- 𝐄𝐲𝐞𝐬 -

1.7K 195 1
                                    

Uma semana se passou depois do acontecido. Meus hematomas já não eram mais tão perceptíveis, mas minha raiva apenas crescia. Toda vez que eu o via passando por aquele corredor, me observando, um ódio imenso queimava em meu peito. Ele disse que me observaria mas eu não imaginava que era tão literalmente.

"O que foi Stella? Você parece tão incomodada ultimamente." Laura pergunta, agarrando minha mão.

"Ah, não é nada. Estou apenas estressada com atividades pendentes e alguns problemas em casa..."

Pelo olhar que ela me deu eu já era capaz de dizer que ela sabia. Ela sabia que eu estava mentindo.
______________________________________________

Eu estava no banheiro lavando as minhas mãos quando de repente um apagão preenche toda a escola. Consigo ouvir alguns gritos assustados dos alunos. O que está acontecendo?

Me conduzo para fora do banheiro. Ao chegar ao lado de fora vejo alunos correndo, eu não sei o que está acontecendo, eu apenas vejo vultos. Está muito escuro e isso me faz lembrar do que havia acontecido semanas atrás. Balanço minha cabeça na tentativa de espantar todas essas lembranças antes de voltar para dentro do banheiro. Escuto alguém tentando abrir a porta e então corro para dentro de uma das cabines colocando meus pés em cima do vaso para que não pudessem ver pelo lado de fora. Ouço passos, tem alguém aqui dentro.

Pelo peso dos passos acredito que seja um homem. Essa pessoa anda de forma grosseira. Coloco a minha mão na boca na tentativa de abafar a minha respiração pesada em desespero. O banheiro estava silencioso mas o barulho dos passos pesados preenchiam o lugar.

Eu me sento no vaso suavemente tentando não fazer barulho, colocando os meus pés na porta para segurá-la caso ele tente entrar.

Por algum motivo só vem uma pessoa em minha cabeça... Maldito Kaulitz.

Aparentemente ele sempre aparecia para me salvar. Tudo bem que da última vez ele foi uma das pessoas que havia me colocado em perigo, mas isso não importa. No fim, ele me salvou.

Eu não sei o que fazer mas sinto que se eu tivesse o número dele aqui, agora... Eu ligaria. Mas espera... Agora que me dei conta, ele havia ficado com o meu celular. Quer dizer, um deles. Na noite que fui sequestrada. Está em algum lugar naquela casa enorme e eu preciso dele de volta.

O banheiro se ilumina novamente, e eu não ouço mais passos. Parece que está tudo bem agora. Respiro aliviada. Mais um evento desses e o meu pai não me deixará sair de casa nunca mais.

Saio do banheiro com um pico de coragem momentâneo, procurando por Kaulitz. Eu sei que vou me arrepender disso depois.

Avisto ele no fim de um corredor. Estava falando com duas garotas. Ando até ele confiantemente, mesmo no fundo estando com medo.

"Ei!" Digo fazendo com que ele se vire para mim. Abro a boca para falar mas então noto a presença das garotas, olhando para mim como se estivessem com ciúmes. Suspiro irritada pegando ele pela manga da camisa larga. Eu o puxo até um canto, ele parece surpreso com minha ação.

"Você está com o meu celular, eu quero de volta!"

"O que? Seu celular?" Ele diz antes de dar uma pequena olhada em volta. É aí que percebo todos os olhares que estávamos atraindo.

"Não se faça de idiota, Kaulitz. Eu quero o meu celular nas minhas mãos, hoje!" Digo antes de deixá-lo sozinho e sair. Por fora eu aparentava confiança mas internamente eu estava prestes a surtar. Esse foi um dos momentos em que eu tomo uma decisão corajosamente sem pensar... Sempre acabo fazendo coisas estúpidas.

"Você realmente ameaçou um assassino, Stella? Sério?" Penso comigo mesma, indo em direção ao refeitório.
______________________________________________

Tom Pov:

Não consigo esconder meu sorriso.

Aí está... A teimosia que eu havia conhecido anteriormente. Esse jeito tão intrigante... Não posso evitar.

Corro na direção dela. "Ei!" Falo na tentativa de para-la e obviamente ela me ignorou.

"Espera!" Alcanço ela e entro na sua frente para que ela não possa passar.

"Me deixa em paz, Kaulitz." Ela diz, finalmente fazendo algum contato visual comigo e porra... Esses olhos são minha sentença. É fácil se perder em seu olhar, Pois eles parecem guardar os segredos do mundo, E contar uma história que é realmente rara.

"Eu..."

"O que? Fala logo, ou me deixa passar." Ela diz, me tirando do transe.

"Seu celular. Eu vou devolvê-lo... Assim, que eu souber onde ele está." Dou um passo para mais perto dela. Ela não se moveu mas parece em alerta com a minha proximidade. "Você acha que ele está na minha casa, certo?"

"Está. Um dos seus amiguinhos, bandidos deve estar com ele." Ela parece estar começando a ficar realmente irritada.

Ela me empurra, passando direto por mim.

O que a torna diferente?

Talvez seja o fato de que ela não tenha medo de mim.

Oblívio - Tom KaulitzWo Geschichten leben. Entdecke jetzt