No monitor Alecxandro já terminava de se alimentar de um homem velho e se aproximava de uma mulher jovem loira. Ela tentou atacá-lo fazendo alguma coisa com um pedaço de pano rasgado da sua roupa, mas ele era mais forte e rasgou o pescoço dela com as presas antes que pudesse reagir mais uma vez.
O sangue escorreu e enquanto ela parecia se afogar nele, Alecxandro bebia com muita violência segurando a mulher que se debatia e falecia rapidamente em seus braços. Haviam mais três pessoas desesperadas que pareciam não compreender a situação, mas nem por um segundo pensavam em aceitar o destino sangrento.
Não sei o que deu em mim, mas não consegui ficar quieto. Naquela escuridão enxerguei uma outra porta depois dos monitores e antes que pudesse perceber, meu corpo já estava indo instintivamente até ela.
- SENHOR DIN! - ouvi o grito de Jamille enquanto eu girava a maçaneta e corria porta à dentro.
Segui pelo corredor até uma passarela que passava por cima da arena, o corpo da mulher e do senhor caíram inertes em cantos opostos. Um dos três restantes atacou com algum tipo de golpe marcial. Alecxandro o segurou pelo braço e acertou-o no cotovelo com o joelho da perna direita, o osso projetou para fora do corpo e o homem gritou.
Fiquei imóvel com a cena, então senti mãos me alcançarem, me segurando com força. Vitor tapava a minha boca e estava me puxando para trás em silêncio. Alecxandro tinha largado o homem com o osso exposto gritando e sangrando como se fosse um brinquedo quebrado de uma criança mimada. Os dois sobreviventes, uma mulher e um homem, conseguiram imobilizar o príncipe com muita dificuldade, agindo juntos, agora estavam socando ele com força na tentativa de fazê-lo apagar. Eu não podia acreditar que mais ninguém faria absolutamente nada!
Mordi a mão de Vitor e ele tirou a mão da minha boca.
- PAREM COM ISSO! - Alecxandro estava quase inconsciente e a mulher se preparava para aplicar um golpe no seu pescoço - FAÇAM ALGUMA COISA!ELES VÃO SE MATAR!
Mas eles não se moveram, Vitor continuou me segurando e eu não conseguia me soltar. Estava me arrastando de volta para onde Jamille aguardou. Parei meus protestos ao ver um corpo voando por cima de nós e batendo com tudo na parede do outro lado da arena. Tirei o uniforme da Resistência o mais rápido que consegui para me soltar de Vitor a tempo de ver que o último humano teve o mesmo destino da mulher.
Aos poucos um por um foram executados e agora haviam cinco mortos na arena, todos aparentemente sem sangue. Mas onde ele estava? Olhei para Jamille no corredor parecendo assustada e quando olhei vagarosamente na direção oposta havia um monstro pingando sangue do rosto e das mãos.
Como ele chegou ali? A ponte em que estávamos passava a pelo menos seis metros e meio do chão.
- Majestade? Se sente melhor? - tentou Jamille, mas não havia nada de humano em seus olhos.
A criatura deu um passo em nossa direção e eu andei dois para trás. Não tinha conseguido salvar ninguém ali e sentia que eu seria o próximo. Tentei me afastar mais e rapidamente ele se moveu segurando meu corpo e puxando meu cabelo para que pudesse perfurar as presas no meu pescoço.
Gritei até as minhas cordas vocais arderem sentindo a dor se espalhar pelo meu corpo.
Ele estava certo, não era como os filmes e livros descreviam. Uma dor aguda inflamou por todo o meu corpo queimando com a força que meu sangue era drenado pelos pequenos ferimentos feitos no meu pescoço e gritei o mais alto que consegui. A sensação era de duas agulhas perfurando meu pescoço e sugando meu sangue muito mais rápido do que a minha mente era capaz de compreender.
DU LIEST GERADE
A Chave
FantasyPor 13 anos pensei que meu pai havia abandonado a mim e a minha mãe, pelo menos até aquele dia que deveria ser normal se transformar no encontro mais bizarro que já tive. Talvez eu não devesse ter saído da cama, mas algo me diz que isso não ia funci...