Introdução

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Os únicos ruídos no corredor a essa hora eram os das minhas botas contra o chão liso. O toque de recolher era seguido a risca, caso contrário, o cidadão estaria correndo o risco de passar uma semana inteira na prisão. Tendo direito a duas refeições durante o dia. A prisão possuía serviços de saneamento básico como qualquer ser humano tinha o direito, no entanto, eram precários. As luzes eram apagadas todos os dias às 20:00 horas, restando apenas a companhia das sombras e das ratazanas.

Era a minha ronda, o meu turno. Na grande maioria das vezes, os presos já haviam adormecidos. A pistola na minha cintura não era a minha única garantia de segurança, entretanto me proporcionava um certo nível de autonomia. Não o bastante para me fazer sentir que estou no controle, mas quase lá.

Eu costumo dizer que sentir o gostinho do poder pode ser perigoso. É só olhar para a nossa sociedade, grande maioria dos homens "bons" e "honestos" que sentiram o prazer de estarem no poder se tornaram corruptos. O vestígios que sobraram atualmente foram riquezas nas mãos de desonestos. O poder é algo perigoso, ser poderoso pode se tornar a nossa ruína. Apenas ele pode ser capaz de um desvio de caráter em alguém perfeitamente bondoso. Certo, sendo justa, dependendo do grau de caráter do indivíduo é possível que nem mesmo o poder mude isso, mas como disse o avô do homem aranha, "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades". De fato! O mais poderoso dos homens precisa lidar quase o tempo todo com uma pressão, filtrando as intenções das pessoas que o cercam, com as exigências e expectativas lhe impostas pela sociedade, a culpa de algo incorruptível. Um legítimo pesadelo! Algo que eu nunca desejei. Era como perder o resto de paz que lhe sobrara em um mundo tão caótico.

-- Lourens, onde está o Kovalsky?

Nollan Roberts, o sub tenente se aproximava de mim pelo corredor, andando de forma relaxada com as pernas abertas.

-- Comecei o meu turno, então ele foi fumar lá fora. Como sempre!

O homem loiro a minha frente parou e depositou as duas mãos na cintura.

-- Ele ainda não voltou. Já faz quase meia hora.

Dei de ombros.

-- Hoje foi um dia estressante, sub tenente. Talvez ele quisesse fumar mais um ou dois cigarros.

E que Deus o ajude com o seu pulmão de fumante!

O homem assentiu.

-- Já averiguou todos os presos? Tudo em ordem?

-- Esse é o corredor b12, é o último.

O homem encarou o corredor parcialmente escuro.

-- Certo.

Protetora dos destinos: O Despertar Do Poder (Livro 1) Pausada!Onde histórias criam vida. Descubra agora