei fundo e me afastei do carro quando Emily apareceu, ela estava usando uma calça jeans larga e um moletom e franzi as  sobrancelhas.


Seus cabelos castanhos presos em um coque mal feito e parei onde estava quase vi um roxo em sua bochecha, troquei um olhar com seu pai e nós dois demos pequenos passos em direção a garota.


— Oi — falei ao me aproximar e sorri minimamente e analisei seu rosto.


— O que vocês estão fazendo aqui? — Indagou intercalando seu olhar entre mim e seu pai. — Por que não avisaram?


— Nós queríamos ver você — expliquei — queria conversar com você.


— Estou bem — falou dando de ombros — podem ir agora.


— Emily! — seu pai a chamou seriamente e ela ergueu a cabeça, Sr. Martin se aproximou dela — Foi ele que fez isso com você?


— Vão embora! — Gritou se esquivando do toque de seu pai — estou vivendo minha vida e estou muito bem! Vão embora, por favor.


Andei até minha amiga e estendi a mão em sua direção, mas logo a abaixei ao lado do meu corpo.


— Emy — a chamei baixinho e ela me encarou e pude ver a dor brilhando em sua íris — Se foi ele que a machucou nos conte. Nós amamos você Emy, você é nossa família e sei que não fui justa com você aquele dia, mas estou aqui agora e sempre vou estar, você merece mais do que isso Emy. Por favor...


— Estou vivendo minha vida — falou, enfiando as mãos no bolso da blusa — foi bom ver vocês.


Então ela se virou e foi embora nos deixando ali. Fechei os olhos por longos segundos e fiz uma oração por ela, pois neste momento é a única coisa que posso fazer.


JOSHUA


Poucas coisas me faziam esquecer de toda realidade, fazer com que eu me esquecesse do restante do mundo e isto é o Basquete. Uma adrenalina corre por minhas veias fazendo com que meu corpo inteiro se agite de empolgação e energia.


Estou batendo meu pé no chão freneticamente e esfregando as mãos umas nas outras. Passei semanas longe de quadra e meu corpo está gritando para entrar em ação e deixar com que eu faça o que sempre fiz de melhor.


Estamos em Nova Orleans, na casa do nosso oponente e a torcida deles obviamente está em êxtase. Nosso time está jogando bem, mas a cada minuto de jogo que se passa, meu único desejo é entrar lá e dar o show que toda a minha torcida deseja.


O treinador olhou na minha direção e disse que no próximo tempo eu entraria. Me levantei e comecei a me aquecer no canto da quadra ignorando as centenas de câmeras direcionadas em minha direção e tenho certeza que estou sendo exibido no grande telão do ginásio.


Sorri mentalmente garantindo a mim mesmo que faria o que Rich disse, esquecer de todos os problemas e mostrar para essas pessoas eu ainda sou Joshua McBride.


Fim do segundo tempo e a equipe se reuniu, Richards se aproximou e bateu em minha mão com uma exclamação e juntamos em círculo.


E quando o árbitro apitou eu me movi rapidamente e ágil como um raio, roubando a bola.


Passei a bola para Michael e ele o fez passando para o Rich enquanto eu seguia atravessando a quadra o mais próximo possível da cesta. E então bastou apenas um olhar e eu já estava no ar aguardando o lançamento de Richards, agarrei a bola e com uma emperrada perfeita fiz com que a torcida dos Lakers gritassem.


Não tive tempo de comemorar  pois o Nova Orleans já estava aproveitando o rebote. Corri contente por não está sentindo nenhuma desconforto em meu pé.


Recebi a bola e jogando ela para frente ganhando velocidade e atravessando a quadra desviando da devesa, girei para a esquerda com a bola ao meu lado controlando minha velocidade e lancei a bola para Richs que driblou antes de jogar outra vez em nossa direção.


Peguei a bola e impulsionei meu corpo para cima e lancei a bola de onde estava marcando uma cesta de três pontos.


Sorri e levei dois dedos até a testa, fazendo um gesto bobo sabendo que tal pessoa que assistisse entenderia bem a referência, e que aquilo era para ela.


Continuei o jogo e fiz com que todos soubessem que aquele título seria dos Lakers.


Tenho uma garota para impressionar afinal de contas.

NO SILÊNCIO - SERÁ RETIRADA 31/05Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora