Capítulo 2

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Giulia Salvatore

A ideia de como tudo começaria era ótima! Afinal, não dava para esconder que eu trabalhava para a nova agência de marketing que cuidava da Red Bull. Mas também não podíamos simplesmente aparecer de mãos dadas do nada. O plano era eu trabalhar com o Max, nos aproximarmos com o tempo e boom, sermos o casal do século, ou melhor, do ano.

Então, lá estava eu no GP de Bahrain. Apesar de todos os pedidos para que eu usasse uma camisa da Red Bull, eu ignorei e decidi vestir um lindo vestido azul royal, tomara que caia, combinado com um tênis que combinava com ele.

Ao passar pela entrada credenciada como imprensa, vejo minha chefe e ela balança a cabeça, sabendo que vai ter confusão assim que ele embarcar para a sede da empresa no Brasil.

— Ah, não começa, Dri! — Dou dois beijos no rosto dela e seguimos em frente. — Não acredito que estou aqui!

Por alguns minutos, esqueço totalmente o motivo pelo qual estava ali e deixo a minha criança interior se soltar. Sabe quantas vezes já assisti às corridas pela TV? Desde pequenininha, quando meu avô colocava a transmissão aos domingos durante o almoço.

Tenho certeza de que estou com um sorriso enorme no rosto, porque a Adriana tira o celular do bolso e começa a me filmar. Ela é tipo uma mãe, filmando tudo o que eu faço.

— Não esquece que você está trabalhando para a Red Bull — ela comenta quando passamos pela equipe da Mercedes, e eu tenho que me controlar para não pular de alegria.

— Caramba, por que a Red Bull patrocina tantos esportes e o único que nos interessa é esse? Você sabe que eu xingo o Max a cada corrida! — Já fico irritada só de lembrar daquele incidente com Hamilton.

— Mas logo ele será seu namorado, então coloca a camisa com o nome dele. — Reviro os olhos. — Vou te acompanhar até lá, acertar algumas coisas com a Horner e depois vazar.

Nesse momento, eu me transformo quase numa versão da menina do exorcista, virando a cabeça bruscamente para olhar a loira.

— Preciso resolver umas pendências com o Thiago no Brasil antes de irmos para a Itália. Não posso ficar enrolando aqui.

Faço um bico, sabendo que é verdade. Deixamos o Thiago na sede do Brasil para lidar com outros clientes, mas nunca imaginamos que a agência se expandiria mundialmente. Agora, olha só, estamos cada um em um país diferente.

Apesar de estar aqui para cumprir o papel de namorada e consertar a imagem do Max, também sou a diretora criativa da Nexos. Não posso simplesmente ignorar meu trabalho.

Abro a agenda do atual campeão da Fórmula 1. Além dos treinos de hoje, temos algumas entrevistas e gravações. Sim, porque agora ele decidiu criar um canal no YouTube e bombar nas redes sociais com vídeos sobre ele mesmo, na tentativa de deixar o público mais próximo e se livrar da fama de insuportável.

Vou andando distraída em direção à Red Bull e nem percebo quando os cabelos dourados de Max passam por mim.

— Bum dia! — Ele diz de um jeito engraçado, tentando ser simpático. Mas, cá entre nós, não engulo muito bem e reviro os olhos.

— É bom dia que se diz, namorou por todos esses anos com seu clone brasileiro e nem teve a decência de aprender nada? — Mudo o peso do corpo para a outra perna enquanto desligo meu tablet.

Ele cruza os braços no peito e me olha.

— Você é sempre tão chatinha ou é só quando estou por perto? — Ele provoca.

— Acho que esse meu lado chato fica mais em evidência quando você está por perto. Sabe, é necessário para suportar seu ego enorme e outras coisinhas mais. — Solto um sorriso cínico.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora