1 | moleque desaparecido

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Assim que entrou no elevador, o celular tocou, e o homem respirou fundo porque estava cansado demais para socializar naquele momento.

Segurou o celular com a intenção de desligar a chamada, mas resolveu atender quando viu o nome do seu irmão, pois se não desse sinal de vida, ele ligaria para a polícia e diria que aconteceu um massacre, quando os policiais chegassem iriam encontrar ele dormindo igual uma princesa.

Aquele dia foi louco.

— O que é? — perguntou sem muita vontade de socialização, encostando a cabeça pesada na parede metálica.

Tinha acabado de chegar de uma viagem longa onde poderia ter dormido muito, mas para sua infelicidade uma criança birrenta estava sentada mesmo ao seu lado, foi impossível dormir com aquela goela afiada. Era por essas e milhões de razões que não gostava de crianças. Por causa daquela menina, e levando em consideração as horas antes do voo, ele estava há mais de 30 horas sem dormir, e com o trabalho que tinha, ele sabia que dormir era essencial.

Você já chegou? — A voz dele soou preocupada, como se tivesse com medo do avião ter caído.

— Acabei de chegar ao apartamento. Tchau. — Queria desligar, queria dormir, mas seu irmão era mais birrento que aquela criança.

Como assim tchau? Me respeite, seu vagabundo, sou mais velho que você! — O homem ralhou ao telefone.

— Ser mais velho que eu não me faz te respeitar, Jin. Respeito é pra quem merece, não pra quem pede — disse tranquilo, andando pelo corredor em busca do seu apartamento.

Vou dizer pra mamãe, viu? — Jin disse, soando barulhos do outro lado da linha como se ele tivesse batido em algo. — Tirando sua falta de respeito, como foi a viagem?

— Ótima. — Foi sarcástico.

Quando chegou em frente a porta do apartamento, percebeu que aquela fechadura era velha demais, nem mesmo era digital. Se perguntou como iria entrar naquilo até que lembrou que tinha a chave, procurou nos bolsos da bolsa no seu ombro, achando apenas uma chave, uma mísera chave.

Quando você vai começar a trabalhar? Vou ver se consigo folga pra ir te visitar mês que vem.

— Daqui uma semana. E não venha, você não foi convidado, e não sou mais uma criança pra você levar na escola, já tenho 35 anos, Jin, me erra.

Não deixa de ser uma criança pra mim, Jimin.

Jimin revirou os olhos, entrando na casa que cheirava de novo e fechando a porta com um chute, deixando a mala ali mesmo. Não olhou ao redor, já sabia que o apartamento estava abandonado há alguns meses, mas deixou o trabalho com um responsável para decorá-lo, então iria apenas fingir que morava ali a anos e iria dormir.

Andou até o quarto, e como já tinha visto a planta, sabia bem onde ficava.

— Tá bom, Jin; sou uma criança, mas não venha me visitar, sabe que não gosto.

Como pode alguém ser...-

— Vou dormir agora, ligue daqui seis meses se for possível. Tchau. — Desligou a chamada sem esperar uma resposta, jogando o celular em cima da cama.

Tirou as roupas e ficou apenas de cueca, depois olhou a hora e viu que estava na metade da tarde, ligou o ar-condicionado para tirar aquele calor infernal de dentro do quarto, depois se jogou na cama e dormiu que nem mesmo percebeu.

Estava acostumado a passar 24 horas acordado, tirava cochilos durante o dia para não ficar tão cansado e isso afetar seu trabalho, mas dessa vez estava muitas horas acordado sem nem mesmo descansar os olhos por dois míseros minutos, sem contar que viagem cansava, mesmo que estivesse apenas sentado olhando o mundo pela pequena janela do avião, era cansativo. Por isso dormia por horas seguidas, e morar sozinho ajudava, pois não tinha nenhum tipo de barulho.

devolva o meu filho!, jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora