Namorado Por Contrato | Jikook

Além das Aparências: A Complexidade das Emoções entre Jimin e Jungkook.

O dia com Jungkook foi agradável.

O fato de acabarem de um jeito tão simples e descontraído ajudava com que os pensamentos de Jimin se voltassem a como ele não era tão ruim – como cogitou anteriormente em uma singela conversa com sua felina. No fim do dia, já estava de volta em casa, entregue a salvo.

Tirou a peruca de sua cabeça com facilidade, comparado com o trabalho que era a colocar, tirando o cinto em seguida e, por fim, olhando para Jeon. Comprimiu os lábios, sorrindo levemente.

— Hoje foi bom. — comentou, ainda segurando o cinto. — Obrigado.

— Não tem o que agradecer. — Jungkook deu de ombros, pouco interessado na boa educação do rapaz. — Sabe que tudo isso está dentro do nosso contrato.

— Eu sei. — murmurou, não dando muita importância para o esquivo de Jeon. Sua perspectiva era outra. — Volte para casa em segurança. — disse, abrindo a porta para sair.

Jungkook ficou alguns segundos olhando para a porta e então, observando Jimin se afastar para adentrar sua residência. Para ele, o dia também tinha sido bom.

Sem mais, passou a língua entre os lábios e arrancou, dirigindo para sua casa. A mente ainda vagava pelo dia que tiveram, até mesmo pelas suas atitudes. Por enquanto, teria que evitar grandes aglomerados, festas e comemorações não formais. Park tinha razão, tinha que ser convincente pelo menos naquele início, sem dar corda para qualquer interesse sexual, isso poderia trazer problemas com seus pais futuramente. Por hora, iria se resguardar e ser mais comportado, ao seu modo. Aos olhos da mídia, claro.

Adentrando a casa, Jimin foi cuidadoso em caminhar, não querendo despertar sua tia. Logo, passou pela porta de seu quarto e deu uma olhadinha nele, sorrindo com a imagem serena de seu sono. Parecia tudo bem, então, foi até seu próprio quarto para descansar. Precisava dormir para seguir com seus afazeres no próximo dia e principalmente para ter um pouco de saúde – já não muito boa, por sinal.

A noite seguiu tranquila. Mas, de manhã o rumo foi outro.

Jimin acordou desnorteado, com a cabeça doendo e uma tremenda vontade de se aferrar à cama, de forma que faltava vontade até mesmo de ir à faculdade - coisa que não acontecia com frequência. Porém, tinha um objetivo em mente e se segurou em tal. Levantou-se da cama e foi recebido por sua bichinha peluda, que miava incessantemente. Com carinho, a acolheu nos braços e acariciou seus pelos, ouvindo seu ronronar adorável. Gostaria de dar a ela todo o afeto que esta queria receber naquele instante, mas tinha coisas a fazer. Suas responsabilidades o chamavam.

Coçou os olhos e caminhou para o banheiro preguiçosamente, fazendo sua higiene matinal enquanto olhava as poucas e inativas redes sociais que tinha, onde encontrava futilidades para o entreter pelo menos um pouco nos minutos que tinha livre. Ficou interessado ao saber que um dos livros que gostava iria se tornar um longa metragem. Assistiria quando pudesse.

Em meia hora já estava pronto, com as coisas devidamente arrumadas para encarar um monótono dia. Saindo de seu quarto, caminhou sonolento até a cozinha e então se deparou com uma cena que o fez entrar em choque e colapsar em questão de segundos; o desespero o consumiu, o coração acelerou e uma tontura o arrebatou.

Sua tia estava caída no chão, desacordada e sem qualquer sinal que pudesse indicar que ainda respirava.

— Tia! — gritou, em desespero.

A adrenalina passava por suas veias, levando-a para todo seu corpo. Não havia como explicar tal sensação aterrorizante. O medo de perder alguém que tanto amava era avassalador.

Após os milésimos de choque, foi rápido em jogar tudo no chão e a acolher nos braços, medindo seu pulso em meio ao embaçar de seus olhos causados pelas lágrimas. Estava tão atordoado que mal sabia o que fazer, por onde começar. Mas, quando sentiu o pulso fraco, conseguiu dispersar o nublar em sua mente e alcançar o celular e ligar para emergência.