Capítulo 60 | A caminho

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Antes que mais alguma coisa acontecesse fui atingido em cheio. Era como uma brisa refrescante no fogo que queimava dentro de Emire, calmo. Mas não podia ser real, estávamos em um veículo completamente fechado. Então... Será que...

Emire? É você? Sentiu isso? - silêncio - Porque está tão quieto seu tagarela infernal? EMIRE! - não consegui mais chamá-lo só mentalmente - ME RESPONDE SEU FILHO DE UMA...!

- WILLIAN! - chamou meu pai me encarando.  

E percebi meio tarde que todos no veiculo compartilhavam da expressão de espanto. Eu tinha falado aquilo muito alto? Acho que sim. Já nem sei mais qual é a diferença entre uma conversa tele e uma verbal.

- Aconteceu alguma coisa? 

- Não sei, mas... Seja lá o que for, acalmou o poder dentro do Emire. Ele não me responde e a ponte já era... Ele... Eu... Não consigo falar com ele. Não seio que está acontecendo! - o embaixador se levantou para se aproximar - Não estou sendo útil, não é? - ele segurou minhas mãos e agachou para olhar nos meus olhos.

- Está sim. Você pode fazer coisas que ninguém mais pode e eu não traria alguém inútil nessa missão. Feche os olhos e se concentre Willian, quero que se guie pelo som da minha voz, tudo bem? - fiz o que ele me pediu - Respire fundo.- consegui controlar minha emoção aos poucos - Ótimo, agora quero que pense no planeta, tente visualizá-lo, como se o visse do espaço. Se lembra de quando viu a magia antes dela se romper?

- Lembro. 

- Procure-a. Busque senti-la, vê-la. 

O planeta azul que estava tranquilo começou a ser dividido por linhas intensas de magia muito parecidas com os raios na porta trancada da minha casa. Imaginei que fossem as linhas ley, que pareciam ainda mais vivas ao passarem por Xaubaua. A magia ainda existia, só não estava se comunicando. Nem tudo estava perdido. Mas bem ali, no continente manzine, algo estava diferente, a teia estava ativa em um pequeno lugar.

- A teia! Eu posso ver a teia! Ela ainda existe!  

Anunciei abrindo os olhos e surpreendendo a todos. Uma esperança ainda existia. Quem sabe uma vantagem nessa batalha sem sentido? O fim de uma guerra que já tinha se iniciado. Não sei o que aquilo podia significar, mas sabia que era o que precisávamos.

- É perto do gigante que eu e Pavonion visitamos, é o lugar mais próximo que consegui identificar. 

- Não ajuda muito, tem diversas coisas nos arredores. 

- Não tem uma dica melhor? 

- Não se parecia com nada que já vi. 

- Você não viu muito do continente. - lembrou Pavonion. 

- Mas vocês moram lá. Vamos manzines, pensem! - pediu Carla - O que tem perto?

- O centro de engenharia genética ao leste, comércio ao sul, casas populares a noroeste, a biblioteca manzine ao norte... - Alara começou a listar. 

- Como sabe disso? - questionou San - Você nunca foi a Xaubaua. 

- Não é por isso que eu não estudei seus mapas. Não queria ficar perdida quando a visitasse.

- Então temos um mapa ambulante. Não sei de quem foi a ideia, mas que bom que trouxeram ela. - Alara sorriu com a brincadeira de tio Matheus - Continue por favor.

- Embaixador Andadrel, é possível que a biblioteca mantenha a teia de magia independente da teia universal já que é lá que estão os matsunos ancestrais. Isso inclui os matsunos de contaminadores.

A ChaveWhere stories live. Discover now