devolva o meu filho!, jikook

4 | moleque passeando

Na folga do trabalho, Jimin acordou algumas horas mais tarde, fez um café simples para acordar, a tarde preparou um almoço também simples e resolveu assistir um filme para não ficar com a mente tão ocupada com o trabalho.

Estava tentando resolver uns dos casos em aberto, não poderia fazer milagre, mas estava quase no final. Trabalhava há muitos anos, sabia que não deveria ficar com a mente tão cheia, ainda mais se fosse em dias de folga. Não era porque ele era o chefe de uma equipe que não poderia ser humano, ele era e deveria se cuidar como um, e isso começava pelo emocional.

Como oficial, ele já viu muitas coisas nesse mundo, e tinha pesadelos mais frequentes do que o normal. E por isso, e outras coisas, tentava não pensar nos casos durante as folgas, tirava aqueles dias para ser apenas Jimin, não o inspetor-chefe Park.

Quando o filme de ação chegou na metade, a campainha da sua casa foi acionada várias vezes. Ele levantou do sofá sem coragem, obrigando sua preguiça a ir ver quem estava morrendo. Olhou no olho mágico e revirou os olhos quando viu o vizinho e seu filho, pensou em fingir que não estava em casa, mas a campainha tocou de novo e o rosto dele parecia nervoso.

Jungkook suspirou aliviado quando a porta foi aberta, Jieun nos seus braços ficou agitado, já que fazia alguns dias que não via o vizinho. O menino ergueu os braços e o pai nem se importou ao dá-lo ao vizinho.

— Cuida dele por algumas horas? Preciso sair urgentemente e não tenho com quem deixar — implorou, mas não esperou resposta, apenas correu para o elevador.

Jimin tentou raciocinar enquanto via o homem correr agitado, depois olhou para o filho dele nos seus braços e só então sua ficha caiu.

— Eu não sei cuidar de uma criança! — gritou, e o homem dentro do elevador apenas sorriu, desaparecendo.

Jimin olhou novamente para a criança nos seus braços, Jieun estava com as pernas ao redor da sua cintura, abraçando seu pescoço, o encarando com curiosidade e felicidade por conseguir vê-lo. A semana tinha sido corrida para sua equipe, tanto que teve uns dois dias que não foi dormir em casa, então não tinha visto o moleque, e aparentemente aquela criança sentiu sua falta.

— Você vai morrer na minha mão, não sei nem como sobreviver, imagina fazer você sobreviver junto — comentou, mas o moleque não sabia o significado da maioria das palavras ditas.

Ele suspirou cansado, se iludindo quando pensou que teria uma folga tranquila. Deixou o menino no sofá e foi pegar alguns brinquedos, tinha comprado alguns para o moleque, se ele iria continuar invadido sua casa, ao menos que tivesse brinquedos para não lhe infernizar. Jieun ficou feliz pelos brinquedos e mostrou isso pelos beijos molhados que deu na bochecha de Jimin, que limpou segundos depois sem se importar se o moleque iria ver ou não. Ele desceu do sofá e foi brincar no tapete, e o cuidador ficou confuso e surpreso sobre ele precisar brincar sozinho sem fazer escândalos como a maioria das crianças.

Suspirou aliviado e deitou no sofá, terminando de assistir o filme. As vezes esquecia a outra presença em casa, então se assustava sempre que ouvia algum barulho diferente, mas sempre que olhava o moleque estava fazendo bico e barulhos com a boca, ou estava com os olhos na tela do filme agressivo demais para uma criança, ou estava tentando montar o quebra-cabeça.

Em umas dessas vezes, Jimin realmente olhou para o menino. Percebeu como os cabelos eram negros e lisos, já estava passando das orelhas em pontas desreguladas, provavelmente o pai iria levá-lo para cortar. Os olhos também eram escuros, e as pálpebras e sobrancelhas escuras dava um charme diferente, era bonito. O nariz era pequeno, mas o rosto dele também era, então deveria ser normal. A boca também era pequena, mas os lábios eram gordos e rosados, dando um contraste diferente à cor escura predominante. O queixo era tão pequeno que ele quis apertar, porque além de ser pequeno, as bochechas eram enormes, deixava ele menor do que já era.