zero!

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PASSADO

A BIBLIOTECA DO COLÉGIO era um dos lugares favoritos de Cellbit, que sempre gostava de ficar por lá no intervalo (quando não estava com seus amigos) ou para matar a aula de educação física, já que nunca foi seu forte. A idosa que ficava na bancada já sabia seu nome, idade, RA escolar e até mesmo seus livros favoritos, de tanto que o garoto passava seu tempo ali.

Era uma quarta-feira, dia vinte e oito, seu número da sorte! O dia estava nublado e a temperatura agradável, e como sempre, a biblioteca estava parcialmente vazia. Os amigos do loiro; Felps, Pac e Mike estavam provavelmente jogando algo na educação física, então o loiro foi sozinho para o seu local de conforto. Cellbit se sentou em uma mesa, com seu livro favorito nas mãos (Crepúsculo, e ele não aceitava julgamentos) e se pôs a ler.

Porém, por outro lado, o loiro mal sabia o que estava para acontecer. Quando Cellbit ouviu a porta da biblioteca abrir, seu rosto ergueu, e na mesma horas suas bochechas arderam em vermelho. Era Roier, sua maior paixão desde o primeiro ano do ensino médio. O mexicano estava literalmente ali, no último lugar que o loiro esperava o encontrar, porque todos sabiam que Roier não era muito fã da leitura.

Cellbit se fez de bobo e voltou a ler seu livro, mesmo que as palavras escritas tenham ficado um pouquinho embaralhadas pelo nervosismo repentino. E o nervosismo aumentou, pois Roier se aproximou dele e se sentou na sua frente, com um livro de cabeça para baixo, o qual o mexicano fingia ler seu conteúdo. Cellbit sentia seu coração acelerar, e a vontade de rir pelo ato errôneo do garoto ficou entalada na sua garganta. Seus olhos azuis estavam focados no livro, mas pela visão periférica, ele observava o outro.

- Que livro legal. - Roier disse, e Cellbit começou a rir baixo, tapando a boca com a mão. O moreno ergueu seu olhar, encarando o loiro e franzindo as sobrancelhas. - O que foi?

- O livro tá de cabeça pra baixo.

Roier analisou o livro, e não bastou cinco segundos para começar a rir também, junto com Cellbit, fazendo suas risadas se misturarem e criarem uma bela e baixa melodia compatível.

Aqui vai uma verdade: Os anos se passariam, mas Cellbit nunca se esqueceria desse momento. É sério, ele até mesmo vai fazer uma nota mental, mais ou menos como "O dia que ele riu na minha frente".

Roier fechou o livro e o deixou largado na mesa, e passou a encarar Cellbit, com seu sorriso galanteador e olhos castanhos brilhantes, deixando o loiro completamente tímido e se sentindo dez vezes menor. Roier pigarreou.

- Então, seu nome é Cellbit, não é? - O loiro concordou. - Legal. Você é amigo daquele cara de cabelo cacheado, né? Felps, eu acho. O zagueiro.

- O melhor zagueiro. - Cellbit comenta baixo. Ele amava elogiar seus amigos com as conquistas dele. - E... você precisa de algo?

- Hum? Não, só pra saber. Te achei legal, quero te conhecer melhor. Fazer novas amizades, né? - Roier dá de ombros.

Cellbit quase desmaia ali mesmo. Seu corpo inteiro estava ficando vermelho, porque tudo ardia feito o inferno, e seu coração estava dez vezes mais acelerado.

- Roier, vamos! - O amigo do moreno, Castiel, grita na porta da biblioteca, recebendo um olhar repreendedor da idosa que trabalhava ali. - Desculpa, tia. - O garoto diz, juntando as mãos e sorrindo gentilmente. A idosa apenas suspira e ignora.

- Roier, se eu perder lugar bom na fila da merenda por sua causa, eu te mato. É nuggets, cara! - Outro amigo do moreno, Maximus, diz se aproximando. - Oi, Cellbit. Vou roubar ele de volta. Nuggets são nuggets.

Maximus pega Roier pela touca do moletom e o levanta.

- Te vejo por aí, loiro! - Roier diz, sorridente, sendo puxado pra longe pelo amigo. Cellbit só conseguia sorrir.

Um Som Pra Você | GuapoduoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt