Capítulo Dezenove - Olivia e Norton

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Aposta

Capítulo Dezenove

Olivia Gardner POV's

O julgamento da última instância do meu processo foi finalmente marcado.

Recebi a ligação do meu pai numa quarta-feira normal. Norton, Miranda e Emmett estavam comigo. Estávamos almoçando num barzinho próximo da universidade quando meu celular tocou.

A informação acabou com o resto do meu dia. Da minha semana. Tudo o que consigo pensar desde aquele maldito dia é que vou precisar voltar para Ohio, vou precisar ir até um tribunal, ficar de frente para aquele nojento... Vou precisar escutar ele me acusar enquanto sei que sou inocente, ou melhor: que sou a vítima da história toda.

Mas tudo bem. Com Eliot Denner – pai do meu namorado – como meu advogado, estou muito mais tranquila. Ele é uma fera nos tribunais e me garantiu – numa ligação de vídeo que demorou vergonhosas duas horas inteiras – que tem uma defesa sólida e que sairemos vitoriosos daquele tribunal, ainda processando Jake e o pai por danos morais.

Eu rezo por isso todos os dias, porque simplesmente não vou suportar ser considerada culpada enquanto sou totalmente inocente.

Norton insistiu em voltar comigo para Ohio. Eu falei a ele que não precisava, mas ele disse que tudo bem, já que eles teriam duas semanas de folga antes da grande final do campeonato. Meu Congresso em Sidney também está se aproximando, então acho que tudo vai acabar coincidindo na mesma semana, dias antes do dia de ação de graças.

Espero conseguir estar na Califórnia para assistir ao jogo do Norton.

Então, dois dias antes do dia do julgamento, eu e Norton embarcamos rumo a Ohio. Foi uma viagem tranquila. Norton me distraiu o tempo inteiro com suas piadinhas e personalidade cativante, mas nada nesse mundo conseguiria me deixar menos tensa.

Eu odeio a sensação de que estou caminhando em direção a uma tempestade da qual não vou conseguir escapar.

Quando finalmente aterrissamos, meus ombros estavam até doloridos de tanta tensão. Não volto à Ohio, à minha cidade, há quase um ano. Não sei o que esperar, não sei que pessoas posso encontrar enquanto caminho na rua.

O que vou fazer se eu der de cara com o Jake? Ou com algum dos pais dele? Acho que não vou saber lidar com isso.

– Olivia, amor – Norton me segura delicadamente pelo braço assim que chegamos na sala que antecede o saguão de desembarque.

As pessoas passam por nós apressadas, como se não existíssemos. Para mim, é um pouco difícil respirar.

– O que foi? – pergunto, meus olhos agitados procurando algo que eu não sei o que é por todos os lados.

– Olha para mim, Oli.

Meus olhos encontram os de Norton. Ele está com a testa vincada, sinal claro de preocupação. Pisco algumas vezes, tentando acalmar meu coração.

– Respira fundo – é o que Norton me diz, a voz calma – Você está surtando.

– Não estou, não.

– Está sim. Seus olhos não param um segundo de rodar por aí. Você está pálida e suando frio.

Puxo o ar até encher meus pulmões. Em seguida, solto devagar, contando até dez.

– Certo, já respirei.

– De novo.

Respiro profundamente outra vez. Norton me acompanha no gesto. Sua tranquilidade e segurança começam a penetrar em mim, me acalmando.

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