𝑰𝒍𝒍𝒊𝒄𝒊𝒕 𝑨𝒇𝒇𝒂𝒊𝒓𝒔 - 𝗖𝗵𝗶𝗳𝘂𝘆𝘂 𝗠𝗮𝘁𝘀𝘂𝗻𝗼

°ℂ𝕒𝕡𝕚́𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟚𝟙°

Pov Chifuyu Matsuno

- O que aconteceu? - acaricio suas bochechas, limpando suas lágrimas.

- O-o que você 'tá fazendo aqui? - ela limpa as próprias lágrimas com as costas da mão.

- Eu voltei 'pra pegar as minhas chaves que esqueci na sua mochila - faço um carinho na sua bochecha, e a garota esconde a foto que estava segurando entre as mãos.

Reparando bem, a foto parecia uma mulher segurando um bebê.

- A mochila 'tá em cima da cama, pode pegar lá - ela dá uma pequena fungada voltando a esconder seu rosto nos seus joelhos.

- E você acha que eu vou pegar a maldita chave, ir embora e deixar você aqui chorando? Não mesmo, eu vou ficar - me aproximo mais dela, mas lembro dos cacos de vidro. - S/n, levanta. Os cacos de vidro estão te machucando - levo minha mão direita até sua cabeça fazendo um breve carinho.

- Eu 'tô bem aqui - ela murmura sem me olhar.

Suspiro fundo e me levanto vagarosamente, assim que estou de pé, afasto os cacos de vidro do meu caminho com meu pé.

Delicadamente, levo uma de minhas mãos aos seus joelhos dobrados, passando meu braço por eles, enquanto o outro ia em direção as suas costas.

Em um movimento rápido, ergo a garota no meu colo, que não protesta nem fala nada, apenas permanece em silêncio fungando de vez em quando, deitando a cabeça no meu ombro.

- Você não precisa fazer isso - ela diz com a voz rouca, e seu coração batia tão rápido que eu conseguia escutar. 'Ansiedade...'

- Mas eu vou, agora fica quietinha e deixa eu cuidar de você - pela porta aberta, consigo indentificar onde é o banheiro do seu quarto.

Ainda com S/n no colo, entro no pequeno banheiro e coloco-a sentada na pia.

- Tem kit de primeiros socorros? - pergunto e ela concorda em silêncio e aponta para uma das portas dos armários.

Rapidamente abro a portinha e vejo a pequena maleta com kits médicos.

Pego o kit e coloco na pia ao lado da garota, abro a maleta e pego uma pequena pinça.
Direciono o pequeno objeto para os pequenos pedaços quebrados de vidro nas pernas de Miyazaki, no qual estava coberto por uma bermuda larga até os joelhos.

Começo a tirá-los em silêncio, mas passado tempo percebo que ela está chorando de novo.
Quase que instantaneamente, olho para o rosto da menor, vendo lágrimas silenciosas caindo.

- Você 'tá chorando porquê 'tá doendo? - indago preocupado e ela nega começando a soltar pequenos e baixos soluços, tendo lágrimas caindo mais frequentemente, encolhendo os ombros.

- Ei ei, não chora - levo minha mão para seu rosto acariciando gentilmente enquanto ela me abraça forte.

- C-chifuyu - ela chama em soluços.

- Pode falar, eu 'tô aqui - faço um carinho em suas costas.

- V-você não pode ficar aqui, s-se ele te ver, e-eu... - ela começa a ficar afobada, olhando para todos os lados, ameaçando descer da pia.

- Ei, fica calma. Quem não pode me ver aqui, Miyazaki? - a seguro pelos ombros e ela engole em seco tendo a respiração mais desregulada que antes.

- É-é o... - ela estava ofegando, parecendo lutar para conseguir ar - e-ele vai. V-você tem que ir embora. N-não se preocupe, e-eu vou ficar bem, apenas vá e... - interrompo ela com um abraço forte.

- S/n Miyazaki, me escuta. Eu não vou embora até ter certeza de que você está bem, fica calma, eu 'tô aqui e nada de ruim vai acontecer com você. Ok? - ela apenas concorda em silêncio afundando o rosto no meu pescoço, soluçando baixinho.