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Jennie Kim

Passei a maior parte do sábado correndo perto do lago, tentando tomar um pouco de ar, manter uma distância e clarear meus pensamentos.

Mesmo assim, a viagem de uma hora de carro para casa dos meus pais proporcionou tempo suficiente para a frustração voltar a se instalar na minha mente: Roseanne Park, o quanto eu a odiava, o quanto eu a desejava, as flores que Seok enviou. Esticando-me no banco do carro, tentei deixar que o som do motor mim acalmasse. Não estava funcionando.

Então, o fato era o seguinte: eu me sentia possessiva em relação a ela.

Não de um jeito romântico.

Talvez como se ela fosse um brinquedo e eu tinha que manter as outras crianças do parquinho longe dela. Isso não é doentio?

Se a Srta. Park me ouvisse admitir isso, ela me cortaria e me daria para tigres comerem. Agora, a questão é como proceder. Obviamente Seok estava interessado. Como poderia não estar? Tudo que ele tinha era informações que a minha família passava, e ele só obviamente gostam dela e tenho certeza que mostraram pelo menos uma fotografia dela.

Mas não havia como ele conversar com ela de verdade sem perceber a megera que ela é. A não ser que ele quisesse apenas transar com ela...

O som do couro no volante do carro sendo apertado pela minha mão me disse que era melhor não pensar muito nisso.

Merda! Era melhor que ele não fosse tão longe com ela. Eu não saberia como esconder um corpo nessas redondezas.

[...]

Ainda lembro da primeira vez que a vi. Meus pais foram me visitar no Natal quando eu morava no exterior, e um dos meus presentes foi um porta-retrato digital. Enquanto eu olhava as fotos com minha mãe, parei a sequência em uma foto dos meus pais com uma linda garota de cabelos loiros.

— Quem é essa com você papai? — perguntei. Minha mãe me contou que seu nome era Roseanne Park e que trabalhava como assistente do meu pai, e que era maravilhosa e tal. Ela devia ter apenas vinte anos na foto, mais a sua beleza natural era arrebatadora.

Com o passar dos anos, seu rosto frequentemente aparecia nas fotos que minha mãe me enviava, em reuniões na empresa, festas de Natal e até festas na casa dos meus pais. Seu nome ocasionalmente surgia quando minha família relatava os acontecimentos do trabalho e da vida em geral.

Então, quando foi decidida a minha volta para empresa, meu pai explicou que a Srta. Park estava cursando a Universidade KoreaIN e que sua bolsa requeria experiência prática. Disse também que meu cargo seria também um objeto de estudos perfeito para o OMA dela. Minha família a amava e confiava nela, e o fato de meu pai e minha irmã não terem qualquer reserva sobre sua habilidade de lidar com trabalho ajudou a me convencer. E concordei imediatamente. Fiquei um pouco preocupada que minha apreciação por sua beleza pudesse interferir na habilidade de ser sua chefe, mais rapidamente me tranquilizei, pensando que o mundo está cheio de mulheres bonitas e que eu conseguiria separar as coisas com facilidade.

Como fui idota.

E agora eu conseguia enxergar todos os erros que cometi nos últimos meses. Mesmo naquele primeiro dia, tudo estava se encaminhando para isto.

Para piorar as coisas, parecia que ultimamente eu não conseguia transar com mais ninguém sem pensar nela. Eu estremeci só de lembrar da última vez que eu havia tentado.

Opposites  [CHAENNIE]Onde histórias criam vida. Descubra agora