suicidio e amor

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O suicídio é uma das questões centrais abordadas pelo filósofo Albert Camus. Segundo ele, existem dois tipos de suicídio:

O suicídio literal, em que o indivíduo escolhe tirar a própria vida.

O suicídio filosófico, que ocorre quando o indivíduo para de encontrar sentido na vida, buscando alívio por meio de crenças ou fugas da realidade.

Na minha opinião, todas as formas de escapismo devem ser evitadas, incluindo a paixão.

Quando menciono a paixão, não estou me referindo ao amor, mas sim ao sentimento que surge antes do amor, um sentimento que ao longo do tempo foi romantizado.

O amor pode surgir a partir da paixão, mas também pode não ocorrer pelo mesmo motivo. Acreditar que a capacidade de amar é uma utopia é um equívoco. Podemos perceber isso ao observar grandes casais, como Jack e Rose, ou Romeu e Julieta. Eles são a prova de que o amor verdadeiro só existe quando há um conflito.

O amor de Romeu e Julieta é belo porque ambos estavam dispostos a morrer um pelo outro, enquanto o amor de Jack e Rose é trágico, pois Rose escolheria viver em memória de Jack.

Devemos abandonar a romantização do amor, uma ironia latente, mas verdadeira. Ao longo do tempo, o amor foi idealizado, alimentando em nós uma visão utópica de relacionamentos perfeitos.

A idealização amorosa é problemática, pois nos iludimos ao acreditar que, ao encontrarmos o amor, tudo se tornará divino. Engano! O amor genuíno só floresce quando enfrentamos juntos as diferenças, defeitos e conflitos, permanecendo unidos mesmo assim.

O amor, em si, não é perverso; pelo contrário, é a essência primordial da existência, a busca incessante por ser amado. E quando menciono ser amado, não me refiro apenas a relacionamentos românticos, mas também ao reconhecimento e outras formas de sentir-se acolhido. O problema surge quando a mente exalta o amor de forma utópica. Pois, afinal, o amor não é esplendoroso, é sinuoso; não é benigno, é penoso; e não é perfeito, mas sim um caos encantador.

tá eu surteiWhere stories live. Discover now