O parquinho

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HYJ

Estamos brincando e nos divertindo com Somin, a pedido seu. O dia está claro, por mais que seja fim de tarde, é ótimo para brincar com ela. Ryujin está correndo atrás da So pelo parquinho enquanto a pequena solta diversas gargalhadas, despistando sua mãe com aquelas perninhas curtas dela.

Na realidade, eu parei e fiquei em pé observando elas para descansar e recuperar o fôlego. Somin corre demais! Temos que ter muita energia para brincar com ela, não conseguimos acompanhá-la sempre. Nossa filha é tipo uma mini máquina.

Agora, pelo o que eu estava vendo, minha esposa tocou Somin, era sua vez de ir atrás de Ryujin. Ela começou a correr como uma criança e se divertindo como uma, olhando para trás só para ter certeza se nossa pequena ainda estava correndo.

Eu ri demais quando vi de longe a Ryu tropeçando na areia e quase caindo com a cara no chão, mas, por sorte, ela se equilibrou e veio correndo até mim.

— Tô vendo você rir de mim! — ela exclama ofegante e aponta o dedo para mim.

— Foi engraçado, amor.

Ryujin parou ao meu lado e se curvou, apoiando as mãos nos joelhos e respirando exageradamente. Alguém vai ficar com dor nas pernas por uma semana.

Somin estava longe, porém ainda em nosso campo de visão. Ela parecia procurar Ryujin com os olhos atentos, e quando a viu, sorriu animada e veio correndo com muita rapidez.

— Lá vem ela. — comento com tom de risada e olho para Ryu.

— Eu não aguento mais correr. — ela diz rindo e vem para trás de mim, do nada pegando impulso nos meus ombros e logo subiu nas minhas costas.

Eu segurei rápido por baixo das suas coxas com o susto que tive e não deu nem tempo de reclamar, Somin já estava conosco.

— Você não consegue me pegar, Min. — escuto Ryujin quase gritar perto do meu ouvido, com um tom de criança arteira que eu até duvidei se ela era mesmo uma adulta.

Como eu sou muito alta e tenho três metros só de perna, minha filha com seus quatro aninhos de idade, pequenininha, não consegue alcançar minha cintura, onde as pernas de Ryujin a rodeiam.

— Assim não vale, mamãe! — a pequena exclamou enquanto ficava na pontinha dos pés e se apoiava em mim, esticando o braço para tocar em Ryu.

— Tô fazendo com que você não me toque. Essa é a brincadeira, não é!? — Ryujin riu.

— Mas a mamãe Yeji é muuuito alta, — ela abriu seus bracinhos o máximo que pôde. — eu não consigo encostar em você.

Ela tentou outra vez só para demonstrar que realmente não conseguia e falhou, óbvio. Que dó, eu não conseguia parar de rir.

Ryujin mandou me distanciar de Somin, que ainda veio atrás de nós, persistente nos pulinhos. Sua boca formava um adorável biquinho e ela franzia a testa, concentrada. Uma fofura, tive vontade de deixar ela ganhar a brincadeira.

— Que maldade, vida. — eu comentei olhando para Ryujin enquanto andava de ré devagarinho.

— Que nada, — ela riu e permaneceu olhando para Soso. — ela tá se divertindo. Olha!

Parei de andar e olhei para Somin de novo e vi que ela parecia estar feliz, ria muito mostrando suas pequenas covinhas. Voltei o olhar para minha esposa, notando que ela quem estava fazendo caretas para provocar nossa filha, porém ela não ficava chateada com isso e continuava a rir.

— Tenho duas crianças em casa e não sabia. — comentei sorrindo.

— É muito legal ficar brincando com ela assim!

De repente Somin parou de sorrir tanto e deixou de olhar para sua mãe, agora baixando os ombros enquanto ficava de cócoras.

— O que foi, bebê? — perguntei e fiz menção de colocar Ryujin no chão, mas ela apertou as pernas em volta do meu corpo e me impediu. Que folgada.

— Minhas perninhas tão cansadas. — ela apontou e ficou olhando o arredor por alguns instantes.

— Quer que eu te segure? — eu me abaixei o máximo que pude com minha esposa nas minhas costas.

— Sim! — seus olhinhos brilharam ao me olhar. Tão lindinha. — Mas a mamãe Ryu tá pegando meu lugar!

Eu ri e a olhei por cima do ombro, vendo-a erguer as sobrancelhas para a So e se fingir de indignada.

— Não tô!

— Está, mamãe! — a pequena gargalhou e logo depois fez a mesma careta que Ryujin fez antes, imitando-a certinho.

— Vamos, amor, deixe eu pegar ela no colo. — eu disse e soltei suas pernas. Ela não teve tempo de se prender a mim novamente e me olhou com uma carinha de cachorro abandonado. — Para de ser assim. — ri e peguei Somin nos braços, rapidamente fazendo ela subir nos meus ombros.

— Isso é bem injusto, ok? — ouvi Ryu reclamar enquanto me divertia com nossa filha apertando minhas bochechas e fazendo caretas para eu rir.

Eu voltei meu olhar para ela e segurei nas pernas de Somin, sabendo que estava segura e não cairia.

— Por quê? — não conti a risada.

— Vida... minhas pernas também estão doendo, olha só! — ela esticou a perna para me mostrar, não consegui ver mais do que um pé preto. — E você tava me segurando primeiro, então acho justo segurar a Soso depois. Não é, filha!?

Eu nunca vi tão brincalhona, juro.

— Não, mamãe. — a cara de tacho de Ryujin foi inapagável. — Você é mais pesada que eu, aí as costas da mamãe Yeji dói. Tadinha! — senti a mãozinha dela tocar minhas costas por um instante. É um bom argumento.

— Ela tem razão! — eu ri ainda mais por causa da feição que minha esposa mantinha. Somin é muito esperta. — E você nem pode reclamar, porque agora ela foi uma mini cópia sua. Você diria a mesma coisa!

— Claro que não.

Eu ergui uma sobrancelha para ela, a desafiando com o olhar. Ela fez o mesmo, exageradamente, e cruzou os braços. Só consegui ouvir as risadas de Somin, provavelmente por causa da feição de Ryujin. Estava engraçado mesmo.

— Amor, você tá parecendo um cosplay danificado daquele emoji com sobrancelha erguida. — eu comentei rindo, fazendo-a desmanchar a feição engraçada e começar a rir também, derrotada.

— Tá bom, você foi muito além agora. — ela riu mais uma vez e saiu de perto de nós.

Eu a segui com Somin nos ombros até um banquinho dali, onde ela pegou as sandálias da pequena e se virou para nós.

— Quem quer ir na pizzaria hoje e gastar um monte?! — ela elevou a voz em animação enquanto calçava Somin.

— Eu!! — eu e So gritamos juntas, felizes. Senti ela se agitando e com certeza estava balançando os bracinhos em comemoração.

— Então nós vamos, meus amores.

Ryu riu fraco e segurou o meu rosto delicadamente para me dar um beijinho curto na bochecha. Escutei o gritinho fino de Somin e já entendi o porquê.

— Mamães são muito lindinhas! — ela exclamou e pressionou minhas bochechas com suas pequenas mãos.

Minha esposa sorriu de forma apaixonante para mim e, depois, subiu no banquinho e ficou na minha frente.

— Que isso, am- Ah, não! — eu explodi nas risadas quando percebi que ela só subiu ali para beijar a bochecha da nossa filha, que estava muito alta para seus 1,60 e alguma coisa de centímetros.

— Um beijinho no meu grande amor. — ouvi ela dizer com a voz fina e ergui a cabeça para olhar minhas bebês. Somin formou um biquinho adorável para beijar a bochecha de Ryujin.

Logo depois, ela pulou para o chão e buscou a minha mão, entrelaçando firmemente. Seu sorriso iluminava o rosto desenhado dela, e seus olhos brilhavam para mim e para nossa filha.

Cara, nossa família é minha maior riqueza.

One Shots - RYEJIWhere stories live. Discover now